domingo, 31 de março de 2019

Review: ⚡ Magic Circle - 'Departed Souls‘ (2019) ⚡

Da grande e populosa cidade de Boston (Massachusetts, EUA) chega-nos o triunfante ‘Departed Souls’, o terceiro e novo álbum do poderoso quarteto Magic Circle, lançado muito recentemente pela mão da editora norte-americana 20 Buck Spin sob a forma física de CD, cassete e vinil. Resultada de um titânico e renhido braço de ferro entre um majestoso, ostentoso, enigmático e melódico Heavy Metal de raiz tradicional, um luciférico, esotérico, tenebroso e litúrgico Proto-Metal, e ainda um musculado, dinâmico, tirânico e torneado Hard Rock à boa moda dos 70’s, a vigorosa, oleada e sumptuosa sonoridade de ‘Departed Souls’ tem em prestigiadas bandas como Black Sabbath, Judas Priest, Witchfinder General, Pagan Altar e Rainbow (liderada pelo virtuoso e extravagante guitarrista ex-Deep Purple: Ritchie Blackmore) as suas basilares influências orientadoras. Pendulando entre monolíticas avalanches – galopadas e esporeadas por uma densa e ardente imponência – que nos encobrem, sacodem e soterram na sua profunda altivez, e refinadas, obscuras, solenes e enfeitiçadas baladas de beleza e envolvência outonal que nos seduzem, arrebatam e conduzem pela sua dourada maviosidade, a rica e fascinante musicalidade deste novo registo de Magic Circle é executada e domesticada a um epopeico primor capaz de ofuscar e conquistar até o mais exigente dos ouvintes. Nas rédeas de ‘Departed Souls’ estão duas guitarras reinantes de influentes, monstruosos, formosos e mordentes Riffs de feições Sabbath’icas e de onde desabrocham e se estriam dilacerantes, faustosos, esdrúxulos e ziguezagueantes solos, um baixo massivo – de uma reverberação motorizada e facilmente sussurrável – que se sustenta com base nas suas linhas potentes, densas, tensas e resistentes, uma expressiva bateria de cadências tanto velozes e fulminantes como vagarosas e relaxantes, e uma epopeica e liderante voz de longo alcance que alterna entre uma tonicidade melódica, diabrina, hipnótica e avinagrada (a fazer recordar os vocais de um Ozzy Osbourne juvenil) e uma áspera, felina, agressiva e urticante ferocidade. ‘Departed Souls’ representa não só o meu registo favorito desta cativante formação norte-americana, como também um dos meus álbuns de eleição lançados até aos territórios primaveris de 2019. Deixem-se eclipsar, possuir e assombrar pela sua forte propensão mística e comunguem esta inspirada obra-prima emoldurada a revivalismo.

Links:
 Bandcamp
 20 Buck Spin

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