sexta-feira, 5 de abril de 2019

Review: ⚡ Pharlee - 'Pharlee‘ (2019) ⚡

Da veraneia cidade costeira de San Diego (Califórnia, EUA) – a sagrada meca do Heavy Psych contemporâneo – chega-nos o exótico álbum de estreia dos recém-formados Pharlee, que conta nas suas fileiras com membros de afamadas bandas parentes como Harsh Toke, Sacri Monti e Joy. Lançado hoje mesmo através da suspeita do costume Tee Pee Records (carismática editora sediada em Nova-Iorque e que se adjectiva como a responsável máxima pela promoção da San Diego Scene) sob a forma física de vinil, este espantoso registo de designação homónima encerra um exuberante, glamoroso, jocoso e empolgante Heavy Prog de adoração setentista em perfeita comunhão com um delirante, vertiginoso, venenoso e euforizante Heavy Psych à boa moda californiana. A sua sonoridade diluviana irradia uma ofuscante dose de adrenalina que nos sacode e explode do primeiro ao derradeiro tema. Apesar dos seus parcos 28 minutos de duração, ‘Pharlee’ é um álbum de fácil digestão e devoção que incendeia o ouvinte num prazeroso estádio de intensa comoção. Na composição desta explosiva e criativa receita musical, está uma guitarra ácida de Riffs dançantes, fogosos, vigorosos e entusiasmantes que se supera na sónica e torrencial libertação de uma profusão de solos frenéticos, ciclónicos, alucinógenos e esquizofrénicos, um baixo motorizado e desenhado a robustez, dinâmica e fluidez, um principesco e enigmático teclado conduzido a mirabolantes, opulentos e hipnotizantes bailados, uma bateria inventiva, acrobática e expressiva de galope à rédea solta, e uma voz aveludada, felina, altiva e encorpada que lidera com desarmante simetria e graciosidade todo este electrizante, buliçoso e magnetizante bacanal. Sendo eu um intratável apaixonado pelo radioso psicadelismo transpirado por esta radical cidade à beira-mar plantada, depositava grandes esperanças na estreia desta constelação de estrela locais, e a mesma não só atestara a minha expectativa como ainda despregara as suas costuras. ‘Pharlee’ é um disco intensamente vibrante – de consumo impróprio para cardíacos – que causa em nós toda uma detonação de fervor e excitação. Deixem-se efervescer na berrante folia orquestrada pelos Pharlee e testemunhem com plena fascinação e exaltação o seu primeiro passo discográfico de uma carreira que se deseja de extensão duradoura e qualidade produtiva. Um dos mais fortes candidatos aos lugares cimeiros da listagem referente aos melhores discos do ano está aqui, no impactante registo de estreia destes novos embaixadores do tão peculiar psicadelismo oriundo desta cidade sulista situada no sul do estado californiano.

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