Da cidade sueca de Gotemburgo
chega-nos o muitíssimo agradável álbum de estreia do electrizante power-trio Åskväder
(tradução de “trovoada” no idioma sueco). Carimbado com a designação homónima
e oficialmente lançado no passado mês de Março pela mão do influente selo nórdico
The Sign Records nos formatos físicos de CD e vinil, este primeiro
trabalho do tridente sueco vem governado por um animado, tórrido, melódico e
ritmado Hard Rock de fragrância nórdica com indiscretas e ousadas aproximações
aos domínios de um dançante, sedutor e elegante Blues Rock e de um entusiástico,
irreverente e efervescente Garage Rock. A sua sonoridade simpática,
mexida, equilibrada e radiofónica serpenteia-se e pavoneia-se com vistoso erotismo,
provocando no ouvinte um chamejante e incessante estádio de ofuscante
deslumbramento que o climatiza do primeiro ao derradeiro tema. Tricotado por
uma irresistível guitarra que se exterioriza em apaixonantes, dinâmicos, convidativos
e radiantes Riffs de fácil digestão, e vaidosos, apurados, inspirados e lustrosos
solos destilados a orientados a desarmante lubricidade, pontapeado por uma
flamejante bateria de galopante, desembaraçada, agitada e emocionante ritmicidade,
fibrado por um possante baixo de linhas baloiçantes, densas, sombreadas e
magnetizantes, e ainda sulfatado por uma aromática, felina e catártica voz de
tez sedosa, doce, afável e melodiosa – a fazer recordar o timbre vocal de Óskar
Logi Ágústsson (guitarrista e vocalista da banda islandesa The Vintage
Caravan) – que poliniza e purifica toda a primaveril atmosfera de ‘Åskväder’.
De destacar e elogiar também o fantástico e extravagante artwork – de créditos
arremessados ao ilustrador sueco Johan Leion – que confere um rosto
chamativo a esta sorridente estreia da jovem formação viking. ‘Åskväder’
é um álbum inteiramente oxigenado por um temperamento bem-humorado que nos
contagia e inebria ao longo dos seus 34 minutos de duração. Mais do que
tempestuoso – como o seu nome sugere - ‘Åskväder’ é um registo
verdadeiramente desanuviado e bonanceiro. Recostem-se confortavelmente, rebaixem as pálpebras,
curvem a linha labial na direcção do sorriso, chocalhem livremente a cabeça, e vivenciem todo
o extasiante, carismático e provocante esplendor de um primoroso álbum que supera as fronteiras do
sublime.
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