terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Redemptus | "We All Die The Same" (2015)

É ainda de consciência embaciada, transviada e a tentar regressar a ela mesma que escrevo estas palavras dedicadas ao álbum “We All Die The Same” do power-trio português Redemptus. Este disco teve em mim um efeito tremendamente impactante que me domesticara do primeiro ao derradeiro tema. Esta obra incorpora o Doom, o Sludge e o Post-Metal num pujante grito que se agiganta e nos arrasa sem qualquer misericórdia. A sua sonoridade misantrópica e catártica (a fazer lembrar uns saudosos Fall of Efrafa) purifica-nos com a sua lúgubre e entorpecedora radiação. São 31 minutos de constante assombração gerada por uma soberana guitarra de riffs inquisidores e turbulentos, um baixo tenebroso de linhas robustas e intoxicantes, uma voz portentosa, fecundante e perturbadora que estimula todo o instrumental, e uma bateria propulsiva que cavalga com dinamismo e vivacidade toda esta nebulosa atmosfera de “We All Die The Same”. Não é fácil enfrentar toda esta reverberante avalanche e sair ileso. Redemptus provoca em nós um efeito sísmico que nos absorve e mergulha nos mais soterrados estádios da alma. “We All Die The Same” representa o perfeito equilíbrio entre a melancolia e a euforia. Envolvam-se nesta poderosa e espessa plangência que vos abraçará e enlutará o espírito. Relaxem, cerrem as pálpebras, e escutem este disco sem distracções.

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