Aquela que é – muito
provavelmente – a minha banda espanhola favorita acaba de surpreender todos os
seus seguidores não só com o inesperado regresso ao activo, mas também com o
lançamento de um novo álbum brilhantemente desenvolvido pela sua reformulada constituição.
‘Mk.
II / Promethea's Armageddon’ dá nome ao tão ansiado regresso de Prisma Circus e dá também seguimento à
tão animada caravana sonora de tração setentista
que de forma tão fiel caracteriza a banda desde a sua origem. Lançado ontem –
dia 28 de Dezembro – em formato digital através da sua página oficial de Bandcamp, este novo álbum ostenta um
euforizante, poderoso, charmoso e exuberante Heavy Psych N’ Blues de inspiração revivalista que nos instiga a
vivenciá-lo numa prazerosa e enérgica comoção que nos sacode e inquieta do
primeiro ao último tema. A sua sonoridade delirante, carismática e elegante
desfila envaidecidamente sobre a ténue linha entre a tecnicidade e a
emotividade. Um intenso e indomável carrossel que nos passeia e manuseia a uma velocidade
estonteante pela absorvente, frenética e extasiante atmosfera sonora de ‘Mk.
II / Promethea's Armageddon’. Deixem-se apaixonar, diluir e atordoar
pelo arrebatamento saturado deste fascinante e irreverente power-trio e alucinem ao extraordinário som de uma guitarra
embriagada e desvairada que se amuralha e consolida em riffs sumptuosos,
veneráveis e portentosos e se extravia e ziguezagueia por entre solos
imensamente sedutores, velozes e enlouquecedores, um baixo portentoso de linhas
robustas, dinâmicas, oscilantes e astutas que diligencia até as mais ousadas
digressões da guitarra, uma bateria empolgante e furiosa de acrobacias
ligeiras, hipnóticas e talentosas que
nos agita violentamente a cabeça na instintiva resposta, uma voz galopante,
colérica e instigante de tonalidade áspera e cauterizante que esporeia todo o
restante instrumental, e ainda um órgão de bailados influentes, charmosos,
enigmáticos e sumptuosos que sulfatiza toda a majestosa ambiência deste tão
aguardado renascimento da formação sediada em Barcelona. Este é um álbum de contornos epopeicos que grita por um
lançamento em formato físico. Um registo de fácil digestão que promete
abastecer de adrenalina todos aqueles que nele ancorarem a sua atenção.
Dispam-se de todas as inibições e deixem-se perturbar pela fervilhante
sublimação de ‘Mk. II / Promethea's Armageddon’ num dos grandes álbuns do
ano.
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