Sou um admirador confesso de
Brian Ellis. Conheci-o algures em
2009 de guitarra empunhada ao serviço dos Astra,
e nesse mesmo ano tive a enorme satisfação de ver ao vivo no sul de Espanha essa
banda californiana que tão bem alia o Prog
Rock ao Psych Rock. Em 2013
apaixonei-me pelo seu novo projecto chamado Psicomagia, uma incrível explosão de Psych Jazz onde Ellis toca superiormente saxofone. E agora, em 2015,
sinto-me completamente conquistado pelo aparecimento de um outro novo projecto musical
chamado Brian Ellis Group (onde
Ellis está entregue às teclas). Este multi-instrumentista – criador de
intermináveis projectos das mais contrastadas naturezas musicais (Psych, Prog,
Jazz, Pop, Indie, Folk, World e Country) – demonstra possuir uma inteligência
musical que parece não conhecer fronteiras, e prova disso é a sua obra-prima “Escondido Sessions”.
Este disco lançado por uma
das minhas editoras favoritas, El
Paraíso Records (Causa Sui, Papir, Sun River, Psicomagia,…), é uma gritante
combustão de Prog Jazz que nos
provoca um constante distúrbio de prazer. Um disco tremendamente especial que,
para além de Brian Ellis, conta também com a ilustre presença de outros músicos
como David Hurley (Astra), Paul Marrone (Radio Moscow), Michael Hams e Patrick Shiroishi. “Escondido Sessions” encerra uma caótica, sublime
e dinâmica emancipação instrumental que estimula a nossa alma a forçar a saída
das costuras corporais que a confina e desabrochar cosmos adentro num visceral
orgasmo que ecoará por toda a infinidade astral. A sua sonoridade convulsiva e vibrante
tem em nós um efeito hipnotizante que nos mantem de pupilas dilatadas do
primeiro ao último tema. Procedente da orgiástica união entre o Prog Rock e o Jazz Fusion, este disco de natureza esquizofrénica conta com um
elegante saxofone que se serpenteia numa dança sedutora, uma entusiástica
bateria de soberba orientação rítmica que aliada à percussão tribalista e
galopante empresta ao álbum uma incrível ambiência carnavalesca, e o extasiante
passeio de Brian Ellis pelas teclas harmonizando e suavizando toda a atmosfera
extravagante de “Escondido Sessions”. Este é um dos caos instrumentais mais bem
governados da história da música. Um disco ao qual o nosso sentimento de
entrega e devoção amadurece a cada audição que lhe dedicamos.
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