sábado, 30 de setembro de 2023
🍿 Cinema & TV de Julho, Agosto e Setembro
Pumping Iron (1977) de George Butler & Robert Fiore ★★★★☆
The Truman Show (1998) de Peter Weir ★★★★☆
Black Mirror S06 (2023) de Charlie Brooker ★★★☆☆
Searching (2018) de Aneesh Chaganty ★★★☆☆
Cast Away (2000) de Robert Zemeckis ★★★★☆
Brief Encounter (1945) de David Lean ★★★★★
Blow-Up (1966) de Michelangelo Antonioni ★★★☆☆
Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo (1966) de Sergio Leone ★★★★★
Blue Ruin (2013) de Jeremy Saulnier ★★★☆☆
Lucky Number Slevin (2006) de Paul McGuigan ★★★★☆
Succession S04 (2023) de Jesse Armstrong ★★★★★
American Graffiti (1973) de George Lucas ★★★☆☆
The Wind that Shakes the Barley (2006) de Ken Loach ★★★★☆
The Deer Hunter (1978) de Michael Cimino ★★★★☆
Beef S01 (2023) de Lee Sung Jin ★★★★☆
Love & Death S01 (2023) de David E. Kelley ★★★★☆
Ride the High Country (1962) de Sam Peckinpah ★★★☆☆
The Curious Case of Natalia Grace S01 (2023) de Christian Conway ★★★☆☆
Wednesday S01 (2022) de Alfred Gough & Miles Millar ★★★★★
Mudbound (2017) de Dee Rees ★★★★☆
quinta-feira, 28 de setembro de 2023
quarta-feira, 27 de setembro de 2023
Review: 👽 Sun Dial - 'Messages from the Mothership' (2023) 👽
Formada há
mais de três décadas, a banda de culto britânica Sun Dial – liderada pelo
cosmonauta Gary Ramon – chega agora às duas mãos repletas de álbuns de
estúdio. Batizado pelos astros com a denominação ‘Messages from the
Mothership’ e caído no planeta Terra sob a forma física de LP e CD com o
carimbo da companhia discográfica germânica Sulatron Records, este novo
trabalho do trio é inspirado na experiência invulgar de Gary Ramon ao ter
avistado um OVNI num pântano desolado quando tinha apenas catorze anos de
idade. De olhos cravados na perpétua noite cósmica, consciência desancorada e embalada
à alucinante boleia de um místico, alucinógeno e ritualístico Psychedelic
Rock de sotaque Pink Floyd’eano e coloração sessentista, um cativante,
alienígena e viajante Space Rock de propulsão setentista e escapismo
sónico à la Hawkwind, um confortável, relaxante e agradável Indie
Rock de fácil digestão, e um – ainda que menos evidente – anestésico,
melancólico e sidérico Shoegaze de forte odor aos 90's e sintonizado na mesma frequência de Slowdive,
atravessamos incandescentes fornalhas estelares, driblamos o abraço
gravitacional de planetas solitários e empoeiramos a alma nas coloridas e
brilhantes malhas de fantasmagóricas nebulosas que vagueiam pela infinita
vacuidade de um Cosmos pulsante. A sua sonoridade esponjosa, celestial,
cerimonial e lustrosa convida-nos a comungar uma enigmática liturgia astral. De pupilas
dilatadas, semblante esbranquiçado, respiração travada e espírito enfeitiçado,
deixamos no chão o nosso corpo inanimado e zarpamos pelas tranquilas águas do
oceano cósmico, farolizados por uma deslumbrante profusão de estonteante pirotecnia
estelar. Estes relatos extraterrestres são superiormente musicados por uma
guitarra mântrica de riffs intoxicantes e solos ácidos e ziguezagueantes, um
baixo sombreado de reverberação movediça, uma bateria hipnótica de trote constante
e minimalista, uma voz messiânica de pele etérea e ecoante, e ainda pelos quiméricos
teclados de experimentalismo desregrado que perscrutam e exorcizam todas as
almas sepultadas no negro solo do espaço sideral. Este é um álbum locomovido a
querosene e recomendado a todos aqueles que ainda se debruçam no parapeito da janela a contemplar os céus com a imaginação deixada à solta e uma
inapagável expressão sonhadora. Mergulhem nas vertiginosas
profundezas deste onírico, lisérgico e policromático ‘Messages from the
Mothership’, e testemunhem na primeira pessoa alguns dos mais belos e
impressionantes fenómenos do Universo.
