Da cidade-capital de Lima (no Peru) chega-nos ‘Cosmos’, o potente álbum de estreia
do jovem e promissor quarteto Rito Verdugo.
Lançado no início do presente mês de Julho em formato digital através da sua
página oficial de Bandcamp e com uma
edição especial em formato de CD pelo influente selo discográfico local Necio Records prestes a conhecer a luz
do dia, este primeiro trabalho da formação peruana vem nutrido e robustecido de
um galopante, poderoso e inquietante Heavy
Psych com claras influências de um ardente, tonificado, ritmado e alucinante
Stoner Rock à boa moda dos 90’s. A
sua sonoridade intensa e vibrante – de textura desértica, temperatura veraneia e
ritmicidade frenética – tem a capacidade de nos sacudir, detonar e arremessar para
os domínios gravitacionais de um Sol vulcânico. A sua produção lo-fi dá-lhe uma áspera, crua, poeirenta
e nebulosa saturação que mareia e incendeia os nove temas que orbitam este ‘Cosmos’.
São cerca de 42 minutos bafejados e bronzeados por uma radiação psicotrópica que
nos remexe, enfurece e atordoa. Sintam o tórrido, colérico e escarpado rugido
de duas guitarras que se auxiliam na imponente cimentação de obscuros, vigorosos,
tirânicos e ostentosos riffs, e se disseminam
na sónica libertação de alucinantes, ácidos e penetrantes solos capazes de
esgrimir e esbater a nossa lucidez. Banhem-se na tensa e sísmica reverberação de
um baixo movido a linhas sombrias, ondulantes e magnetizantes. Destravem a
cabeça à empolgante boleia de uma bateria explosiva, dinâmica e erosiva que atiça
e empola todos os momentos do álbum, e intriguem-se com os vocais distorcidos,
ecoantes, distantes e incisivos que sobrevoam toda a radiosa neblina de Rito Verdugo. Este é um álbum verdadeiramente
entusiasmante que nos inflama e retira o fôlego do primeiro ao último minuto.
Um disco de propensão ousada e ofensiva que vem enriquecer o que de melhor se faz dentro
deste espectro musical na América do Sul.
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