quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Review: 💣 HÖG - 'Blackhole' (2025, RidingEasy) 💣

★★★★

Da cidade americana de Portland (no estado do Oregon) chega-nos a violenta explosividade clamada pelo electrizante tridente ofensivo HÖG com o lançamento do seu tremendo álbum de estreia intitulado ‘Blackhole’ e editado nos formatos LP, CD e digital pela influente mão da prestigiosa companhia discográfica californiana RidingEasy Records. Flamejada, inflamada e esporeada por um fogoso, tonificado, lubrificado e libidinoso Hard Rock de tentador balanço boogie, um combativo, colérico, eufórico e altivo Heavy Metal em intensa e irrespirável combustão, um tétrico, rugoso, trevoso e diabólico Proto-Doom que nos encarvoa a alma, e ainda um vertiginoso, aparatoso, irascível e incansável Punk Rock de espírito indomável, a excitante, impiedosa, monstruosa e viciante sonoridade de ‘Blackhole’ representa um enérgico e ardente trago de alcoolizada adrenalina que nos atiça e intoxica do primeiro ao derradeiro tema. Um bélico e incendiário cocktail molotov onde flagram e crepitam clássicas influências como Motörhead, Blue Cheer, The Stooges, Judas Priest, AC/DC, Ramones, Budgie, Toad e Grand Funk Railroad, bem como outras da modernidade como Deathchant, Petyr, War Cloud, Ball, EMU, R.I.P., Love Gang, Cloud Catcher e Bison Machine. Um barulhento e potente muscle car – de turbo ligado e acelerado a alta rotação – que derrete o alcatrão e nos faz fervilhar de emoção. A ferocidade e a fogosidade de mãos dadas, disparadas num enlouquecedor vórtice que nos desaparafusa a sanidade mental. Pura dinamite. Um sísmo emocional. Engolidos por este impiedoso e poderoso buraco negro que tudo destrói no seu caminho, somos abalroados e varridos por um monolítico tsunami de endorfinas. Deixem-se embevecer, endoidecer e detonar em múltiplos acessos de descontrolado entusiasmo provocados e alimentados por uma guitarra predatória de dança giratória – discípula de Angus Young – que se manifesta em musculosos, abrasivos, explosivos e furiosos riffs forjados no fogo de onde esvoaçam, num orgásmico grito, derrapantes, histéricos, caóticos e alucinantes solos em eufórica e selvática debandada, um baixo denso, tenso e encorpado de linhas baloiçantes, atléticas, elásticas e magnetizantes, uma bateria expressiva, incisiva e bombástica – de ritmicidade metralhada a imparável agilidade e infernal impetuosidade – que nos vergasta com um chicote em chamas, e uma voz urticante, cavernosa, felina e liderante – de rouquenhos rugidos Lemmy’escos – que ressoa, ecoa e nos guia pela tenebrosa infinidade de ‘Blackhole’. Este é um álbum verdadeiramente pujante, negro, sujo e pesado – endemoninhado por uma atmosfera euforizante, turbulenta e sufocante – que nos faz cravar os dentes nos lábios, cerrar os punhos, incendeia o olhar e incentiva a enfrentar com bravura todas as dificuldades da vida. Um dos mais fortes candidatos a álbum do ano está aqui, na vigorosa, impositiva e gloriosa estreia de HÖG. Exorcizem-se nele.

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