sexta-feira, 10 de maio de 2019

Review: ⚡ Hibushibire - 'Turn On, Tune In, Freak Out' (2019) ⚡

Depois de em 2017 ter lançado o seu bombástico álbum de estreia (‘Freak Out Orgasm!’), o vulcão nipónico Hibushibire expele agora o segundo trabalho de longa duração designado de ‘Turn On, Tune In, Freak Out!’ e promovido nos formatos físicos de cassete e vinil pela mão do selo discográfico inglês Riot Season (com o qual a banda reforça o seu vínculo editorial). Baseado num explosivo, delirante, desvairado e inflamante Heavy Psych que combina o deslumbrante virtuosismo do icónico Jimi Hendrix, a titânica energia dos clássicos Blue Cheer e o experimentalismo sónico dos seus compatriotas Acid Mothers Temple, este novo álbum do power-trio oriental – sediado na cidade japonesa de Osaka – encerra uma intensa dosagem de um vistoso, electrizante e poderoso psicadelismo capaz de provocar no ouvinte uma estrondosa erupção de incontida euforia. A sua sonoridade saturada e inebriada por uma alucinante vertigem arremessa-nos para uma frenética e acrobática montanha-russa sem fim à vista. É à empolgante boleia de uma guitarra intratável que se revolve em furiosos, instigantes e vigorosos riffs e enlouquece em borbulhantes, gritantes, ácidos e atordoantes solos, um baixo reverberante de bafagem desenhada a uma densa e pesada pujança, uma excitante bateria de galope esporeado à rédea solta, e uma voz avinagrada, diabrina e destemperada que contrasta com o espesso negrume instrumental, que somos agredidos e exaltados pela transbordante adrenalina destilada por ‘Turn On, Tune In, Freak Out!’. Este segundo álbum de Hibushibire encerra uma potente, caótica e dominante explosividade da qual ninguém conseguirá sair ileso. Deixem que a sua sónica e desenfreada demência rasgue e consuma as vestes da vossa lucidez, e sintam-se disparar numa violenta e atordoante eclosão pela desmedida vacuidade do Cosmos sideral. Chego ao final dos 35 minutos de alma completamente pasmada e abalada pela imensa toxicidade que ‘Turn On, Tune In, Freak Out!’ conserva na sua essência. Uma verdadeira injecção de pura exultação que do primeiro ao derradeiro tema nos manterá tão para lá da gravidade terrestre. Absorvam-se neste fervoroso vómito (no sentido elogioso da palavra) de exuberante, embriagado e extravagante psicadelismo, e embarquem numa exótica odisseia de inspiração sessentista, liderada pelo mítico Timothy Leary e condimentada pela intensa lisergia do LSD.

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