terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Review: 🚀 Frozen Planet 1969 - 'Echoland' (2025, Pepper Shaker Records) 🚀

★★★★

Com mais de duas décadas de existência e duas mãos cheias de álbuns editados, o irreverente tridente australiano Frozen Planet 1969 – domiciliado na cidade artística de Sydney – desperta agora de uma inédita hibernação que se seguira ao lançamento em 2022 de ‘Not From 1969’ (aqui trazido e merecidamente enaltecido) para descansar e presentear todos os seus fiéis seguidores com o descortinar de um novo capítulo discográfico da sua maravilhosa odisseia espacial intitulado ‘Echoland’ e previsivelmente promovido pelo seu selo caseiro Pepper Shaker Records através dos formatos CD e digital. Continuando a fazer da libertadora configuração jam a sua estrela orientadora, os australianos neste seu novo álbum não deixam de atribuir uma estrutura mais raciocinada e cinzelada aos desiguais temas que o povoam. Camaleónica, alucinógena, sónica e devaneante, a desamarrada sonoridade de ‘Echoland’ vagueia livre e vaidosamente pela sempiterna vacuidade cósmica de um narcotizante, aventuroso, odoroso e viajante Space Rock que se embebeda de influências nos clássicos germânicos UFOAgitation Free e Cosmic Jokers, e incendeia-se na incandescente lava de um electrizante, propulsivo, explorativo e excitante Heavy Psych sintonizado nas mesmas frequências de relevantes referências da actualidade como os californianos Earthless, os texanos Tia Carrera ou os parisienses Domadora. Ricocheteando entre a gélida e contemplativa lisergia que nos faz levitar, sonolentos e sem destino, pelos deslumbrantes e inexplorados jardins alienígenas, e a vulcânica e imersiva euforia que nos embala na centrifugante vertigem sideral, somos encandeados, magnetizados e engolidos pela feitiçaria instrumental de Frozen Planet 1969. Este caldeirão cósmico – de espuma transbordante e coloração pulsante – que encerra chamejantes fornalhas estelares, planetas sombrios, enxames de asteroides e cometas luzidios – é revolvido por uma guitarra ácida que se meneia em dançantes, oleados, tonificados e provocantes riffs que desaguam num mirabolante manancial de solos serpenteantes, escorregadios, enleantes e fugidios, um baixo motorizado de linhas empoladas, elásticas, enfáticas e sombreadas, e uma bateria soberbamente groovy de ritmos quentes, agitados, fluídos e atraentes. São 42 minutos de incessante sedução que nos mantém de fascinação atrelada a este foguetão do primeiro ao derradeiro tema. ‘Echoland’ é um álbum sofisticado, envolvente e apaixonante – condimentado pelo sal do oceano astral – que fará dos seus ouvintes verdadeiros astronautas no seu infindável Cosmos espiritual.

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