Detective
Diaries S01 (2021) de Jerome Bartlett, Cole Springer & Geoff
Todd ★★★★★
Fear and Loathing in
Las Vegas (1998) de Terry Gilliam ★★★★☆
Killer in Question S01 (2020) de Joe Carmina ★★★★☆
A Fatal Confession: Keith Morrison Investigates (2019)
de Azriel Relph
★★★★★
The Happy Face
Killer: Mind of a Monster (2021) de Carl Hindmarch ★★★☆☆
The Thing (1982) de John Carpenter ★★★★★
José Afonso: Traz outro Amigo também (2021) de Nuno Galopim &
Miguel Pimenta ★★★★☆
Mustang (2015) de Deniz Gamze
Ergüven ★★★★☆
Reprisal! (1956) de George Sherman ★★★☆☆
3:10 to Yuma (1957) de Delmer Daves ★★★★★
Comanche Station (1960) de Budd Boetticher ★★★☆☆
Ted Lasso S02 (2021)
de Brendan Hunt, Joe Kelly & Bill Lawrence ★★★★★
Die Hard (1988) de John McTiernan ★★★★☆
Jazzé Duarte (2019) de Jorge Paixão da
Costa ★★★★☆
Last Night in Soho (2021) de Edgar Wright ★★★☆☆
The Northman (2022) de Robert Eggers ★★★★☆
Better Call Saul S06
(2022) de Vince Gilligan & Peter Gould ★★★★★
American History X (1998) de Tony Kaye ★★★★★
Suggia (2018) de Ricardo Espírito
Santo ★★★★☆
Hannibal (2001) de Ridley Scott ★★★★☆
Honeyland (2019) de Tamara Kotevska
& Ljubomir Stefanov ★★★★★
Murders at the Boaring House S01 (2021) ★★★☆☆
Yellowstone S01
(2018) de Taylor Sheridan & John Linson ★★★★★
A Nightmare on Elm
Street (1984) de Wes Craven
★★★★☆
Yellowstone S02
(2020) de Taylor Sheridan & John Linson ★★★★★
Mary Kay Letourneau: Notes
on a Scandal (2022) de Johnny Burke
★★★★☆
The Professionals (1966) de Richard Brooks ★★★★☆
Yellowstone S03 (2020) de Taylor Sheridan
& John Linson ★★★★★
sexta-feira, 30 de setembro de 2022
🍿 Cinema & TV de Julho, Agosto e Setembro
quinta-feira, 29 de setembro de 2022
terça-feira, 27 de setembro de 2022
segunda-feira, 26 de setembro de 2022
domingo, 25 de setembro de 2022
sábado, 24 de setembro de 2022
sexta-feira, 23 de setembro de 2022
Review: 🦑 Sula Bassana - 'Nostalgia' (2022) 🦑
No 20º
aniversário da sua fértil carreira a solo, o multi-instrumentista alemão Sula
Bassana (denominação artística de Dave Schmidt) acaba de nos presentear com o lançamento do seu novíssimo álbum intitulado ‘Nostalgia’,
lançado hoje mesmo nos formatos LP, CD e digital com o insuspeito carimbo do
seu influente selo discográfico autoral Sulatron Records. Alterando as
coordenadas que há muito o viajaram para bem longe na insondável intimidade do
universo da música electrónica, o cosmonauta germânico aponta agora a sua bússola
para outros destinos sonoros. Numa abordagem destemida, aventurosa e descomplexada,
Sula Bassana ressuscitara cinco temas construídos e gravados entre 2013
e 2018, dando-lhes uma nova roupagem mais virada para a música Rock. Decantado de um camaleónico sortido sonoro – de géneros tão contrastados e efémeros – onde
coabitam um caleidoscópico, exótico e astral Psychedelic Rock inundado
em misticismo oriental, um imersivo, ventilado e explorativo Space Rock
com vista para as estrelas, um pulsante, baloiçante e hipnótico Krautrock
de embalo Drone que nos impulsiona para o lado eclipsado da Lua, um inebriante,