Links:
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➥ Sulatron Records
terça-feira, 26 de setembro de 2023
segunda-feira, 25 de setembro de 2023
Review: 🎪 Rostro del Sol - 'Blue Storm' (2023) 🎪
Dois anos após
ter sido descortinado o seu mirabolante álbum de estreia (análise descritiva aqui)
– que eu viria a galardoá-lo aqui com o título de melhor disco referente
a 2021 – este talentoso quinteto azteca, enraizado na populosa Cidade do
México, liberta agora o seu muito aguardado segundo trabalho intitulado ‘Blue
Storm’ e editado no formato físico de LP através do selo britânico Stolen
Body Records. Contando com um baterista diferente (ainda que o anterior
tenha participado num dos novos temas) e o acréscimo de um vocalista na sua
constituição, os Rostro del Sol prosseguem assim a sua exploratória e triunfante
digressão musical de brilho vintage pelos ajardinados trilhos de um elegante,
aprumado, ornamentado e apaixonante Jazz Rock em afrodisíaca harmonia
com um serpenteante, majestoso, libidinoso e enleante Prog Rock e ainda um
radioso, caleidoscópico, exótico e odoroso Psychedelic Rock. Uma
multicolorida, cerebral e caramelizada colagem sonora de onde se reconhecem e
saboreiam indiscretas influências de culto, provenientes dos dourados
territórios sessentista e setentista, como Colosseum, Gentle Giant,
Deep Purple, King Crimson, Caravan, Sweet Smoke e Soft
Machine. Esculpido e climatizado por uma sonoridade faustosa, primaveril,
pastoril e pretensiosa que embrulha o ouvinte num imperturbável deslumbramento
onírico, ‘Blue Storm’ é um registo verdadeiramente enfeitiçante que nos
mantém em constante salivação e absorvente fascinação do primeiro ao derradeiro
tema. São 35 minutos banhados a seráfica radiância, jornadeados a irretocável
destreza e condimentados a inefável beleza. Uma obra piramidal – de composições
audaciosas e trajes aristocráticos – que se passeia, bamboleia e envaidece
pelos frescos, romanescos e verdejantes campos da idílica Canterbury. Um
álbum intensamente irresistível, pincelado a impressionante técnica e
transbordante emoção, que nos obriga a experienciá-lo sem qualquer moderação.
Deixem-se cortejar e conquistar por este opulento registo, superiormente
orquestrado por uma guitarra sumptuosa que se meneia em charmosos, novelescos e
tortuosos riffs de onde esvoaçam solos delirantes, labirínticos e vertiginosos,
um baixo elástico de linhas saltitantes, fluídas e dançantes, uma acrobática,
enfática e circense bateria soberbamente tiquetaqueada a desarmante
sensibilidade jazzística, um altivo teclado de intrigantes, polposos,
imperiosos e serpenteantes mugidos, uma voz fidalga e galante – de pele
espirituosa, aveludada, ostentosa e apurada – que fica a meio caminho entre Derek
Shulman (Gentle Giant) e James Litherland (Colosseum),
uma mágica flauta transversal de sopros sedosos, leves, fabulares e melodiosos,
e ainda um vibrante tridente constituído por radiosos, jubilosos, expressivos e
aparatosos saxofones de sangue mariachi e suor latino. ‘Blue Storm’ é
uma obra riquíssima, aureolada por um esplendoroso revivalismo que muito me apraz, baloiçada
entre reconfortantes passagens oxigenadas a etérea acalmia, e estonteantes
galopadas de instrumentos em apoteótica e simbiótica debandada. Um dos mais
sérios candidatos a encabeçar a lista dos melhores álbuns do ano está aqui, no novo cabaret jazzístico dos
mexicanos Rostro del Sol.
