Da cidade portuária de Geelong (situada na Austrália) chega-nos ‘The
Space Between’, o adorável terceiro e novo álbum do jovem power-trio ORB. Lançado e promovido no início do passado mês de Setembro pela
mão do influente selo discográfico seu conterrâneo Flightless Records (localizado na cidade de Melbourne) sob a forma física de vinil (com duas edições diferenciadas
e ultra-limitadas a 1000 cópias existentes cada), este fabuloso álbum prende
uma ardente, sublime e efervescente sonoridade – dentro da mesma linha orientadora dos
irreverentes californianos Fuzz, e
dos seus carismáticos vizinhos australianos King Gizzard And The Lizard Wizard e The Murlocs – de onde facilmente se distingue e apalada um contagiante, saturado,
inflamante e deliciosamente ritmado Garage
Rock à boa moda de West Coast, governado
e conduzido por um serpenteante, inventivo, altivo e provocante Heavy Prog que tanto se balanceia e esperneia
pelas radiosas, veraneias, meditativas e maravilhosas praias de um Psych Rock como se enruga e enluta num enlameado,
obscuro, espesso e pesado Psych Doom.
São cerca de 39 minutos – distribuídos pelos sete temas que o habitam – absorvidos
e nutridos por uma paradisíaca e deslumbrante ambiência que nos bronzeia, climatiza,
prazenteia e eteriza sem a mais pequena inibição. Deixem-se ofuscar e sublimar pela
intoxicante, mágica e apaixonante exalação de ORB à irresistível boleia de uma vibrante e delirante guitarra que
se hasteia e desdobra em atraentes, fogosos, vistosos e dançantes riffs, e se transcende e extravia em solos
estonteantes, alucinógenos e mirabolantes, um baixo reverberante de ritmicidade
pulsante, buliçosa, fluída e magnetizante, uma bateria incrivelmente ostentosa e
estimulante que se tiquetaqueia a leveza, virtuosismo e subtileza, uma voz espectral,
diabrina e visceral que cavalga o restante instrumental, e ainda um perfumado sintetizador
de presença ocasional que borrifa uma inebriante poeira estelar no universo
encantado de ‘The Space Between’. Este é um álbum de propriedades afrodisíacas
que irradia e induz no ouvinte toda uma forte dosagem de vivacidade, entusiasmo e alegria. Deixem-se envolver
e dissolver nesta extasiante, exótica e inquietante comoção superiormente detonada
pelos australianos ORB e vivenciem
com plena entrega e devoção um dos discos mais surpreendentes de 2018.
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