expressivo e contagiante Alternative Rock sintonizado a meio caminho
entre os velhos The Smashing Pumpkins e Placebo, e ainda um celestial,
melancólico e sentimental Shoegaze de indiscretas semelhanças com os
britânicos Slowdive, este é muito provavelmente o meu capítulo favorito
desta longa travessia pelos desdobráveis domínios criativos de Sula Bassana. Uma transformadora, gratificante e sonhadora odisseia pelo Cosmos sonolento – de climas e paisagens desiguais que florescem
no negro solo cósmico – que dissolverá o ouvinte numa inescapável hipnose e o
deixará livremente à deriva na vacuidade espacial. Na lista de ingredientes que, em mágica
simbiose, formam este combustível de libertação perceptual, perfilam-se uma
guitarra airosa de Riffs arenosos e fogosos, e solos gélidos e uivantes,
uma voz messiânica de sussurros fantasmagóricos e intrigantes, um baixo aveludado
de ondulante, fluída e magnetizante reverberação, uma bateria propulsiva de
batimentos constantes, cadenciados e diligentes, uma esfíngica cítara eléctrica
de principesca caligrafia hindu, e toda uma parafernália de teclados, imbuídos
num desregrado experimentalismo electrónico sem fronteiras que o espartilhem e
condimentados a efeitos espaciais, tripulados a leves e soltas harmonias de
arquitectura clássica e polposos mugidos tristemente belos. De destacar ainda
todo o vistoso esplendor de natureza alienígena que transborda da sublime pintura
surrealista (superiormente concebida pelo talentoso pintor francês Hervé Scott Flament), e que confere um inesquecível rosto a esta bonita obra. ‘Nostalgia’ é um
álbum oxigenado a um inesgotável sentimento de nostalgia que pendula entre a diáfana
luminosidade e a prostrada obscuridade. Um registo de identidade heterogénea que em nós cresce a cada audição que lhe é dedicada.
Links:
➥ Facebook
➥ Bandcamp
➥ Sulatron Records
quinta-feira, 22 de setembro de 2022
quarta-feira, 21 de setembro de 2022
terça-feira, 20 de setembro de 2022
Review: ⚰️ Grave Bathers - 'Rock 'N' Roll Fetish' (2022) ⚰️
Dois anos
volvidos após a apresentação do seu fantástico EP ‘Feathered Serpent /
Death Hand’ (aqui escalpelizado e devidamente reverenciado), o irreverente
quinteto Grave Bathers sai novamente da catacumba com o seu muitíssimo
aguardado álbum de estreia ‘Rock ‘N' Roll Fetish’ debaixo do braço. Lançado pela
companhia discográfica Seeing Red Records através dos formatos digital e
LP (este último de prensagem bifurcada em duas edições coloridas e ultra-limitadas),
o tão ansiado primeiro registo de longa duração da banda fixada na populosa
cidade de Filadélfia (Pensilvânia, EUA) vem assombrado por
um intrigante, trevoso, monstruoso e atemorizante Proto-Doom de negrura
e diabrura Black Sabbath’icas, electrificado por um efervescente,
tóxico, vulcânico e erodente Heavy Psych de escaldante acidez vomitada à boa moda
de Witch, e dançado por um fumegante, apimentado, lubrificado e
provocante Heavy Blues que ricocheteia entre a brilhante tonalidade Led
Zeppelin’eana e a musculatura garage de uns Blue Cheer.
