Com pouco mais
de quinze anos de actividade pautada pela inesgotável fertilidade discográfica
e uma constante mutação da equação que recorta e costura a sua musicalidade, o talentoso trio
holandês DeWolff acaba de lançar o seu 15º trabalho de longa-duração,
intitulado ‘Love, Death & In Between’ e carimbado pela mão da
companhia discográfica independente Mascot Records nos formatos LP, CD e
digital. De carvão incandescente e chaminé fumegante, esta harmoniosa locomotiva
neerlandesa viaja pelos territórios de um espirituoso, colorido, aprumado
e charmoso Psychedelic Rock de fragância vintage, e um dançante, apaixonante,
festivo e contagiante Rhythm and Blues (R&B) que nos faz bater o pé e estalar os dedos, sempre farolizada
pela cândida luminosidade da irresistível música Soul. Tendo como
principal inspiração a impactante experiência que fora comungar um comovente sermão
litúrgico liderado pelo enérgico reverendo Al Greene na sua igreja
localizada em Memphis (cidade musicalmente abastada, plantada na margem
do rio Mississippi, e a mais populosa do estado do Tennessee, EUA),
‘Love, Death & In Between’ ostenta uma sonoridade aureolada, ensolarada,
ritmada e bem-disposta que fará o ouvinte sorrir, salivar e bailar do primeiro
ao derradeiro tema. Com cerca de 60 minutos de duração e uma deífica, diluviana
e salvífica luzência que nos inunda o coração, este novo álbum de DeWolff
presentei-nos com um vibrante, radiante e garboso desfile carnavalesco que nos rouba
a atenção, ofusca de sedução e sacode de exultação. Graciosamente baloiçado
entre apetitosas, relaxantes e açucaradas baladas impróprias para diabéticos e
apimentadas, entusiásticas e fervorosas galopadas de instrumentos em aparatosa ebulição,
‘Love, Death & In Between’ é um disco tremendamente afável, oxigenado
a atmosfera cabaresca, que não deixará ninguém indiferente. Na órbita deste
reinante tridente – constituído por uma pomposa guitarra de acordes condimentados
e solos encaracolados, uma bateria soberbamente jazzística de estimulante
vitalidade rítmica, um polposo teclado divertidamente groovy e swingado,
e uma voz melosa, melodiosa e acetinada, escoltada de perto por um jovial e luminoso
coro vocal de brilho Gospel – vagueia toda uma profusão de músicos
convidados, onde facilmente se reconhecem os reverberantes murmúrios de um baixo
sombreado, os queimantes, enfáticos e dialogantes sopros combinados entre um saxofone,
um trompete, um trombone e uma flauta, e as cativantes acrobacias de uma percussão
tribal, que confere a esta opulenta obra superiormente musicada toda uma adornada
estética orquestral. ‘Love, Death & In Between’ é um registo bem-humorado, educado, bamboleante e perfumado que nos deslumbra e bronzeia de uma nirvânica religiosidade. Batizem-se nele.
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