quinta-feira, 31 de maio de 2018

Review: ⚡ Pershagen - ‘Tarfala’ (2018) ⚡

Da Suécia chega-nos o novo álbum do quarteto Pershagen apelidado de ‘Tarfala’. Depois de em 2016 ter absorvido e consequentemente elogiado o seu primeiro álbum ‘Den Siste Av Mitt Namn’ (review aqui), esta fascinante formação escandinava acaba de lançar o seu sucessor em formato digital e em formato físico de vinil (numa edição limitada a poucas centenas de cópias disponíveis) através da página oficial de Bandcamp. A receita sonora que dá gosto a este novo registo é a mesma já posta em prática nos seus antecessores: um relaxante, sublime, explorativo e deslumbrante Psych Rock em prazerosa e harmoniosa concordância com um narrativo, estético, cinematográfico e imaginativo Post Rock de aragem e aroma primaveril. A sua atmosfera intensamente onírica – que envolve e climatiza toda a longevidade do álbum – causa no ouvinte uma forte sensação de sedação que nos eteriza, deslumbra e suaviza do primeiro ao derradeiro tema. São cerca de 42 minutos empoeirados e saturados de um inebriante, adorável e comovente encantamento que nos embacia a lucidez e narcotiza os sentidos. Recostem-se confortavelmente, selem as pálpebras, respirem pausada e profundamente e sintam-se transcender ao som conjugado de uma guitarra sumptuosa que se ostenta em acordes afáveis, atraentes, paradisíacos e veneráveis, e solos transcendentes, fabulosos, extasiantes e luxuriosos, um baixo soberbamente contemplativo que se movimenta em linhas pausadas, robustas e lenitivas, uma agradável bateria jazzística orientada a um toque cintilante, polido, delicado e elegante, e ainda um singular e arrebatador pedal steel de uivantes, hipnóticos, irresistíveis e tocantes deambulações que empresta toda uma carismática, mística e magnetizante ambiência Western a este admirável e copioso álbum. ‘Tarfala’ é um registo forjado e adornado por uma estarrecedora suavidade, gentileza, capricho e beleza que lhe conferem toda uma desarmante excelência capaz de convencer e apaixonar o mais apático dos ouvintes. Na essência sonora de Pershagen passeia-se uma mágica, espirituosa e acolhedora aura que nos abraça, enfeitiça e namora com total fervor e expressividade. Inalem os perfumados, relaxantes e inebriantes ares que povoam e sobrevoam os verdejantes e ataráxicos horizontes de ‘Tarfala’, e testemunhem toda a radiosa e portentosa maviosidade de um dos discos mais melodiosos e adocicados de 2018.

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