Depois de no passado ano de
2018 me terem surpreendido com o seu magnífico álbum de estreia ‘Burst
Into Flame’ (Review aqui)
e de já no presente ano terem reacendido a chama do meu empolgamento com o
impactante EP ‘Mosaic Vision’ (Review
aqui), eis que estes titânicos cavaleiros do Heavy Metal estão novamente de regresso com o lançamento do seu tão
aguardado segundo álbum apelidado de ‘If Icarus Could Fly’ e promovido
pela mão da editora discográfica norte-americana Shadow Kingdom Records (com a qual a banda reforça os seus laços de
exclusividade contratual) na forma física de CD, cassete e vinil. Localizados
no coração da Califórnia (mais
concretamente na cidade de Fresno),
este poderoso quarteto de lanças apontadas ao carismático New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM) são hoje uma das
referências contemporâneas mais influentes do género e naturalmente uma das
minhas favoritas. A sonoridade de Haunt encerra
uma majestosidade, ardência, acutilância e ferocidade que me deixam de batimentos
cardíacos acelerados, respiração ofegante e alma exaltada, arrebatada e
atestada de pura adrenalina. Baseado num melódico, ostentoso e vulcânico Heavy Metal de natureza tradicional –
que tanto se assanha num possante e desenfreado galope, como se enternece em harmoniosas
e maravilhosas passagens aclimatadas por uma sumptuosa envolvência – este ‘If
Icarus Could Fly’ representa o segundo capítulo da sua nobre e
memorável digressão iniciada com o álbum antecessor, e que em tudo se assemelham.
Nas rédeas desta cavalaria pesada de vocação belicista estão duas exímias guitarras
gémeas que se entrelaçam na ascensão e condução de imperiosos, dinâmicos,
tirânicos e luxuosos riffs, e se desenlaçam
na selvática e virtuosa emancipação de solos verdadeiramente vertiginosos, extravagantes,
atordoantes e prodigiosos, um baixo de reverberação bafejante que se carrega
por entre linhas pulsantes, volumosas, vigorosas e trovejantes, uma bateria
incisiva e ofensiva de ritmicidade incessantemente turbulenta, e uma voz formosa,
lustrosa, cristalina e penetrante que se esclarece e enobrece por entre o
rumoroso, altivo e combativo instrumental. Se já no confronto com o seu
primeiro álbum tinha saído derrotado, deste segundo duelo saio justamente nessa
mesma condição. Haunt simboliza um
misto de sedução, primor, vigor e combustão ao qual não consigo escapar
incólume. Regresso de ‘If Icarus Could Fly’ integralmente
conquistado e fascinado pela sua ilustre hostilidade e com a inabalável convicção
de que este disco de contornos épicos figurará – tal como acontecera com o seu
antecessor – nos mais elevados e destacados lugares da listagem final dos
melhores álbuns nascidos em 2019.
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