Hoje dei por mim a rever um dos melhores filmes do género “Per Qualche dollaro in più” (1965) de Sergio Leone, e pensei: Porque é que este género cinematográfico me fascina tanto? Confesso que me arrepio com o olhar incisivo e de um Clint Eastwood, com a elegância de um Henry Fonda, com a serenidade de um Lee Van Cleef, com a bravura de um John Wayne, e a segurança de um James Stewart. Da mesma forma admiro quem orienta todo este verdadeiro estrelato, como é o caso de um John Ford, Sergio Leone, John Huston, Howard Hawks e até um destemido Sam Peckinpah. Grande parte da minha adoração pelos westerns deve-se, também, aos locais onde são rodados, tais como Monument Valley (Arizona), os Montes Alabama (Califórnia), o deserto de Almería (sul de Espanha), o deserto de Mojave (Califórnia) e o deserto de Sonora (situado entre os Estados Unidos e o México). É a conciliação entre a psicologia dos espaços e as características das personagens que me conquista emocionalmente. Observar a chegada despreocupada de um forasteiro a uma nova cidade, onde todos se questionam discretamente acerca da sua identidade e intenções, trazendo consigo um cavalo, tabaco, um revólver Colt e uma espingarda winchester, é-me deveras inspirador. A suspeição citadina que acaba sempre por expandir-se até ao gabinete do xerife. A entrada do cowboy solitário num saloon eufórico onde o whisky, as apostas e a prostituição têm clara evidência. Onde se ouvem testemunhos de bravura, onde se contam piadas sobre pistoleiros falhados e se cobiçam as terras dos povos indígenas. Adoro o contraste ambiental (o antes e o depois da entrada do cowboy no saloon) e a serenidade com que o cowboy se adapta ao silêncio incomodativo. Adoro a forma como ele “fotografa” cada pessoa e os seus movimentos, o seu cortejo convicto até ao balcão e a ênfase dedicada ao triângulo amoroso (e o consequente duelo numa avenida deserta e empoeirada). Tudo isto é poesia bruta, coberta por um magnífico manto metafórico.
sábado, 13 de novembro de 2010
Western
Hoje dei por mim a rever um dos melhores filmes do género “Per Qualche dollaro in più” (1965) de Sergio Leone, e pensei: Porque é que este género cinematográfico me fascina tanto? Confesso que me arrepio com o olhar incisivo e de um Clint Eastwood, com a elegância de um Henry Fonda, com a serenidade de um Lee Van Cleef, com a bravura de um John Wayne, e a segurança de um James Stewart. Da mesma forma admiro quem orienta todo este verdadeiro estrelato, como é o caso de um John Ford, Sergio Leone, John Huston, Howard Hawks e até um destemido Sam Peckinpah. Grande parte da minha adoração pelos westerns deve-se, também, aos locais onde são rodados, tais como Monument Valley (Arizona), os Montes Alabama (Califórnia), o deserto de Almería (sul de Espanha), o deserto de Mojave (Califórnia) e o deserto de Sonora (situado entre os Estados Unidos e o México). É a conciliação entre a psicologia dos espaços e as características das personagens que me conquista emocionalmente. Observar a chegada despreocupada de um forasteiro a uma nova cidade, onde todos se questionam discretamente acerca da sua identidade e intenções, trazendo consigo um cavalo, tabaco, um revólver Colt e uma espingarda winchester, é-me deveras inspirador. A suspeição citadina que acaba sempre por expandir-se até ao gabinete do xerife. A entrada do cowboy solitário num saloon eufórico onde o whisky, as apostas e a prostituição têm clara evidência. Onde se ouvem testemunhos de bravura, onde se contam piadas sobre pistoleiros falhados e se cobiçam as terras dos povos indígenas. Adoro o contraste ambiental (o antes e o depois da entrada do cowboy no saloon) e a serenidade com que o cowboy se adapta ao silêncio incomodativo. Adoro a forma como ele “fotografa” cada pessoa e os seus movimentos, o seu cortejo convicto até ao balcão e a ênfase dedicada ao triângulo amoroso (e o consequente duelo numa avenida deserta e empoeirada). Tudo isto é poesia bruta, coberta por um magnífico manto metafórico.
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