Da cidade alemã de Bamberg
(localizada no estado da Baviera) chega-nos o novo álbum do veemente quarteto
Paralyzed. Carimbado com a designação homónima e oficialmente lançado no
final do passado mês de Janeiro através do formato digital e de uma edição autoral
em formato físico de CD, ‘Paralyzed’ vem afogueado por um picante,
inflamado, fibrado e fumegante Heavy Blues executado à boa moda dos 70’s,
e demonizado por um tenebroso, inquisidor, luciférico e poderoso Proto-Doom
de densas, tensas e negras ressonâncias Black Sabbath’icas
e Pentagram’icas. A sua sonoridade flamejante, cáustica e
intrigante ziguezagueia entre musculadas, fogosas, ostentosas e desenfreadas galopadas
que nos fervilham o espírito, e enlutadas, sedutoras, melancólicas e
embriagadas baladas Graveyard’escas que nos profanam e orvalham
a alma. De dentes cravados nos lábios, narinas dilatadas, olhos revirados, e cabeça
ricocheteada de ombro em ombro, somos enfeitiçados, esporeados e incinerados
pela borbulhante, polposa e fumegante lava vomitada por este rumoroso vulcão em
constante erupção. Motorizado por duas guitarras felinas que se entrançam na ascensão
de empolgantes, coesos, arenosos e intoxicantes Riffs oxidados a um
escaldante efeito Fuzz, e deslaçam na vertiginosa evacuação de berrantes,
alucinados, avinagrados e trepidantes solos, sombreado por um massivo baixo pesadamente
bafejado a linhas possantes, sísmicas e impactantes, bombardeado por uma pujante
bateria de ritmicidade impetuosa, enérgica e lustrosa, velejado por uma
farpada, melódica e enfática voz que combina a aristocrática tonalidade de um Jim
Morrison com os cavernosos rugidos de um Mark Lanegan, e ainda
fugazmente perfumado pela harmoniosa, enigmática e odorosa frescura de um litúrgico órgão Hammond,
este portentoso ‘Paralyzed’ é banhado por um intenso afrodisíaco
que nos bronzeia, pontapeia e entontece do primeiro ao derradeiro tema. São 48
minutos condimentados a vivificante combustão que nos alcooliza, estimula e
euforiza num febril estádio de transbordante tentação. Deixem-se arrebatar e carbonizar na saturada
incandescência magicada pelos feiticeiros germânicos Paralyzed, e embalem num destravado vórtice
oxigenado a pura fascinação e catártica excitação.
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