Young
Mr. Lincoln (1939) de John Ford
The Woman in the Window (1944) de Fritz Lang
The Stranger (1946) de Orson Welles
The Naked City (1948) de Jules Dassin
I Am Curious Yellow (1967) de Vilgot Sjoman
Viy (1967) de Georgi Kropachyov e Konstantin Yershov
Solaris (1972) de Andrey Tarkovskiy
The Breakfast Club (1985) de John Hughes
Ferris Bueller’s Day Off (1986) de John Hughes
Blue Velvet (1986) de David Lynch
Trees Lounge (1996) de Steve Buscemi
Until The Light Take Us (2008) de Aaron Aites e Audrey Ewell
The Cabin in the Woods (2011) de Drew Goddard
On the Road (2012) de Walter Salles
terça-feira, 30 de outubro de 2012
ELDER
Quando ouvi Elder pela primeira
vez (algures em 2011), não suspeitei sequer que, um ano mais tarde, seria uma das
minhas bandas favoritas. É uma das poucas bandas que preserva a sua posição no
mais íngreme ponto da minha eleição musical. Esta banda natural de Massachusetts (EUA) é
uma perfeita descarga do melhor que os três instrumentos (baixo, guitarra e
bateria) conseguem fazer. Afirmo, sem gaguejar, que Elder é a banda que,
presentemente, mais me abala emocionalmente. Temas como “Riddle of Steel Pt.1”,
“Dead Roots Stirring” e “Gemini” são das melhores músicas que ouvi em toda a
minha vida. Verdadeiras obras de arte. Elder é o mais bem-parecido filho que o
Doom e o Stoner conceberam. O trabalho do guitarrista (Avé, Nick DiSalvo) é
simplesmente colossal. A sua guitarra manifesta-se de forma indomável, soltando
milhões de gemidos que se estendem ao longo do riff. É verdadeiramente arrebatador
e delirante. Não existem, sequer, movimentos de cabeça que consigam acompanhar
(de forma justa e desejada) todo este serpentear supersónico que a guitarra de
Nick DiSalvo descreve. O baixo de Jack Donovan é do mais deslumbrante possível.
Uma autêntica e estonteante cavalgada que deixa o ouvinte completamente assombrado
pelas musculadas oscilações que descarrega na atmosfera. Resta-me falar do, não menos relevante,
baterista (Matt Couto) e da sua capacidade em pautar toda esta dança alucinante
e imprevisível da guitarra e do baixo. Matt Couto é o travão e o acelerador do
efeito que toda esta morfina sonora preserva na alma do ouvinte. A imponente
voz do Nick ecoa entre os escombros deixados pela radiação instrumental. Esqueçam
aquela sensação frustrante de estarem a ouvir uma passagem deliciosa e esta não ser repetida ao longo da música. Elder é o prolongar do melhor que a música nos pode
oferecer.
Tive, recentemente, o prazer de conversar com o Nick DiSalvo, e este falou-me do desejo em tocar em solo Europeu (vão ao Roadburn em 2013). Assegurou-me, ainda, que pretendem tocar em Portugal e Espanha num futuro bastante próximo. Assim espero.
Tive, recentemente, o prazer de conversar com o Nick DiSalvo, e este falou-me do desejo em tocar em solo Europeu (vão ao Roadburn em 2013). Assegurou-me, ainda, que pretendem tocar em Portugal e Espanha num futuro bastante próximo. Assim espero.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
domingo, 28 de outubro de 2012
Bombino, o Jimi Hendrix (também) da cidade.
Já os ponteiros do relógio se
arrastavam para as 22:30 quando chegámos às imediações do clube africano B’leza.
Ainda não se ouvia a gritante guitarra do Bombino, e isso acalmou a nossa urgência
em entrar e ancorar os nossos corpos em frente ao altar tuaregues. Tempo ainda
para beber mais uma cerveja relaxada no balcão e, de seguida, romper plateia
adentro (enquanto Bombino ainda apoiava a guitarra acústica no seu ombro).
