Três anos
depois de desabrochado o deleitoso ‘We Are’ (álbum que assinalara
de forma mais indiscreta a guinada da banda germânica para os adoráveis territórios
Progressivos), os já lendários Colour Haze surpreendem agora a
sua populosa legião de fiéis seguidores com o lançamento-relâmpago do epopeico ‘Sacred’
pela insuspeita mão da sua editora discográfica pessoal Elektrohasch. Descortinado
integralmente no imediato através do formato digital, tendo o lançamento em CD
calendarizado para o final do presente mês e uma prensagem em vinil a desenfornar
no próximo mês de Outubro, este 14º álbum de estúdio da sobejamente consagrada
banda oriunda da cidade de Munique vem perfumado, colorido e ajardinado por
um deslumbrante, reconfortante e ensolarado Psychedelic Rock de mãos
dadas a um elegante, opulento e dançante Progressive Rock. Inebriados e
embalados pela extasiante melosidade que nos assalta os sentidos, vagueamos livremente
pelas douradas, aveludadas e infindáveis planícies sonoras – banhadas a uma luzência seráfica – desta
inspirada obra. Enriquecido ainda com um envolvente swing de aura jazzística,
‘Sacred’ é um registo erudito que vive de uma imaculada simbiose
instrumental que decerto comoverá até o mais apático dos ouvintes. Tricotado
por uma endeusada guitarra de faustosa caligrafia arábica – superiormente amestrada
– dedilhada a subtileza, sentimento e destreza transbordantes, bafejado por um
baixo baloiçante de tonalidade quente e locomoção serpenteante, costurado por
uma requintada bateria – soberbamente jazzy – de toque polido, cintilante,
preciso e flamejante, magicado pelos teclados oníricos de místicas melodias e mil
coros celestiais, e entoado pelos vocais sóbrios, trovadores e senhoriais, ‘Sacred’ assume-se como um álbum verdadeiramente transformador, nirvânico e enternecedor que
ricocheteia entre passagens de etérea tranquilidade e outros de redentora efervescência.
O majestoso artwork de ambiência mitológica que embeleza mais um
triunfante capítulo discográfico de Colour Haze aponta os seus créditos
autorais à talentosa ilustradora / tatuadora Sara Koncilja (artisticamente conhecida
por Yagasara). São 42 minutos saturados de uma ofuscante imersão que nos embalsama num
imperturbável estádio de plena fascinação. Um álbum apurado, delicado e sublime
que jamais nos proíbe o sorriso e apaga o brilho no olhar. Mal posso esperar
por comungar esta santificada obra de alta-costura composicional ao vivo no
próximo dia 28 na cidade do Porto (Hard Club). Canonizem-se nela.
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