Muito recentemente foi-me
dada a louvável e irrecusável oportunidade de comungar em primeira mão –
através da Caleidoscópio Radio – o
novo álbum do power-trio lisboeta The Crazy Left Exerience apelidado de ‘Bill's
108th Space Odyssey’ e que será oficialmente lançado no próximo dia 18 de
Novembro em formato digital. Este poderoso enteogénico via auditivo provocara
em mim uma sagrada e prazerosa levitação rumo à infinidade espacial. Baseado
num envolvente, contemplativo e fascinante Psych
Rock entrelaçado num lisérgico, relaxante e sidérico Space Rock, a deslumbrante, anestésica e viajante sonoridade deste
novo álbum convida-nos a navegar pelo oceano cósmico a velocidade de cruzeiro, de
lucidez embaciada e olhar hipnotizado e ancorado no firmamento que se reinventa
à nossa passagem. De consciência narcotizada, seduzida e atrelada a toda esta
atmosfera morfínica e nebulosa – retirada do mais produtivo e extravagante
sonho de Timothy Leary – somos conduzidos pelas distensíveis autoestradas
cósmicas que nos afunilam aos mais secretos e idosos domínios do Universo. Sintam-se
orbitar uma extasiante e profética guitarra que se deslaça em solos uivantes, ecoantes,
gélidos e delirantes e se envaidece em mélicos, petrificantes e comoventes
acordes, um baixo imensamente dançante de linhas pulsantes, agitadas e robustas,
e uma bateria jazzística de requintada e estimulante orientação rítmica. ‘Bill's
108th Space Odyssey’ é uma verdadeira odisseia espiritual que nos abraça
e eteriza do primeiro ao último tema. Recostem-se confortavelmente, abram as
portas da percepção e inspirem toda esta ataráxica brisa estelar. The Crazy Left Experience tem o dom de
escancarar as comportas da nossa espiritualidade, arremessando-nos pelos profundos
e aveludados céus cor de noite, e deixando para trás o nosso corpo completamente
despido e inanimado. Este é um disco de audição obrigatória a todos aqueles que
ambicionam contrariar a gravidade terrestre e aventurar-se tão para lá do lado
eclipsado da Lua. Um dos melhores registos de 2016 está aqui, na lisérgica
essência de ‘Bill's 108th Space Odyssey’.
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