Bombino brindou os presentes com uma pequena sessão acústica que serviu de introdução
ao que verdadeiramente se avizinhava. A longa vidraça do clube dava acesso às
calmas águas do rio Tejo, ao resplandecente Cristo Rei enraizado na margem sul
e à imponente ponte 25 de abril. Cá dentro, Bombino dedilhava suaves e
viajantes brisas que perfumam as areias do deserto africano. Mas não demorou em
empunhar a guitarra eléctrica e dar inicio ao que seria uma jam verdadeiramente
encantadora que contagiara tudo e todos. Era impossível não dançar. O poder do
riff a isso nos obrigava. Bombino apresenta um desert blues demasiado entusiástico
para que consigamos deter os movimentos, quase que instintivos, do nosso corpo.
E dançar é a reacção mais espontânea. Toda a banda batia energicamente o pé no
soalho do palco. O baterista, de Tagelmust
(véu índigo) abraçado ao rosto, aumentava as palpitações cardíacas da ambiência
sonora. O baixista, sempre sorridente para com o público, teve uma performance
monstruosa nas asas de um baixo que só conhecia ritmos altamente viajantes. O
guitarrista rítmico, que se ocupava da sombra de Bombino, disferia convictos golpes
em contra tempo nas cordas da sua guitarra. E todos estes ingredientes em
comunhão resultaram num Bombino repleto de espasmos emocionais e de uma plateia
em perfeito delírio. A guitarra de Bombino liderava toda aquela verdadeira
orgia musical. Entre infinitos gemidos, os seus solos gritantes extasiavam toda
a plateia. Todos sorriam de olhos fechados, enquanto baloiçavam as cabeças.
Todo aquele momento fazia jus ao nome do clube que acolhera esta poeirenta
banda da região de Agadez. Foi um momento épico, ao qual nem alguns amigos da
banda resistiram em subir ao placo e fazer tudo o que aquela sonoridade os obrigara a fazer. O público sorria entre si. Naquele momento, nenhum de nós
desejaria estar em algum outro local do universo. Bombino é chamado de Jimi
Hendrix do deserto e, não só esse nome lhe assenta (muito) bem, como até o prorrogaria
a “Jimi Hendrix do deserto e da cidade”. Todos nós ficamos mais ricos depois da
inesquecível noite de 27 de Outubro.
sábado, 27 de outubro de 2012
Se tudo correr como previsto... Freak Valley Festival 2013
A nova edição do festival de Heavy-Stoner-Psych-Blues contará com a extensão de mais um dia (30 de Maio) e apresenta já esta deliciosa ementa:
Orange Goblin
Uncle Acid & The Deadbeats
Causa Sui
The Machine
Asteroid [Fuck Yeah]
Nightstalker
Orange Sunshine
Ape Machine
Stoned Jesus
The Muggs
Abrahma
The :Egocentrics
Pet The Preacher
Pyramidal
Katla
Banda De La Muerte
Radar Men From The Moon
(mais confirmações em breve - inclusive a minha)
Orange Goblin
Uncle Acid & The Deadbeats
Causa Sui
The Machine
Asteroid [Fuck Yeah]
Nightstalker
Orange Sunshine
Ape Machine
Stoned Jesus
The Muggs
Abrahma
The :Egocentrics
Pet The Preacher
Pyramidal
Katla
Banda De La Muerte
Radar Men From The Moon
(mais confirmações em breve - inclusive a minha)
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Salmo do Ser, do Sentir, do Viver
Sent a man to mars today
At least that's what the marsian say
Did you get your ticket to the show
And all the rocks are red but at least they roar
Spaceman finds himself a cold bib
You know it's been a strange trip
At least that's what the marsian say
Did you get your ticket to the show
And all the rocks are red but at least they roar
Spaceman finds himself a cold bib
You know it's been a strange trip
Excuse me brother if it's not too much to ask
Could you show, Show me where he could find some tit
Clear across town, I heard about a place
Where you can take all you want, could fit it on your plate
And that must been a small price to pay
But I can't imagine your life, another way
You didn't ask for this but it is all you've got
Let the good times roll babe, ready or not
And I don't think there for I, I am man
And why is this the hardest thing in the world for you to understand
Could you show, Show me where he could find some tit
Clear across town, I heard about a place
Where you can take all you want, could fit it on your plate
And that must been a small price to pay
But I can't imagine your life, another way
You didn't ask for this but it is all you've got
Let the good times roll babe, ready or not
And I don't think there for I, I am man
And why is this the hardest thing in the world for you to understand
Girls and boys back home they made us up
And when we raise in the morning is cause we hear the call
Piccadillys Circus and popping mothers pills
And all those cheep blues 45s giving all the brick Americanos thrills
What do you call when all is brining you down
We stare at the record covers and dreaming about getting our asses out of town
The more you ignore the feeling the more it pulls you in
The harder you try to do right, the easier it is to understand sin
I didn't ask for this but it is all you got
Let the good times roll babe, ready or not
And I don't think there for I, I am a man
Why is this the hardest thing in the world for you to understand
You didn't ask for this, but it is all you've got
Let the good times roll babe, ready or not
And I don't think there for I,I am a man
Why is this the hardest thing in the world for you to understand
Why is this the hardest thing in the world for you to understand
For you to understand
For you to understand
For you to understand
Brant Bjork - Born to Rock
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Desabafos que também são os meus...
