segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Review: ⚡ Wheel in the Sky - 'Beyond the Pale' (2018) ⚡

Do território nórdico chega um dos meus registos favoritos do ano. Falo do segundo álbum do quarteto sueco Wheel in the Sky lançado no final do passado mês de Agosto pela mão da prestigiosa editora discográfica The Sign Records nos formatos físicos de CD e vinil. Alicerçado num elegante, robusto, melódico e empolgante Classic Rock de ares setentistas com indiscretos laivos de um deslumbrante, perfumado, mélico e afável Psych Rock de textura revivalista, este adorável ‘Beyond the Pale’ causara em mim um forte e inabalável sentimento de apego que ameaça intensificar-se com o acréscimo das audições. Num constante pendulo que tanto nos euforiza em possantes, ritmadas, destravadas e incitantes galopadas como nos narcotiza em extasiantes, sublimes, ensolaradas e envolventes baladas, este novo trabalho da proeminente formação escandinava - enraizada na histórica cidade de Uppsala – promete cativar e consequentemente apaixonar quem nele se refugiar. A sua sonoridade brilhantemente saturada de um desarmante carisma balanceia-se de forma fluída e graciosa de poderosas, dinâmicas e ostentosas cadências do lado mais vintage do Hard Rock a edénicas, lisérgicas e estarrecedoras paisagens de um psicadelismo primaveril capaz de nos embaciar a lucidez e embebedar de uma plena sensação de bem-estar. Na receita de todo este apetitoso feitiço de ingestão via auditiva estão duas guitarras que se envaidecem em majestosos, torneados, condimentados e imperiosos riffs e se entrelaçam na criação e condução de admiráveis, alucinantes, impactantes e formidáveis solos, um baixo diligente de linhas onduladas, tensas, latejantes e torneadas, uma bateria incisiva e criativa de pulsação talentosa, acrobática, desenvolta e progressiva, e ainda uma voz radiosa de feição voluptuosa, doce, torneada e harmoniosa que confere a ‘Beyond the Pale’ toda uma extravagante sumptuosidade capaz de conquistar tanto gregos como troianos. Este é um disco verdadeiramente esplêndido ao qual tenho recorrido vezes e vezes sem conta. Um álbum edénico, detentor de uma beleza singular e lapidar. Deixem-se empoeirar, ofuscar e absorver na intensa refulgência transpirada por ‘Beyond the Pale’ e vivenciem na máxima plenitude um dos registos mais vistosos e luxuosos de 2018.

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