segunda-feira, 29 de setembro de 2025
domingo, 28 de setembro de 2025
sábado, 27 de setembro de 2025
quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Review: 💣 HÖG - 'Blackhole' (2025, RidingEasy) 💣
Da cidade
americana de Portland (no estado do Oregon) chega-nos a violenta explosividade
clamada pelo electrizante tridente ofensivo HÖG
com o lançamento do seu tremendo álbum de estreia intitulado ‘Blackhole’
e editado nos formatos LP, CD e digital pela influente mão da prestigiosa
companhia discográfica californiana RidingEasy Records. Flamejada,
inflamada e esporeada por um fogoso, tonificado, lubrificado e libidinoso Hard
Rock de tentador balanço boogie, um combativo, colérico, eufórico e altivo
Heavy Metal em intensa e irrespirável combustão, um tétrico, rugoso,
trevoso e diabólico Proto-Doom que nos encarvoa a alma, e ainda um vertiginoso,
aparatoso, irascível e incansável Punk Rock de espírito indomável, a excitante,
impiedosa, monstruosa e viciante sonoridade de ‘Blackhole’ representa um
enérgico e ardente trago de alcoolizada adrenalina que nos atiça e intoxica do
primeiro ao derradeiro tema. Um bélico e incendiário cocktail molotov
onde flagram e crepitam clássicas influências como Motörhead, Blue
Cheer, The Stooges, Judas Priest, AC/DC, Ramones,
Budgie, Toad e Grand Funk Railroad, bem como outras da
modernidade como Deathchant, Petyr, War Cloud, Ball,
EMU, R.I.P., Love Gang, Cloud Catcher e Bison
Machine. Um barulhento e potente muscle car – de turbo ligado e
acelerado a alta rotação – que derrete o alcatrão e nos faz fervilhar de
emoção. A ferocidade e a fogosidade de mãos dadas, disparadas num enlouquecedor
vórtice que nos desaparafusa a sanidade mental. Pura dinamite. Um sísmo emocional. Engolidos por
este impiedoso e poderoso buraco negro que tudo destrói no seu caminho, somos abalroados
e varridos por um monolítico tsunami de endorfinas. Deixem-se embevecer, endoidecer
e detonar em múltiplos acessos de descontrolado entusiasmo provocados e alimentados por
uma guitarra predatória de dança giratória – discípula de Angus Young – que
se manifesta em musculosos, abrasivos, explosivos e furiosos riffs
forjados no fogo de onde esvoaçam, num orgásmico grito, derrapantes, histéricos,
caóticos e alucinantes solos em eufórica e selvática debandada, um baixo denso,
tenso e encorpado de linhas baloiçantes, atléticas, elásticas e magnetizantes,
uma bateria expressiva, incisiva e bombástica – de ritmicidade metralhada a imparável
agilidade e infernal impetuosidade – que nos vergasta com um chicote em chamas,
e uma voz urticante, cavernosa, felina e liderante – de rouquenhos rugidos Lemmy’escos
– que ressoa, ecoa e nos guia pela tenebrosa infinidade de ‘Blackhole’. Este é um álbum verdadeiramente pujante,
negro, sujo e pesado – endemoninhado por uma atmosfera euforizante, turbulenta
e sufocante – que nos faz cravar os dentes nos lábios, cerrar os punhos,
incendeia o olhar e incentiva a enfrentar com bravura todas as dificuldades da
vida. Um dos mais fortes candidatos a álbum do ano está aqui, na vigorosa, impositiva
e gloriosa estreia de HÖG. Exorcizem-se nele.
Links:
➥ Instagram
➥ Bandcamp
➥ RidingEasy Records
terça-feira, 23 de setembro de 2025
segunda-feira, 22 de setembro de 2025
domingo, 21 de setembro de 2025
sábado, 20 de setembro de 2025
quinta-feira, 18 de setembro de 2025
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
terça-feira, 16 de setembro de 2025
Review: 🕊️ Edena Gardens - 'Dispossessed' (2025, El Paraiso Records) 🕊️
Encerrada a
trilogia ‘Edena Gardens’ (aqui falado), ‘Agar’ (aqui
falado) e ‘Dens’ (aqui falado), este harmonioso, aventureiro e
talentoso trio dinamarquês de essência puramente instrumental apresenta-nos
agora o seu quarto álbum de estúdio experimental, intitulado ‘Dispossessed’
e editado pela insuspeita companhia discográfica El Paraiso Records
através dos formatos LP, CD e digital. Provenientes de diferentes projectos musicais
como Causa Sui, Papir, London Odense Ensemble e Sun
River, estes três marinheiros nórdicos reúnem-se em Edena Gardens,
recolhem a âncora e desbravam mares nunca antes navegados. Esta sua nova
expedição começa debaixo de um tormentoso, mal-humorado, embriagado e umbroso Psychedelic
Doom de pesada cadência repetitiva, na linha com que são tricotadas as grisalhas
e arrastadas sonoridades de bandas como Earth, Bardo Pond, Barn
Owl e Heron Oblivion – assombrado e vigiado de perto por um denso
manto de pardas nuvens que impedem a entrada da luz solar, mas que – de forma vagarosa
e evolutiva – vai encontrando e conquistando a reinante paz nas pacíficas,
relaxantes e mornas águas de um lenitivo, melancólico, bucólico e reflexivo Contemporary
Jazz com o carimbo de qualidade ECM – com movediças e caleidoscópicas tinturas de um
psicadelismo colorido, deslumbrante e ensolarado – de vítreos céus banhados por
um azul diamantino e ventilados por agradáveis brisas com sabor a maresia, que
nos remete para as solitárias estradas trilhadas por Ry Cooder, John
Abercrombie, Bill Frisell e Jakob Bro. É neste segundo estado
de espírito que este novo registo de Edena Gardens se conforta, espreguiça
e demora. Sonolento, etéreo e pachorrento, ‘Dispossessed’ tem o raro dom
de nos desintegrar do presente e mergulhar nas relaxantes profundezas da doce
nostalgia onde sorrimos de olhos mareados em lágrimas. A sua sonoridade arejada,
espaçosa, introspectiva, odorosa e delicada – climatizada por uma requintada e
apurada sensibilidade –, passeia-se leve, suave e graciosamente através dos
encaracolados, atmosféricos, estéticos e imaculados solos de uma guitarra
uivante, ecoante e sedutora, de uma bateria soberbamente jazzística cujas
baquetas saltitam e tilintam entre pratos luminosos e cintilantes, timbalões tribais
e galopantes, e desarmantes rufos na tarola, e das anoitecidas, contemplativas,
aveludadas e desprendidas linhas de um baixo elástico e hipnótico. ‘Dispossessed’
é um apaixonante, ofuscante e sensacional álbum – de beleza cinematográfica e moldura
outonal – que nos trava a respiração e mumifica num perfeito estádio de inquebrável fascinação. A banda-sonora perfeita para musicar e consolar estados chorosos e céus chuvosos em orvalhadas madrugadas, crepúsculos sombrios e frias noites
acordadas.
