O soberano quarteto polaco Dopelord
está de regresso com o seu quarto álbum apelidado de ‘Sign of the Devil’
e hoje mesmo lançado numa configuração autoral através dos formatos físicos de
CD e vinil. A par dos seus antecessores, este novo trabalho da já consagrada formação
sediada na cidade-capital de Varsóvia escuda-se num monolítico, luciférico,
esotérico e fumarento Stoner-Doom de vigorosa, negra, cerimoniosa e
embriagada bafagem Black Sabbath’ica e Electric
Wizard’eana, que prontamente nos captura e converte em seus
devotos discípulos. A sua sonoridade intensamente poderosa, intrigante,
dominante e rumorosa – untada em THC – amortalha e enterra o ouvinte
numa profunda e febril narcose que o canaliza e eteriza do primeiro ao
derradeiro tema. De cabeça pesada e detidamente baloiçada de ombro em ombro,
pálpebras pesadas e desmaiadas, e narinas amplamente dilatadas, somos tentados
e convidados a ingressar num impactante, nebuloso, umbroso e aliciante ritual
de turíbulos dançantes e fumegantes, e chocantes e extravagantes sacrifícios inteiramente
dedicados ao lado eclipsado da religião. Toda uma monstruosa, esverdeada,
alucinógena e pavorosa avalanche alavancada, rugida e nutrida por duas monárquicas e influentes guitarras
enrijecidas, amaldiçoadas e enegrecidas por despóticos, carregados, enlutados e
mastodônticos Riffs através dos quais rasgam, espreitam e se desvendam luminosos, ácidos,
inflamados e virtuosos solos de elevada toxicidade, um portento, sísmico e
violento baixo de linhas sombreadas, oleadas e carregadas a uma musculada,
bafejante, possante e latejada reverberação, uma tempestuosa bateria locomovida
e pontapeada a uma explosiva, forte e altiva ritmicidade, e ainda uma liderante voz tanto
avinagrada, ecoante, rutilante e enregelada quanto fragosa, demoníaca, colérica
e fogosa que contrasta na perfeição com o denso, tenso e intimidante negrume que
reveste todos os fatídicos céus deste profano ‘Sign of the Devil’. O opulento
artwork – de traço bastante gráfico e marcadamente influenciado por uma atemorizante
ambiência inquisidora – que confere rosto a esta
renovada e endiabrada liturgia rezada por Dopelord é da autoria do ilustrador / tatuador
seu compatriota Fabian Staniec. Deixem-se encobrir, tentar e possuir pela
fascinante, maciça e horripilante exalação baforada pelos poros de ‘Sign
of the Devil’, e vivenciem com inteira entrega e devoção as
troantes trevas que trajam, maquilham e oxigenam este apocalíptico álbum integralmente
governado por uma expressiva e imperiosa pujança de essência pagã.
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