Da grande e populosa cidade
de Baltimore (Maryland, EUA) acaba de
chegar um dos discos por mim mais aguardados do ano. ‘Act One’ é – tal como o
seu nome sugere – o álbum de estreia da jovem banda Alms, e – apesar do seu nascimento oficial ter sido apontado apenas
para o final do verão – fora antecipado e lançado no passado dia 8 de Junho pelo
selo discográfico norte-americano Shadow
Kingdom Records nos formatos físicos de vinil, cassete e CD (este último
estará disponível apenas no final do mês de Agosto / início de Setembro). Fundamentado
numa intrigante, sumptuosa e fascinante cerimónia de onde sobressai um imperioso,
ritualístico, adornado e charmoso Proto-Metal
de tração setentista que de forma
harmoniosa e apaixonante se entrosa com um vistoso, melódico, refinado e
majestoso Hard Rock de natureza
clássica e tradicionalista, este hipnótico, pitoresco e imensamente sedutor ‘Act
One’ tem o dom de nos envolver e enfeitiçar do primeiro ao último
minuto. A sua sonoridade verdadeiramente estética, provocante e irresistível –
resultada de uma bem-sucedida fusão e fermentação da musicalidade de bandas tais
como Coven, Wishbone Ash, Blood Ceremony,
Ruby the Hatchet e The Well – causa no ouvinte uma demorada
e prazerosa sensação de intenso arrebatamento que o climatiza, magnetiza, cega
e domina ao longo de toda esta distinta liturgia. Há algo de verdadeiramente
enfeitiçador na faustosa e aristocrática atmosfera de ‘Act One’ que nos faz
ouvi-lo e comungá-lo completamente inebriados, perplexos e maravilhados pela
deslumbrante sublimidade que o mesmo irradia. Ingressem nesta melodiosa e ostentosa
galopada de ares revivalistas ao volante de duas guitarras que se entrançam na produção
e condução de riffs grandiosos, cativantes,
nobres e poderosos e se desencontram na exuberante e extravagante libertação de
alucinantes, soberbos e desarmantes solos, um carismático, singular e aromático
teclado que se evidencia em magnetizantes, prestigiosos, bizarros e arrepiantes
bailados, uma adorável bateria superiormente executada e esporeada a requinte,
leveza e destreza, e ainda duas vozes perfumadas, sedosas, afáveis e melodiosas
que retocam e finalizam esta caprichada e inspirada obra-prima. É-me ainda relevante
evidenciar pela positiva o extraordinário artwork
da autoria do ilustrador Justin Stubbs
que reveste e maquilha na perfeição tudo o que este trabalho de Alms sugere ao ouvinte. ‘Act
One’ é indubitavelmente um dos meus álbuns favoritos de 2018. Um disco
verdadeiramente impactante que certamente não deixará ninguém indiferente. Embrenhem-se
na sua enigmática e edénica magnificência e vivenciem com plena veneração e
rendição uma das mais exímias preciosidades musicais lapidadas este ano. Que
disco!
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