Da cidade
americana de Portland (no estado do Oregon) chega-nos a violenta explosividade
clamada pelo electrizante tridente ofensivo HÖG
com o lançamento do seu tremendo álbum de estreia intitulado ‘Blackhole’
e editado nos formatos LP, CD e digital pela influente mão da prestigiosa
companhia discográfica californiana RidingEasy Records. Flamejada,
inflamada e esporeada por um fogoso, tonificado, lubrificado e libidinoso Hard
Rock de tentador balanço boogie, um combativo, colérico, eufórico e altivo
Heavy Metal em intensa e irrespirável combustão, um tétrico, rugoso,
trevoso e diabólico Proto-Doom que nos encarvoa a alma, e ainda um vertiginoso,
aparatoso, irascÃvel e incansável Punk Rock de espÃrito indomável, a excitante,
impiedosa, monstruosa e viciante sonoridade de ‘Blackhole’ representa um
enérgico e ardente trago de alcoolizada adrenalina que nos atiça e intoxica do
primeiro ao derradeiro tema. Um bélico e incendiário cocktail molotov
onde flagram e crepitam clássicas influências como Motörhead, Blue
Cheer, The Stooges, Judas Priest, AC/DC, Ramones,
Budgie, Toad e Grand Funk Railroad, bem como outras da
modernidade como Deathchant, Petyr, War Cloud, Ball,
EMU, R.I.P., Love Gang, Cloud Catcher e Bison
Machine. Um barulhento e potente muscle car – de turbo ligado e
acelerado a alta rotação – que derrete o alcatrão e nos faz fervilhar de
emoção. A ferocidade e a fogosidade de mãos dadas, disparadas num enlouquecedor
vórtice que nos desaparafusa a sanidade mental. Pura dinamite. Um sÃsmo emocional. Engolidos por
este impiedoso e poderoso buraco negro que tudo destrói no seu caminho, somos abalroados
e varridos por um monolÃtico tsunami de endorfinas. Deixem-se embevecer, endoidecer
e detonar em múltiplos acessos de descontrolado entusiasmo provocados e alimentados por
uma guitarra predatória de dança giratória – discÃpula de Angus Young – que
se manifesta em musculosos, abrasivos, explosivos e furiosos riffs
forjados no fogo de onde esvoaçam, num orgásmico grito, derrapantes, histéricos,
caóticos e alucinantes solos em eufórica e selvática debandada, um baixo denso,
tenso e encorpado de linhas baloiçantes, atléticas, elásticas e magnetizantes,
uma bateria expressiva, incisiva e bombástica – de ritmicidade metralhada a imparável
agilidade e infernal impetuosidade – que nos vergasta com um chicote em chamas,
e uma voz urticante, cavernosa, felina e liderante – de rouquenhos rugidos Lemmy’escos
– que ressoa, ecoa e nos guia pela tenebrosa infinidade de ‘Blackhole’. Este é um álbum verdadeiramente pujante,
negro, sujo e pesado – endemoninhado por uma atmosfera euforizante, turbulenta
e sufocante – que nos faz cravar os dentes nos lábios, cerrar os punhos,
incendeia o olhar e incentiva a enfrentar com bravura todas as dificuldades da
vida. Um dos mais fortes candidatos a álbum do ano está aqui, na vigorosa, impositiva
e gloriosa estreia de HÖG. Exorcizem-se nele.
Links:
➥ Instagram
➥ Bandcamp
➥ RidingEasy Records

Sem comentários:
Enviar um comentário