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➥ Stolen Body Records
sábado, 23 de setembro de 2023
sexta-feira, 22 de setembro de 2023
quinta-feira, 21 de setembro de 2023
quarta-feira, 20 de setembro de 2023
Review: 🔮 Mondo Drag - 'Through The Hourglass' (2023) 🔮
Findado um
jejum discográfico de sete anos – principiado na ressaca do lançamento de ‘The
Occultation Of Light’ (análise aqui) – o fascinante quinteto
californiano, sediado na cidade de Oakland, descortina agora o seu tão
ansiado novo álbum, intitulado ‘Through The Hourglass’ e editado pela RidingEasy
Records através dos formatos físicos de LP e CD. Edificando uma ponte revivalista
que liga os universos progressivos britânico (onde comunga a influência de
bandas como Pink Floyd, Camel, YES, Genesis, Van Der
Graaf Generator e King Crimson) e italiano (onde se perscrutam ecos
de clássicas referências como Premiata Forneria Marconi, Banco del
Mutuo Soccorso, Le Orme, Museo Rosenbach, Goblin e Reale
Accademia di Musica), a profética, balsâmica e magnânima sonoridade de ‘Through
The Hourglass’ passeia-se envaidecida e graciosamente pelos frondosos
jardins de um dramático, pomposo, lustroso e quimérico Prog Rock de adornada
moldura vintage, que se embruma num reflexivo, místico, onírico e lenitivo Psychedelic
Rock com vista desabrigada para a deslumbrante noite cósmica. Absorvidos
neste frágil e etéreo sonho acordado que evoca a doce nostalgia e nos viaja –
sonâmbulos – nas asas do tempo, embarcamos numa fantástica odisseia pelos infindáveis
oceanos do Cosmos. Velejando águas pacíficas e surfando ocasionais ondas monolíticas,
atravessamos os diferentes climas que oxigenam esta inspiradora e sublimada obra
de Mondo Drag. Uma perfumada, suavizante e texturizada brisa sonora que
nos embevece, adormece e iça as velas da imaginação. Baloicem os vossos corpos
à prazerosa boleia de duas guitarras dançantes que se entrançam na ascensão de imperiosos,
sedutores e ostentosos riffs e destrançam na superior condução de solos
esvoaçantes, ácidos e serpenteantes, uma mágica profusão de teclados que orvalham
toda a atmosfera encantada do álbum com uma cósmica liturgia de onde sobressaem
majestosos, polposos e coloridos mugidos, e todo um efervescente experimentalismo
sónico de natureza alienígena, um baixo de forte presença que reverbera linhas
obesas, coesas e ondeantes, uma bateria jazzística de ritmos requintados que se
equilibram por entre a cintilante delicadeza e a flamejante rudeza, e uma trovadora
voz de pele delicada, melodiosa e adocicada que faroliza com apurado lirismo
toda esta admirável jornada pelas lampejantes fornalhas estelares que
incendeiam a negrura sideral. São 40 minutos de um ofuscante brilho que nos
transporta aos domínios do tão almejado nirvana. ‘Through The Hourglass’
é um registo piramidal, do tamanho da minha grandiosa expectativa a ele
dedicada. Um álbum intensamente enfeitiçante, dedicado a todos aqueles que não têm receio de
sonhar sem fronteiras e se aventurar para lá do lado eclipsado da Lua. Vai ser
demasiado fácil reencontrá-lo perfilado entre os álbuns mais medalhados de 2023. Mistifiquem-se
nele.
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➥ RidingEasy Records
terça-feira, 19 de setembro de 2023
segunda-feira, 18 de setembro de 2023
domingo, 17 de setembro de 2023
sábado, 16 de setembro de 2023
sexta-feira, 15 de setembro de 2023
quinta-feira, 14 de setembro de 2023
Review: 🪐 Domkraft - 'Sonic Moons' (2023) 🪐
Com o
epicentro localizado na cidade-capital de Estocolmo (Suécia),
chegam-nos as ondas sísmicas provocadas pelo enérgico power-trio Domkraft
que nos presenteia e bombardeia com o seu novíssimo álbum – provavelmente o meu
favorito da banda nórdica – intitulado ‘Sonic Moons’ e lançado pela mão
da Magnetic Eye Records através dos formatos LP, CD, cassete e digital.
Este novo capítulo da sua impactante propulsão cósmica principiada em 2015 tem
como combustível um intoxicante, vertiginoso, delirante e poderoso Psychedelic
Doom – sintonizado na mesma frequência dos saudosos Zoroaster – que
nos viaja a uma estonteante velocidade pelas autoestradas da vacuidade sideral
e distorce as coordenadas do espaço-tempo. A sua sonoridade buliçosa, vigorosa
e electrizante embarca o ouvinte num alucinante escapismo sónico que lhe
subtrai toda a lucidez e sensibilidade sensorial, deixando-o à deriva num insano
estádio de febril embriaguez. De dentes cravados no lábio inferior, olhar
fulminante e cabeça rodopiante, driblamos todos os astros que se vão
desenraizando e revelando no firmamento do negro solo cósmico e resvalamos as
costuras que delimitam a infinidade celestial. Uma turbulenta, redentora e
enlouquecedora odisseia à impressionante boleia deste cometa que golpeia e incendeia
a eterna noite espacial. ‘Sonic Moons’ é uma intensa detonação de
adrenalina que não deixará ninguém indiferente. Uma mastodôntica avalanche de
endorfinas que nos atropela e sacode. Deixem-se varrer pelas fortes rajadas de ventos
psicotrópicos bafejados por uma imperiosa guitarra – encrostada a crocante,
crepitante e faiscante efeito Fuzz – que se agiganta numa obsessiva
marcha de enfeitiçantes, monolíticos, místicos e viciantes riffs de onde
esvoaçam escorregadios, trepidantes, ziguezagueantes e gélidos solos,
ensombrecer pela umbrosa, oleosa, espessa e pantanosa reverberação de um baixo
hipnótico, açoitar pela viril potência de uma vulcânica bateria pontapeada a expressiva,
explosiva, robusta e incisiva ritmicidade, e estremecer pela rispidez dos
vocais ecoantes, ásperos, abrasivos e gritantes. A colorida e soberbamente
detalhada ilustração que dá rosto a esta infernal combustão aponta os seus
créditos autorais ao artista sueco Björn Atldax (que há muito colabora
com a banda). São 47 minutos de incessante ebulição. Um violento, vibrante e
barulhento arrastão que nos canaliza e inferniza pelos buracos negros do
Universo. Chego ao fim desta galopante viagem galáctica completamente atordoado,
extenuado, ofegante e de mãos apoiadas nos joelhos. Este é um álbum
verdadeiramente demolidor, detentor de uma inflamada e efervescente pujança que
nos agride e centrifuga sem qualquer misericórdia. Isto é Domkraft no seu
melhor.
