segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Review: 🌌 Acid Rooster - 'Hall of Mirrors' (2024) 🌌

★★★★

Da cidade de Leipzing chega-nos o novíssimo álbum de uma das minhas bandas germânicas predilectas: Acid Rooster. Depois do homónimo nascido em 2019 (análise aqui) e dos seus sucessores ‘Ad Astra’ avistado em 2022 (análise aqui) e ‘Flowers & Dead Souls’ florescido em 2023 (análise aqui), este criativo, inspirador e explorativo power-trio apresenta o seu quarto trabalho de longa duração intitulado ‘Hall of Mirrors’ e lançado a três mãos pelos selos discográficos Tonzonen Records (responsável pela distribuição em território europeu), Cardinal Fuzz (responsável pela distribuição no Reino Unido) e Little Cloud Records (responsável pela distribuição nos EUA) sob os formatos LP, CD, cassete e digital. Antes de traduzir para a forma textual tudo o que ‘Hall of Mirrors’ plantara e desabrochara no meu universo emocional, é justo começar por referir, sem qualquer reserva, de que se trata do meu álbum favorito da banda alemã. Incensado por um deslumbrante, imersivo e inebriante Space Rock, um enfeitiçante, caleidoscópico e viajante Psychedelic Rock e um meditativo, hipnótico e lenitivo Krautrock, este novo registo de Acid Rooster dilui o ouvinte numa intoxicante, milagrosa e narcotizante hipnose sem saída de emergência. Uma extasiante massagem cerebral de amplificação consciencial e consagração espiritual que nos embarca numa relaxada, sagrada e sensacional peregrinação em direcção ao radiante Sol de mística fragância oriental. Sintam-se flutuar tranquila e livremente pelas seráficas, quietas e ataráxicas águas de ‘Hall of Mirrors’ e bronzear à exposição de uma sideral, diáfana e virginal luzência capaz de banhar, expurgar e sanar as zonas mais obscuras da nossa alma. Deixem-se mumificar, prender e encantar pela psicotrópica poeira estelar de Acid Rooster à envolvente boleia sonora de uma guitarra aventurosa que se meneia em vistosos, anestésicos, alucinógenos e libidinosos riffs de onde florescem solos coloridos, trepidantes, ácidos e estonteantes, uma bateria de galope Krauty movida a um ritmo saltitante, esponjoso e estimulante, um baixo deliciosamente groovy de linhas ondeantes, elásticas, magnéticas e murmurantes, e um mágico, espiritual e celestial sintetizador que com o seu exotismo electrónico exorciza todo o Cosmos. ‘Hall of Mirrors’ é uma fantástica odisseia no espaço alienígena que tanto nos transporta, vendados e sem coordenadas, por inexplorados territórios mentais de nebulosidade sem visibilidade como nos viaja, lúcidos e fascinados, por azulados céus governados por uma messiânica e ofuscante claridade. São 40 minutos que nos engolem. De olhar selado, cabeça baloiçante, corpo serpenteante e espírito arrebatado levitamos pela vertiginosa verticalidade astral sem nunca olhar para trás. Uma pesada e profunda narcose que nos seduz, amolece, adormece e conduz ao infinito e mais além. Entrem no universo onírico de Acid Rooster e testemunhem toda a lisérgica e profética beatitude de um dos álbuns mais nirvânicos do ano.

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