Da cidade de Sydney (Austrália)
chega-nos mais um renovado capítulo folheado pelas intuitivas, envolventes,
viajantes e criativas jam's de natureza exclusivamente instrumental, superiormente
nutridas e conduzidas pelo inesgotável power-trio Frozen Planet 1969,
que desde o já longínquo ano de 2013 deflagram toda a extensão discográfica da
banda. Intitulado de ‘Cold Hand Of A Gambling Man’ e com a data
do seu lançamento oficial tripartida pelos diferentes formatos que o
representam: digital (disponível a partir de amanhã, 22 de Abril, pela mão do
selo caseiro Pepper Shaker Records), CD (agendado para o próximo dia 29
de Abril igualmente através do seu selo autoral Pepper Shaker Records) e
vinil (este último adiado apenas para dia 15 de Maio pela mão da editora
holandesa HeadSpin Records), este novo álbum da produtiva e inventiva formação
australiana simboliza a sequela conceptual – como o seu artwork assim denuncia
– principiada pelo seu antepenúltimo trabalho ‘The Heavy Medicinal Grand
Exposition’ aqui devidamente desconstruído e elogiado em 2018. A
par do que acontece com os seus numerosos antecessores, ‘Cold Hand Of A
Gambling Man’ vem oxigenado por um evolutivo, magnetizante, sideral e
imersivo Heavy Psych de instrumentos farolizados e influenciados pelas incandescentes
fornalhas estelares que combatem de forma desigual todo o inestimável negrume
cósmico. De cabeça pesadamente arremessada para um constante movimento pendular
de ombro a ombro e alma inteiramente enfeitiçada e exorcizada pela mística e
enigmática radiância astral, somos atrelados à absorvente, convidativa,
lenitiva e eloquente sonoridade de Frozen Planet 1969, e vagueados pela
expansiva vacuidade de um Cosmos bocejante. Deixem-se embalar, siderar e
extasiar pelo exótico experimentalismo transpirado e desdobrado por uma intoxicante
guitarra de semente alienígena que se esvaia em atordoantes, desfigurados,
ácidos e delirantes solos, pela magnética ressonância vociferada por um baixo
ronronante que se carrega ao volante de linhas pulsantes, densas, fluídas e
ondeantes, e pela ritmicidade Funky trauteada e pavoneada por uma
bateria relaxante, deleitosa, engenhosa e reconfortante. De espalhar também a
apologia pelo detalhado, animado e fantástico artwork de créditos
apontados ao artista gráfico John Debono-Cullen (igualmente responsável
pelo visual do primeiro álbum pertencente a esta sequela). ‘Cold Hand Of
A Gambling Man’ tem a edénica capacidade de nos oscilar entre uma mélica
lisergia e uma anestésica euforia. Sintam-se perecer num súbito desmaio de
prazer e embevecer ao apaladado sabor das etéreas brisas suspiradas pelos obstinados Frozen
Planet 1969 e as suas tão características jam's.
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