quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Review: ⚡ Deathchant - ‘Deathchant’ (2019) ⚡

Os californianos Deathchant acabam de detonar o seu surpreendente álbum de estreia pela parceria discográfica King Volume Records e Kozmik Artifactz nos formatos físicos de cassete e vinil (ambos reduzidos a edições limitadas). Este portentoso álbum de designação homónima tivera em mim um impacto de tal forma marcante e colossal que me impelira com urgência a transcrever para o universo lírico tudo aquilo que o mesmo despertara e provocara em mim. Enraizado na veraneia cidade de Los Angeles, este quarteto recém-formado transpira um tirânico, nebuloso, ostentoso e luciférico Proto-Doom de tração setentista em hipnótica consonância com um fervilhante, desvairado, arrebatado e intoxicante Heavy Psych de euforizante explosividade e ofuscante toxicidade. A sua sonoridade fervorosa, vulcânica, enigmática e venenosa tem o dom de nos mergulhar e afogar no seu borbulhante e fumegante caldeirão de despótico, majestoso e apoteótico psicadelismo em estado incandescente, e em nós afoguear e alimentar toda uma extasiante e desgovernada exaltação que nos esporeia, revolve e chicoteia ao longo de todo o álbum. São cerca de 29 minutos fervidos numa intensa e opulenta ardência que nos destrava numa desenfreada e vertiginosa cavalgada imprópria para cardíacos. Desprendam furiosamente a cabeça à instigante boleia de duas guitarras electrizantes que se amuralham e fortalecem em influentes, luxuosos, obscuros e prepotentes riffs e se entrelaçam e superam em delirantes, caóticos, frenéticos e galopantes solos que golpeiam e ziguezagueiam em todas as direcções, um baixo massivo de bafagem reverberante, densa, negra e possante, uma bateria dinâmica, incisiva, criativa e acrobática que cavalga a desembaraço, destreza e impetuosidade, e uma voz avinagrada, gélida, ecoante e narcotizada que assombra toda esta pantanosa, alucinante, viscosa e deslumbrante atmosfera de ‘Deathchant’. Este é um álbum verdadeiramente sensacional que conjuga na perfeição a velocidade, densidade, entusiasmo e tecnicidade numa só força gravitacional capaz de nos manter enfeitiçados, perplexos e apaixonados do primeiro ao derradeiro tema. Agarrem firmemente as rédeas desta violenta locomotiva e vivenciem como poderem um dos álbuns mais entusiasmantes dos últimos tempos. Regresso de ‘Deathchant’ completamente rendido e inebriado pela sua grandiosa e sumptuosa ferocidade. Manda o meu coração completamente apoderado pela excitação gritar que estamos mesmo na presença de um forte candidato a álbum do ano.

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