Depois de em 2017 ter
lançado o seu bombástico álbum de estreia (‘Freak Out Orgasm!’), o vulcão
nipónico Hibushibire expele agora o
segundo trabalho de longa duração designado de ‘Turn On, Tune In, Freak Out!’
e promovido nos formatos físicos de cassete e vinil pela mão do selo
discográfico inglês Riot Season (com
o qual a banda reforça o seu vínculo editorial). Baseado num explosivo, delirante,
desvairado e inflamante Heavy Psych
que combina o deslumbrante virtuosismo do icónico Jimi
Hendrix, a titânica energia dos clássicos Blue
Cheer e o experimentalismo sónico dos seus compatriotas Acid Mothers Temple, este novo álbum do
power-trio oriental – sediado na
cidade japonesa de Osaka – encerra
uma intensa dosagem de um vistoso, electrizante e poderoso psicadelismo capaz
de provocar no ouvinte uma estrondosa erupção de incontida euforia. A sua
sonoridade saturada e inebriada por uma alucinante vertigem arremessa-nos para
uma frenética e acrobática montanha-russa sem fim à vista. É à empolgante
boleia de uma guitarra intratável que se revolve em furiosos, instigantes e vigorosos
riffs e enlouquece em borbulhantes, gritantes,
ácidos e atordoantes solos, um baixo reverberante de bafagem desenhada a uma
densa e pesada pujança, uma excitante bateria de galope esporeado à rédea solta,
e uma voz avinagrada, diabrina e destemperada que contrasta com o espesso
negrume instrumental, que somos agredidos e exaltados pela transbordante adrenalina
destilada por ‘Turn On, Tune In, Freak Out!’. Este segundo álbum de Hibushibire encerra uma potente,
caótica e dominante explosividade da qual ninguém conseguirá sair ileso. Deixem
que a sua sónica e desenfreada demência rasgue e consuma as vestes da vossa
lucidez, e sintam-se disparar numa violenta e atordoante eclosão pela desmedida
vacuidade do Cosmos sideral. Chego ao final dos 35 minutos de alma
completamente pasmada e abalada pela imensa toxicidade que ‘Turn On, Tune In, Freak Out!’
conserva na sua essência. Uma verdadeira injecção de pura exultação que do
primeiro ao derradeiro tema nos manterá tão para lá da gravidade terrestre. Absorvam-se
neste fervoroso vómito (no sentido elogioso da palavra) de exuberante,
embriagado e extravagante psicadelismo, e embarquem numa exótica odisseia de inspiração
sessentista, liderada pelo mítico Timothy Leary e condimentada pela
intensa lisergia do LSD.
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