segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Review: ⚡ Son Cesano - ‘Submerge’ (2018) ⚡

Do centro da Suíça (mais concretamente de Schwytz) chega-nos uma das mais agradáveis surpresas musicais do ano. Refiro-me ao maravilhoso álbum de estreia ‘Submerge’ do jovem quarteto Son Cesano. Oficialmente lançado no início do presente mês de Dezembro sob a forma física de CD e vinil (ambos reduzidos a uma prensagem ultra-limitada a 500 e 250 cópias existentes) numa edição autoral, este muito promissor primeiro trabalho da banda helvética fundamenta-se num gracioso, edénico, deslumbrante e majestoso Psych Rock de clima veraneio que se enfatiza, desenvolve e revolve num vigoroso, enérgico, sidérico e poderoso Heavy Psych de aragem estelar. Tal como o seu título sugere, ‘Submerge’ tem o dom de nos mergulhar num ataráxico estádio mental onde a nossa alma se bronzeia, eteriza e deleita do primeiro ao derradeiro tema. A sua sonoridade de propensão cinematográfica – tricotada a delicadeza, emoção, devoção e beleza – viaja-nos ao longo de uma admirável narrativa sensorial e espiritual de onde é impossível – e tampouco desejado – escapar. São cerca de 52 minutos envolvidos, nutridos e aureolados por uma sublimidade embriagante que nos namora e levita aos sagrados domínios do transe. Deixem-se embevecer de prazer ao fascinante som de duas guitarras viajantes que dialogam em atraentes, esplêndidos e desarmantes acordes, e em solos verdadeiramente sonhadores, magistrais e arrebatadores, um hipnótico baixo de reverberante ondulação que se propaga com base em linhas desenhadas a robustez, sensualidade e fluidez, e uma bateria diligente que tiquetaqueia com sentimento, desembaraço e ardência toda esta magnânima ode epicurista. ‘Submerge’ é um álbum imensamente apaixonante que nos tomba as pálpebras, pacifica, eteriza e glorifica a espiritualidade. Um irresistível disco regado a capricho, harmonia e misticismo que certamente tocará a alma de quem nele se refugiar. Son Cesano podem muito bem orgulhar-se deste seu espantoso registo de estreia que me deixara não só a salivar, como a desesperar por um novo álbum que dê continuidade à espirituosa e caprichosa odisseia que ‘Submerge’ encerra. Um disco para escutar de forma detida e consequentemente divagar de forma descomprometida pelas profundezas do Cosmos interior.

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