domingo, 17 de março de 2019

Review: ⚡ Haunt - 'If Icarus Could Fly‘ (2019) ⚡

Depois de no passado ano de 2018 me terem surpreendido com o seu magnífico álbum de estreia ‘Burst Into Flame’ (Review aqui) e de já no presente ano terem reacendido a chama do meu empolgamento com o impactante EP ‘Mosaic Vision’ (Review aqui), eis que estes titânicos cavaleiros do Heavy Metal estão novamente de regresso com o lançamento do seu tão aguardado segundo álbum apelidado de ‘If Icarus Could Fly’ e promovido pela mão da editora discográfica norte-americana Shadow Kingdom Records (com a qual a banda reforça os seus laços de exclusividade contratual) na forma física de CD, cassete e vinil. Localizados no coração da Califórnia (mais concretamente na cidade de Fresno), este poderoso quarteto de lanças apontadas ao carismático New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM) são hoje uma das referências contemporâneas mais influentes do género e naturalmente uma das minhas favoritas. A sonoridade de Haunt encerra uma majestosidade, ardência, acutilância e ferocidade que me deixam de batimentos cardíacos acelerados, respiração ofegante e alma exaltada, arrebatada e atestada de pura adrenalina. Baseado num melódico, ostentoso e vulcânico Heavy Metal de natureza tradicional – que tanto se assanha num possante e desenfreado galope, como se enternece em harmoniosas e maravilhosas passagens aclimatadas por uma sumptuosa envolvência – este ‘If Icarus Could Fly’ representa o segundo capítulo da sua nobre e memorável digressão iniciada com o álbum antecessor, e que em tudo se assemelham. Nas rédeas desta cavalaria pesada de vocação belicista estão duas exímias guitarras gémeas que se entrelaçam na ascensão e condução de imperiosos, dinâmicos, tirânicos e luxuosos riffs, e se desenlaçam na selvática e virtuosa emancipação de solos verdadeiramente vertiginosos, extravagantes, atordoantes e prodigiosos, um baixo de reverberação bafejante que se carrega por entre linhas pulsantes, volumosas, vigorosas e trovejantes, uma bateria incisiva e ofensiva de ritmicidade incessantemente turbulenta, e uma voz formosa, lustrosa, cristalina e penetrante que se esclarece e enobrece por entre o rumoroso, altivo e combativo instrumental. Se já no confronto com o seu primeiro álbum tinha saído derrotado, deste segundo duelo saio justamente nessa mesma condição. Haunt simboliza um misto de sedução, primor, vigor e combustão ao qual não consigo escapar incólume. Regresso de ‘If Icarus Could Fly’ integralmente conquistado e fascinado pela sua ilustre hostilidade e com a inabalável convicção de que este disco de contornos épicos figurará – tal como acontecera com o seu antecessor – nos mais elevados e destacados lugares da listagem final dos melhores álbuns nascidos em 2019.

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