Dois anos
corridos depois de lançado o seu homónimo álbum de estreia (aqui trazido
e elogiado), o quarteto estónio Centre El Muusa descortina agora o seu
segundo trabalho de longa duração intitulado ‘Purple Stones’ e promovido
pelo influente selo discográfico germânico Sulatron Records nos formatos
físicos de CD e vinil (ambos limitados a uma prensagem de 500 cópias existentes
cada). Incensado por um cativante, idílico, xamânico e deslumbrante Country
Rock de envolvência Western, um ensolarado, colorido, descontraído e
açucarado Psychedelic Rock de orientação astral, e um arejado,
enfeitiçante, dançante e condimentado Krautrock de aroma oriental, este
novo registo da jovem formação enraizada no leste europeu desdobra no imaginário
do ouvinte todo um adornado tapete desértico, onde se espreguiçam majestosos
Saguaros, vagueia uma apaladada brisa, e se debruça sobre as imponentes montanhas
que recortam o horizonte um lisérgico Sol de bafo morno e palpável. De olhar
semi-selado, espírito aureolado, visões caleidoscópicas, sensações ataráxicas e
corpo demoradamente troteado por um cavalo cansado que percorre as douradas
areias de um interminável deserto farolizado a luzência crepuscular, somos
engolidos, nutridos e embalados pela etérea, nirvânica e anestésica sonoridade de
‘Purple Stones’. Todo um reconfortante oásis banhado a mescalina
que nos viaja – de membros massajados e sentidos adormecidos – pela sempiterna
espiral de uma inescapável hipnose. Na composição deste narcótico fármaco gravitam
entre si uma guitarra Mariachi de Riffs cativantes e solos
uivantes, um baixo hipnotizante de linhas distendidas e ondeantes, uma absorvente
bateria de batida entretida e constante, e ainda harmoniosos teclados de swing
jazzístico e mugidos cósmicos. Esta é a banda sonora perfeita para emoldurar finais
de tarde veraneios, de corpos recostados, pele bronzeada e cerveja gelada empunhada.
Deixem-se velejar ao prazeroso sabor das lenitivas, quentes e contemplativas vibrações
emanadas pelo balsâmico exotismo de Centre El Muusa, e permitam-se adormecer soterrados nas insondáveis profundezas da doce letargia.
Links:
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➥ Bandcamp
➥ Sulatron Records
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