Depois de no passado ano ter
lançado o muito promissor EP ‘Hot’ (desconstruído e reverenciado
aqui), o power-trio nórdico Stew ressurge agora com a exposição
integral de ‘People’, o seu tão ansiado álbum de estreia. Oficialmente lançado
hoje mesmo pelo afamado selo discográfico californiano Ripple Music sob
a forma física de CD e vinil, este inspirado primeiro trabalho de longa duração da jovem
banda enraizada na pequena e pacata cidade de Lindesberg (situada no sul
da Suécia) traz-nos a aromática e lasciva ardência de um fogoso,
melódico e ostentoso Blues Rock de roupagem revivalista e (in)discreta vocação
ZZ Top’eana aliada à desarmante e contagiante imponência
de um elegante, carismático e provocante Classic Rock executado à boa
moda dos gloriosos anos 70 e de onde facilmente se apalada e reconhece uma
adorável reminiscência Led Zeppelin’esca fielmente resgatada do final dos irreverentes 60's. A sua sonoridade
libidinosa, inflamante e pomposa conjuga na perfeição deleitosas, frescas e harmoniosas
baladas de transbordante, idílica e magnetizante sensibilidade, com extravagantes,
instigantes e poderosas galopadas de adrenalina à flor da pele, num admirável equilíbrio
de emoções que nos mantém de entusiasmo e fascinação firmemente estimulados do
primeiro ao derradeiro tema. São 38 minutos totalmente envoltos num clima risonho
de luminância e fragrância primaveris que nos faz inalá-los e vivenciá-los de alma arrebatada, olhar
deslumbrado e sorriso desenhado no rosto. Este cativante tridente de reinantes
instrumentos empunhados e toda uma apaixonante e dialogante simbiose a
articulá-los lança-se numa encantadora e inspiradora passeata musical de onde
sobressai uma sumptuosa e garbosa guitarra de serpenteantes, refinados e
dançantes Riffs desenhados a volúpia e conduzidos a destreza, de onde se
arborizam e enfatizam aparatosos, excêntricos, principescos e vaidosos solos,
um hipnotizante baixo de reverberação bafejada em linhas oscilantes, fluídas,
torneadas e dançantes, uma acrobática bateria de ritmicidade eficiente, caprichada,
vivificante e arrojada, e uma primorosa e prodigiosa voz de simetria charmosa,
altiva e melodiosa que de forma impactante condimenta e abrilhanta todo este
esplendoroso álbum. ‘People’ é um apoteótico registo lavrado a distinta
primazia que me enfeitiçara e extasiara sem qualquer moderação. E é ainda afogueado
e tomado pela sua intensa sensualidade que o premeio como um dos discos mais
formosos de 2019. Irrepreensível e imaculado aos meus ouvidos. Bronzeiem-se e melifiquem-se nele.
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