Imaginem uma fusão entre a
banda germânica WhiteBuzz e os
xamânicos OM. Conseguiram? Eu ajudo:
Haoma. Este power-duo natural da Suécia estreia-se com o seu disco homónimo repleto
de riffs inquisidores, pausados, narcotizantes
e nebulosos capazes de transformar a nossa cabeça num turíbulo dançante. São 24
minutos de constante imersão nos densos oceanos da hipnose. Uma viagem
espiritual de alma embriagada pelas corrosivas linhas de um baixo Rickenbacker possante, sujo
e sombreado que se arrasta pelos lamacentos prados do Doom Metal. A atiçar constantemente o riff está uma bateria Sleep’eana
que – com as suas investidas lúcidas e erosivas – mantem-nos aprisionados a esta
sagrada e prazerosa paralisia. Uma voz lasciva e sideral massaja o torneado
corpo do riff, refortalecendo os nós
das amarras que nos conservam na sua órbita. Sintam estas psicotrópicas vibrações
darem à costa da vossa consciência desprendendo-a rumo ao deslumbrante trance.
Haoma é uma extasiante odisseia de ares consagrados que nos assombra e
lapidifica. Um verdadeiro mantra que nos convida à penetrante meditação transcendental
deixando para trás o corpo desmaiado. Bronzeiem as vossas almas nesta intensa, fecundante e
tenebrosa radiação Doom’esca. Uma
das grandes surpresas do ano está aqui.
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