Da prolífica Suécia – a meca europeia da música Rock revivalista de inspiração focada nos dourados anos 70, que tem na qualidade de seus
principais embaixadores nomes como Graveyard,
Asteroid, Siena Root, Witchcraft, Hällas, Horisont, Hypnos, Svvamp, Three Seasons, MaidaVale,
Agusa, Ball, Captain Crimson, Topplock, Abramis Brama e Svartanatt
– chega-nos o novo álbum do colectivo Jordskred
intitulado de ‘Det Stora Hela’. Lançado no passado dia 26 de Janeiro através
da sua página de Bandcamp oficial,
este segundo trabalho de longa duração da nórdica formação sediada na cidade
portuária de Sundsvall ostenta um airoso,
envolvente, eloquente e majestoso Prog
Rock de vocação setentista que
prontamente nos prende, absorve e conquista. A sua sonoridade imensamente harmoniosa,
encantadora, refinada e sumptuosa deixa o ouvinte relaxado e petrificado num
inabalável estádio de êxtase e fascinação que o conserva do primeiro ao
derradeiro tema. São cerca de 30 minutos temperados a uma desarmante tenacidade e
enfeitiçante lubricidade que nos melifica e arrebata com prontidão e
intensidade. Na composição deste luxuoso néctar de essência revivalista estão
duas guitarras alterosas que se engrandecem em faustosos, cativantes, ofuscante
e vistosos riffs, e se extraviam em admiráveis,
deslumbrantes, tocantes e veneráveis solos pensados e executados a
impressionante destreza e precisão, um baixo diligente de linhas possantes, hipnóticas,
fluídas e sussurrantes que sombreia e enfatiza todas as digressões das
guitarras, uma voz destemperada, diabrina e enregelada de idioma nativo que se
bamboleia e esperneia por entre a sagacidade instrumental, e uma excepcional bateria
jazzística de toque cintilante, polido,
delicado e instigante que tiquetaqueia com desembaraço, eficiência e exactidão toda
a aromatizada primazia sonora que este ‘Det Stora Hela’ irradia. Este é um
álbum genuinamente primoroso que se distingue pela sua apurada tecnicidade
aliada a uma comovente sensibilidade capaz de enternecer e apaixonar até o mais frio
dos ouvintes. Chego ao final desta caprichosa obra-prima completamente mumificado
e maravilhado pelo requinte lapidar que o mesmo transpira. Embriaguem-se na viscosa
e radiosa melosidade de Jordskred, e
saboreiem um dos mais inolvidáveis discos lançados até ao momento nesta brumosa aurora
de 2019.
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