Links:
➥ Facebook
➥ Instagram
➥ El Paraiso Records
segunda-feira, 15 de setembro de 2025
sábado, 13 de setembro de 2025
sexta-feira, 12 de setembro de 2025
quinta-feira, 11 de setembro de 2025
quarta-feira, 10 de setembro de 2025
terça-feira, 9 de setembro de 2025
segunda-feira, 8 de setembro de 2025
Review: 🌌 Sageness - 'Inner Empires' (2025) 🌌
Depois do homónimo ‘Sageness’ (lançado em 2017 e aqui estudado), de ‘Akmé’ (divulgado em 2019 e aqui examinado) e de ‘Tr3s’ (editado em 2022 e aqui observado), o nosso satélite recebe agora uma nova emissão apelidada de ‘Inner Empires’ proveniente da aventureira nave espacial Sageness que há cerca de uma década analisa, explora e coloniza novos territórios alienígenas. Captado em solo terrestre no início do passado mês de Agosto através dos formatos LP, CD e digital (todos carimbados com o selo autoral da banda e com o da sua conterrânea Vista Lagarto Records), este quarto álbum dos astronautas espanhóis Sageness (trio domiciliado no pequeno município nortenho de Santa María del Paramo, León) traz-nos a incansável, hipnótica, robótica e inquebrável dança gravitacional entre dois massivos corpos celestes: um deslumbrante, colorido, caleidoscópico e fascinante Psychedelic Rock de apimentados condimentos orientais e um lisérgico, reflexivo, imersivo e cinematográfico Space Rock forjado pelos astros, embrulhados, viajados e capitaneados por intuitivas, ácidas, alucinógenas e evolutivas jams de essência instrumental com vista desabrigada para a eterna noite astral onde pulsam estrelas grávidas de uma luzência pálida, cintilam distantes e solitários planetas, rasgam fantasmagóricos cometas de cauda longa, flutuam levemente multicoloridas nebulosas e vagueiam pesadamente asteroides. A sua sonoridade provocante, dançante, tóxica e viajante – que toca os universos sonoros de bandas como Colour Haze, Sungrazer, Naxatras, Rotor, My Sleeping Karma, Monkey3 e Somali Yacht Club – inebria e extasia o ouvinte, levitando-o e embalando-o pela desdobrável vertigem sideral, e desaguando-o num nirvânico estado mental. Sedutor, relaxante, libertador e narcotizante, ‘Inner Empires’ encerra um paraíso onde o nosso espírito se aquieta, embevece, enternece e deleita do primeiro ao derradeiro tema. São 42 minutos de intenso e ininterrupto encantamento que nos faz deambular, de olhos vendados e sonâmbulos, pelas até então insondáveis regiões extraterrestres. Uma curativa massagem cerebral e a tão almejada consagração espiritual. Na composição deste milagroso sacramento, capaz de nos catapultar para dentro da garganta sem fundo de um esfomeado buraco negro e derramar a consciência pela incomensurável vacuidade do Cosmos bocejante, dialogam uma guitarra sultana de apetitosos, ardentes, atraentes e libidinosos riffs chamejados a abrasiva distorção de onde esvoaçam e se entrelaçam luminosos, coloridos, salgados e venenosos solos de extravagante caligrafia árabe, um baixo obeso de linhas viçosas, sombreadas, carregadas e fibrosas, e uma excitante bateria de ritmos picantes, bailantes, inflamados e enfeitiçantes. Atordoante, catártico, xamânico e viciante, este quarto trabalho de longa duração do tridente espanhol faz do comum mortal uma presa demasiado fácil. ‘Inner Empires’ é mais um glorioso capítulo da fantástica odisseia de Sageness à conquista do Universo.
Links:
➥ Facebook
➥ Instagram
➥ Bandcamp
➥ Vista Lagarto Records


%20Phil%20Lynott%20(bass,%20vocals),%20Brian%20Downey%20(drums)%20&%20Eric%20Bell%20(guitar)%20-%20C%C3%B3pia.jpg)













%20%C2%A9%20Mats%20Andersson%20-%20C%C3%B3pia.jpg)


