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➥ Magnetic Eye Records
quarta-feira, 13 de setembro de 2023
terça-feira, 12 de setembro de 2023
segunda-feira, 11 de setembro de 2023
Review: 🍂 Bushman's Revenge - 'All The Better For Seeing You' (2023) 🍂
É numa
atmosfera enfumarada e de brilho festivo – na ressaca dos parabéns cantados, aplausos
calados e das vinte velas sopradas, referentes ao 20º aniversário desta banda
norueguesa – que se ouve o primeiro choro do recém-nascido ‘All The Better For Seeing You’, o esmerado 11º
trabalho de longa duração de Bushman's Revenge (e, devo já antecipar, o
meu favorito do apaixonante tridente nórdico). Saído à rua sob os formatos LP,
CD e digital – com o carimbo da jovem, mas muito promissora, editora local Is
it Jazz? Records – este novo álbum dos intratáveis Jazz cats
sediados na cidade-capital norueguesa de Oslo é capitaneado por um refinado,
elegante, deslumbrante e aromatizado Contemporary Jazz de folhenta,
orvalhada e pardacenta moldura outonal (a fazer recordar a cinematográfica sonoridade
do músico dinamarquês Jakob Bro) que ocasionalmente se metamorfoseia num aparatoso, esdrúxulo e efervescente Jazz Fusion à la Mahavishnu Orchestra e não dispensa a quente coloração de
um exótico, sumarento e tropical Psychedelic Rock de paladar oceânico a The
Mermen (mais concretamente ao neptuniano trabalho a solo do guitarrista Jim
Thomas), e a serpenteante condução de um dançante, exuberante e hipnótico Progressive
Rock de expressivas feições King Crimson’eanas. A sua sonoridade relaxante,
reflexiva, sedutora e prontamente conquistadora deixa o ouvinte de espírito
maravilhado, sorriso escancarado no rosto, olhar lacrimejante de expressão
nostálgica, e respiração capturada. Uma contemplativa, reparadora, comovente e
imaginativa passeata pelas planícies campesinas de frescura escandinava que se
espreguiçam debaixo de uma morna luz crepuscular e perdem no enevoado
firmamento. Na génese deste sagrado fármaco que nos massaja o cerebelo, afrouxa
o corpo e reconforta a alma, conversam, numa sublime simbiose instrumental, uma
guitarra – discípula dos virtuosos John Mclaughlin e Allan Holdsworth – que dedilha e
rendilha toda uma incontável e arrebatadora profusão de refrescantes, cristalinos, diamantinos
e deslumbrantes acordes condimentados a desarmante beleza e executados a imaculada
destreza, um murmurante baixo de linhas grossas, fluídas, sombreadas e
ondeantes que preenche com distinção todos os espaços amplos bem como os mais angulosos
das estéticas composições que lavram este disco, e uma bateria deliciosamente
jazzística, de toque saltitante, polido, inventivo e cintilante, que
tiquetaqueia com assombrosa soltura e irreverente postura esta autêntica
obra-prima. Este é um registo verdadeiramente edénico, farolizado por uma fina
sensibilidade e uma donairosa sagacidade, que me fascinara de uma forma avassaladora.
Foi um caso de amor à primeira audição, e o acumular de renovadas audições ainda
destapa novos e suculentos detalhes que só insuflam toda a piramidal reverência
que eu já nutro por este irretocável registo. ‘All The Better For Seeing You’
é um álbum precioso que não só conserva uma ébria e etérea fragilidade emocional
(capaz de petrificar o ouvinte), como explora – de forma temerária e
experimental – outros climas sonoros mais fogosos, ritmados e libidinosos que
nos rebaixam as pálpebras, rodopiam a cabeça e acaloram o espírito. Esta 11ª obra
de Bushman’s Revenge tem tudo o que mais desejo encontrar num álbum que
cruza a camaleónica música Jazz com (in)discretos vestígios psicadélicos e progressivos.
Um dos mais sérios candidatos a melhor disco do ano está aqui. Embrulhem-se nele.
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➥ Is It Jazz? Records