Os espanhóis The Dry Mouths preparam-se para lançar no
próximo dia 5 de Abril (sexta-feira) o seu novo e sexto álbum apelidado de ‘Memories
From Pines Bridge’ e que poderá ser apaladado sob a forma digital, de
CD e ainda de uma cuidada edição em vinil através de uma extensa parceria
editorial que envolve a Spinda Records,
Aneurisma Records, Zona Rock Productions, Surnia Records, Monasterio De Cultura e Odio
Sonoro. Apesar da trágica morte do seu baixista Andrés Reyes que tivera lugar no início do presente ano, a banda
decidira direcionar os holofotes para as gravações previamente concluídas com a
presença do mesmo e unir esforços com o apoio das entidades acima citadas de
forma a apresentar aquele que será o primeiro de dois álbuns a lançar em 2019. Destilado
e filtrado das suas vastas e produtivas jam
sessions, este formoso ‘Memories From Pines Bridge’ vem
climatizado por um edénico, meditativo, lenitivo e onírico Post Rock tingido a psicadelismo que se metamorfoseia e incendeia
num fervilhante, volumoso, ostentoso e empolgante Desert Rock de condimentada e saturada ardência. A sua sonoridade ensolarada,
envolvente e encantada – de cariz unicamente instrumental – tem a capacidade de
nos viajar pelas poeirentas artérias que ramificam o histórico e carismático Deserto de Tabernas, de olhar maravilhado
e afogueado pelo Sol vigilante, cabelos entrelaçados na revitalizante brisa, e
alma mitigada e extasiada pela embriagante bafagem solar. Toda uma agradável,
mirífica e louvável narrativa musical que nos petrifica, enternece e sublima ao
longo dos 9 temas que coabitam e balizam este fabuloso álbum de beleza
transbordante e ofuscante. De olhar semi-cerrado, narinas dilatadas e sorriso
desenhado no rosto, somos conduzidos, nutridos e deslumbrados por uma guitarra
profética que tanto nos alcooliza e eteriza com os seus paradisíacos solos
dedilhados e tricotados a desarmante delicadeza, emotividade e destreza, como
nos detona de euforia e prazer com os seus poderosos e copiosos riffs de caule vigoroso, flexível e
volumoso, um baixo sonolento que – com as suas linhas possantes, onduladas, arrastadas
e murmurantes – nos hipnotiza, nebuliza e desmaia a cabeça de encontro ao peito,
e uma agradável bateria de provocante, airosa e magnetizante ritmicidade que tiquetaqueia
e faroliza toda esta maravilhosa evasão da nossa espiritualidade pelas desertas
estradas de um deserto emoldurado e canonizado pelo Cosmos. De enaltecer ainda
o excepcional artwork – de beleza
endeusada e contornos renascentistas – superiormente pincelado e colorido pelo
artista espanhol Iván Carreño. Este
é um álbum irretocável que absorve o ouvinte numa imperturbável sensação de
bem-estar. Deixem-se velejar e canalizar pelas intoxicantes e apaixonantes jams de ‘Memories From Pines Bridge’
que seguramente não vos deixarão de boca seca, e sintam-se desaguar e catalisar
num perfeito estádio de transe
espiritual. Banhem-se na sua intensa radiância sonora e experienciem todo o
esplendor de um dos álbuns mais irresistíveis e arrebatadores lançados até ao
momento em 2019.
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