Depois de uma
travessia transatlântica com origem na Dinamarca e destino na idiossincrática
cidade de San Diego (Califórnia, EUA) – a consumada Shangri-La
do Heavy Psychedelic Rock – o conceituado músico nórdico Jonas Munk
(Causa Sui) decidira liderar e timonar na honrosa companhia do influente
Brian Ellis (Astra) toda uma populosa tripulação de consagrados
músicos locais, provenientes de renomadas bandas como Radio Moscow, Sacri
Monti, Monarch, Psicomagia, Astra e Ocelot,
numa auspiciosa mas gloriosa odisseia musical. De âncora recolhida, velas
içadas e bússolas apontadas a um aventuroso, eloquente, irreverente e engenhoso
Avant-Garde Jazz envolvido e revolvido num criativo, dançante,
contagiante e expressivo Progressive Rock regados a um sumarento psicadelismo
Woodstock’eano e a um exótico experimentalismo sem
fronteiras que o espartilhem, ‘San Diego Sessions’ representa uma
carnavalesca conferência brilhantemente musicada por talentosos músicos de
almas aparentadas que me dilatara as pupilas, salivara os ouvidos e enfeitiçara
a alma do primeiro ao derradeiro minuto. Desdobrado em estéticas, intuitivas e
proféticas Jams bronzeadas pelo Sol californiano e borrifadas pela brisa
oceânica que pendulam entre a absorvente lisergia e a ardente euforia, ‘San
Diego Sessions’ conserva – apesar da sua formação rotativa em cada um
dos temas – uma reinante cumplicidade inata e transversal a todos os artistas
que o esculpem e coloram. Na génese deste paradisíaco bacanal de magnetizantes
diálogos instrumentais está uma messiânica guitarra Hendrix’eana
de solos uivantes, espirais e esvoaçantes, um baixo bafejante de linhas
vagueantes, hipnóticas e murmurantes, um carismático órgão de frescas melodias
fabulares, cósmicos sintetizadores que auscultam os domínios alienígenas, e uma
polvorosa bateria – que aliada a uma percussão tribalista – se manifesta em
estonteantes acrobacias circenses. É-me ainda essencial elogiar o vistoso artwork
– soberbamente desenhado pelo inconfundível traço de Alan Forbes – que
conta com a inclusão de indiscretas alusões ao muito prestigioso ilustrador
californiano Rick Griffin, um dos mais relevantes artistas responsáveis pela
transposição para o universo visual de todo o psicadelismo musicado e
borbulhado nos vivificantes anos 60. Degustem sem moderação este espirituoso cocktail
de aroma tropical e vivenciem toda a onírica alquimia vaporizada por este
fantástico colectivo de instrumentos revestidos a um dourado revivalismo. ‘San
Diego Sessions’ será oficialmente lançado amanhã sob a forma física de
CD e vinil através da insuspeita El Paraiso Records, e encerra legítimas
aspirações de firmar uma posição de grande destaque por entre os melhores
álbuns lançados este ano. Um disco que se vislumbra do tamanho das minhas expectativas a ele previamente apontadas. Prazenteiem-se neste rico banquete que vos saciará
todos os sentidos, e embarquem num empolgante safari pela inesgotável liberdade
criativa desta belíssima cidade à beira-mar plantada.
Links:
➥ El Paraiso Records
➥ El Paraiso Records
Sem comentários:
Enviar um comentário