Minha bela e esquiva Elena: eis-me de novo em Paris por causa de ti. Não fui capaz de te esquecer. Tentei. Mas ao entregares-te inteiramente a mim ficaste senhora do meu ser. Queres ver-me? Não estás arrependida? Não acabaste com tudo para sempre? Bem o merecia, mas não faças isso, ias matar um amor profundo, maior ainda pelo muito que tentei combate-lo. Estou em Paris…
Anais Nin em "Delta de Vénus"
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
On the Road (2012) de Walter Salles
No verão de 2010 terminava de ler
um dos livros da minha vida. “On the Road”
de Jack Kerouac mudava a minha vida e a forma como a passaria a viver desde então. Nunca um
diário me cativara tanto como “On the Road”,
escrito em plena viagem pela descoberta de um ideal (que poderia levar Kerouac
à salvação ou à perdição), cativou. Mas, como ele dizia, a estrada é a vida.
Algures em 2011 soube que a adaptação desta obra literária para cinema estava na estrada. Fiquei completamente extasiado por poder ver todas
aquelas palavras ganharem vida e forma. Mas conhecia também o risco de me
desiludir, uma vez que “On the Road”
pesava toneladas na minha consideração. A expectativa era enorme, do tamanho da
admiração pela obra, e ontem, 21 de Outubro, pude – finalmente – ver o filme.
Num equilíbrio pela ténue corda da incerteza, acabei por pender para o lado da decepção.
Walter Saller (realizador) teve a coragem de estrear “On the Road” em cinema, e aplaudo-o apenas por isso. A mística que
sobrevoou todo o livro não existe em filme, e até arrisco dizer, que grande
parte dos espectadores que viram o filme e ainda não leram o livro, vão
deixá-lo intacto nas bancas. Walter Salles tinha um argumento de excelência nas
suas mãos, mas foi incapaz de lhe prestar um contributo justo. É um filme
fraco, baseado num livro que tem a capacidade de conduzir vidas (como a minha).
domingo, 21 de outubro de 2012
sábado, 20 de outubro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Cowboys, Prostitutas e Lap Dance's
Venham daí os copos vazios porque o “The taking of Blackheart” dos americanos
Five Horse Johnson acaba de passar pelo balcão. Depois de uma ressaca de seis
anos em que a banda natural de Toledo (Ohio, EUA) não lançou um único álbum,
entra agora em pleno saloon de esporas abraçadas às texanas e olhar à Clint
Eastwood. O novo disco destes cowboys de coldre desapertado é uma verdadeira
descarga de Blues à maneira setentista. Neste novo álbum, a robustez dos riffs
está mais consistente que nunca. É um disco onde até os mais recatados batem o
pé e estalam os dedos. Temos aqui um requintado exemplo da consequente mistura
de Blues, Hard Rock e Stoner Rock. Bem-vindos a este bar do Texas onde só passa
Five Horse Johnson na juke box, e as senhoras se serpenteiam sensualmente sob o
olhar atento de camionistas e motards de cerveja empunhada. Enrijeçam as
gargantas porque “The taking of
Blackheart” é um trago forte (mas doce).
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