A sua sonoridade enigmática, draconiana e camaleónica metamorfoseia-se da sangrenta
crueza ao ofuscante requinte, da colérica revolta à mais pálida placidez, do
mastodôntico peso à mais vaporosa leveza, da melancólica prostração à mais
vertiginosa locomoção. ‘Rock ‘N' Roll Fetish’ é uma desvairada,
alucinante e endiabrada montanha-russa em forma de pentagrama, carburada a
psicótica e escaldante perversão. Emporcalhem-se nas ímpias lavaredas de Grave Bathers
à boleia infernal de duas guitarras siamesas, revestidas de maquilhagem gótica e inflamadas em Fuzz
crepitoso, que hasteiam bem alto Riffs obsessivos, carnudos, sisudos e
invasivos, e redemoinham tremulantes, escorregadios, luzidios e esvoaçantes solos,
um baixo inquisidor de bafo hipnótico, tenso, apodrecido e esotérico, uma imperativa
bateria escoiceada a um ritmo incisivo, enérgico, bombástico e altivo, e ainda
de vampíricos vocais de indiscreta inspiração Alice Cooper e pele cadavérica,
bolorenta, enregelada e pervertida. O expressivo artwork que tão bem combina
com a pestilenta, vil e gordurenta sonoridade do álbum é da autoria do
ilustrador nova-iorquino Benjamin Marra. São 82 minutos inundados de pesada,
críptica e ritualística obscuridade – condimentada a paranoia bruxuleante e
depravação incessante – que nos assola sem o mais pequeno vestígio de misericórdia.
Um dos meus álbuns favoritos do presente ano está aqui, na maléfica e selvática pujança de Grave
Bathers. Encarvoem-se e profanem-se nele.
Links:
➥ Facebook
➥ Bandcamp
➥ Seeing Red Records
segunda-feira, 19 de setembro de 2022
domingo, 18 de setembro de 2022
sábado, 17 de setembro de 2022
sexta-feira, 16 de setembro de 2022
quinta-feira, 15 de setembro de 2022
quarta-feira, 14 de setembro de 2022
Review: 🧚♀️ Colour Haze - 'Sacred' (2022) 🧚♀️
Três anos
depois de desabrochado o deleitoso ‘We Are’ (álbum que assinalara
de forma mais indiscreta a guinada da banda germânica para os adoráveis territórios
Progressivos), os já lendários Colour Haze surpreendem agora a
sua populosa legião de fiéis seguidores com o lançamento-relâmpago do epopeico ‘Sacred’
pela insuspeita mão da sua editora discográfica pessoal Elektrohasch. Descortinado
integralmente no imediato através do formato digital, tendo o lançamento em CD
calendarizado para o final do presente mês e uma prensagem em vinil a desenfornar
no próximo mês de Outubro, este 14º álbum de estúdio da sobejamente consagrada
banda oriunda da cidade de Munique vem perfumado, colorido e ajardinado por
um deslumbrante, reconfortante e ensolarado Psychedelic Rock de mãos
dadas a um elegante, opulento e dançante Progressive Rock. Inebriados e
embalados pela extasiante melosidade que nos assalta os sentidos, vagueamos livremente
pelas douradas, aveludadas e infindáveis planícies sonoras – banhadas a uma luzência seráfica – desta
inspirada obra. Enriquecido ainda com um envolvente swing de aura jazzística,
‘Sacred’ é um registo erudito que vive de uma imaculada simbiose
instrumental que decerto comoverá até o mais apático dos ouvintes. Tricotado
por uma endeusada guitarra de faustosa caligrafia arábica – superiormente amestrada
– dedilhada a subtileza, sentimento e destreza transbordantes, bafejado por um
baixo baloiçante de tonalidade quente e locomoção serpenteante, costurado por
uma requintada bateria – soberbamente jazzy – de toque polido, cintilante,
preciso e flamejante, magicado pelos teclados oníricos de místicas melodias e mil
coros celestiais, e entoado pelos vocais sóbrios, trovadores e senhoriais, ‘Sacred’ assume-se como um álbum verdadeiramente transformador, nirvânico e enternecedor que
ricocheteia entre passagens de etérea tranquilidade e outros de redentora efervescência.
O majestoso artwork de ambiência mitológica que embeleza mais um
triunfante capítulo discográfico de Colour Haze aponta os seus créditos
autorais à talentosa ilustradora / tatuadora Sara Koncilja (artisticamente conhecida
por Yagasara). São 42 minutos saturados de uma ofuscante imersão que nos embalsama num
imperturbável estádio de plena fascinação. Um álbum apurado, delicado e sublime
que jamais nos proíbe o sorriso e apaga o brilho no olhar. Mal posso esperar
por comungar esta santificada obra de alta-costura composicional ao vivo no
próximo dia 28 na cidade do Porto (Hard Club). Canonizem-se nela.
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