terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Review: ⚡ Stone House on Fire - 'Time is a Razor' (2022) ⚡

★★★★

Proveniente da outra margem do oceano Atlântico, acaba de dar à costa o novo álbum do talentoso quarteto sul-americano Stone House on Fire – originário do município brasileiro Volta Redonda (estado do Rio de Janeiro) – designado ‘Time is a Razor’ e oficialmente lançado pela mão do selo discográfico italiano Electric Valley Records através dos formatos digital e vinil. Combinando um fogoso, condimentado, aprumado e libidinoso Heavy Blues de contagiante balanço Boogie e forte odor setentista com um viajante, ensolarado, colorido e delirante Psychedelic Rock de texturas caleidoscópicas e clima tropical, a elegante, irresistível e inflamante sonoridade de ‘Time is a Razor’ inspira-se em referências clássicas como Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Cream, Santana e ZZ Top, bem como noutras da contemporaneidade como Graveyard, The Flying Eyes, Brutus, The Vintage Caravan e Horisont. São 34 minutos recheados de uma enérgica, ardente, erodente e prismática efervescência psicotrópica que ocasionalmente se dissolve numa plácida e morfínica narcose de misticismo entorpecido. À estonteante boleia de duas guitarras serpenteantes que se balanceiam em sinuosos, musculados, torneados e oleosos Riffs – fervidos pelo urticante efeito Fuzz – e envaidecem em solos uivantes, virtuosos, aparatosos e alucinantes, uma voz felina de mélicos, ásperos, sedutores e melódicos rugidos banhados em whiskey, um vultoso baixo de linhas murmurantes, hipnóticas, fibróticas e enleantes, e uma emocionante bateria de percussão tribalista, suor latino e aura ritualista, este glorioso segundo trabalho dos brasileiros Stone House on Fire impregna o ouvinte num afrodisíaco LSD que lhe escancara as portas da percepção e o mergulha na boca do Cosmos interior. Este é um álbum de beleza e destreza intocáveis, brilhantemente executado à minha imagem. Um registo apimentado, expressivo e arrojado que tão bem conjuga o dourado requinte de um delicioso Blues vintage com a ácida combustão de um cheiroso psicadelismo reluzido a extravagância sessentista. Consumam este chamejante, sensacional e viciante ‘Time is a Razor’ sem qualquer moderação, e vivenciem-no de fio a pavio com vibrante e transbordante comoção.

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