quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024
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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024
domingo, 25 de fevereiro de 2024
sábado, 24 de fevereiro de 2024
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024
Review: 🧛♂️ Misleading - 'Face the Psych' (2024) 🧛♂️
O esfíngico quarteto
português Misleading está na iminência de oficializar o lançamento do
seu terceiro álbum de estúdio intitulado ‘Face the Psych’ (calendarizado
para o dia de amanhã), mas o El Coyote orgulha-se de antecipar o parto,
estreando, na íntegra e em primeira mão, aquele que se trata do seu álbum
favorito, apresentado até à data pela banda enraizada na cidade de Leiria.
Exorcizado e arrastado das mais abissais trevas para a amarelecida luzência
diurna através do exclusivo formato digital – ainda que com as formas de CD e
cassete pensadas para um futuro próximo – este novíssimo álbum de Misleading
atormenta de forma impiedosa o ouvinte, atropelando-o sem demoras com uma febril,
poderosa, contagiosa e vil avalanche psicotrópica que o deixará combalido e
atordoado do primeiro ao derradeiro tema. Combinando um infernal, esotérico, mesmérico
e cerimonial Doom Metal sintonizado na mesma frequência luciférica dos britânicos Electric
Wizard, e um caótico, efervescente, erodente e selvático Heavy Psych
de influência emprestada pelos saudosos californianos PETYR, este novo
trabalho da formação lusitana crava os seus longos e afiados caninos na nossa jugular, poluindo os nossos rios sanguíneos com um veneno letal. De lucidez subtraída, alma
anoitecida, olhar aterrorizado e espírito embriagado e embruxado de incuráveis intenções
demoníacas, principiamos esta caravânica digressão nas enigmáticas Pirâmides de
Gizé e prosseguimos – tanto a velocidade de cruzeiro numa morfínica, reflexiva, lenitiva e
sonolenta absorção do horizonte cósmico que se vai desvelando calma e demoradamente,
como numa libertadora, enlouquecedora, turbulenta e alucinante centrifugação que nos varre furiosamente
pelos virginais territórios alienígenas – de olhos içados e corpo levitante na vertiginosa
direcção do grande desconhecido que se esconde secretamente algures na eterna noite
astral. Conservado e cozinhado a dois climas totalmente opostos – ora gélido,
melancólico e anestésico, ora vulcânico, inflamado e eufórico – ‘Face the
Psych’ edifica em redor de quem o comunga toda uma atmosfera extraterrestre
sobrevoada por fantasmagóricas brumas que nos deixa desnorteados, atemorizados
e de olhares desconfiados. Um verdadeiro cataclismo oxigenado por um vampírico obscurantismo
que nos trava a respiração e impede de pestanejar. Bebam deste sangrento cálice,
encarvoem-se na pretura cósmica e reverenciem o lado eclipsado da religiosidade
à estimulante boleia sonora de uma guitarra ufana que alavanca e manobra riffs
monolíticos, trevosos, pantanosos e cabalísticos – empapados em urticante
distorção – e vomita solos avinagrados, desvairados, efervescentes e despedaçados,
um hipnótico baixo de linhas baloiçantes, nervudas, sisudas e dançantes, uma ávida
bateria de frenético coice Punk a galope de um ritmo ansioso, impaciente
e belicoso, uma voz depravada de pele sebosa, bolorenta, decrépita e cavernosa,
e enfeitiçantes teclados de caligrafia arábica que se serpenteiam em enleantes
bailados e magicam dramáticos sirenes de estética Sci-Fi que colocam
todo o Cosmos em estado de alerta. Este é um álbum verdadeiramente intrigante, detentor
de uma sufocante obscuridade sem porta de saída. Um registo ritualístico que
tanto nos adormece nos braços de fortes sedativos como endoidece numa intensa overdose
de anfetaminas. A banda-sonora perfeita para musicar os velhos e carismáticos filmes
de horror. Entrem na cripta de Misleading e dancem desnudos e
compenetrados por entre sarcófagos e múmias andantes.
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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024
terça-feira, 20 de fevereiro de 2024
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sábado, 17 de fevereiro de 2024
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024
terça-feira, 13 de fevereiro de 2024
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024
Review: 🐎 Thick - 'Get a Ride' EP (2024) 🐎
Depois de na
Primavera de 2022 ter florescido o seu impactante álbum de estreia ‘Audio
Obesity’ (aqui descrito e reverenciado), o fantástico power-trio
sueco Thick está de regresso com o lançamento do novíssimo EP intitulado
‘Get a Ride’ e descortinado através do exclusivo formato digital.
Replicando a receita sonora posta em prática no seu primeiro registo, este irretocável
EP vem afogueado e agitado por um musculado, apimentado, majestoso e
lubrificado Hard Rock de rotação setentista, e um dançante, provocante,
ritmado e enleante Blues Rock de invertebrado balanço boogie.
Contando com apenas três temas – dois originais e uma irrepreensível versão cover
do tema “Walk Away” (escrito por Joe Walsh ao
serviço dos James Gang) – a compartimentar a sua curta duração de apenas
10 minutos, a vibrante, irresistível e inquietante sonoridade de fragância e
radiância vintage deste ‘Get a Ride’ – que colhe influências de clássicas
referências como Rory Gallagher, Toad, Cactus, Leaf Hound e ZZ Top, assim como
de outras contemporâneas como Joy, The Golden Grass, Dirty Streets, Love Gang e The
Dues – embarca o ouvinte numa ensolarada, entretida e bem-humorada road
trip pela velha e arenosa Rota 66 ao volante de um barulhento muscle car.
De cabeça meneante, corpo baloiçante, cabelos ao vento, sorriso golpeado no
rosto, dentes cravados nos lábios e espírito radiante, serpenteamos pelas
curvas e contracurvas de uma guitarra sedutora que conduz bailantes, graciosos,
libidinosos e cativantes riffs de onde são deslaçados solos ziguezagueantes,
escorregadios, fugidios e excitantes, inalamos o quente bafo de um nervudo baixo
movido a linhas pulsantes, elásticas, atléticas e ondeantes, galopamos ao estimulante
ritmo de uma gingona bateria tiquetaqueada a leveza, primor e destreza, e absorvermos
toda a vistosa elegância revivalista dos aromáticos, frescos e carismáticos vocais que
colorizam e envernizam este delicioso, excepcional e garboso registo. ‘Get a
Ride’ é um EP verdadeiramente lustroso, harmonioso e sublime, inteiramente pensado,
arquitectado e executado à minha imagem. Uma radiosa, magnética e buliçosa cavalgada
– esporeada e trilhada à boa moda dos 70’s – que deixa no ouvinte aquele mélico trago da
nostalgia. Já salivo pelo seu sucessor.
sábado, 10 de fevereiro de 2024
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024
terça-feira, 6 de fevereiro de 2024
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024
Review: 💥 Mean Mistreater - 'Razor Wire' (2024) 💥
Da grande e populosa
cidade de Austin – capital do estado norte-americano do Texas – chega-nos
o eriçado e fumegante álbum de estreia do irreverente quinteto Mean Mistreater.
Intitulado ‘Razor Wire’, lançado com o carimbo autoral através dos
formatos LP, CD e digital, e escudado num frenético, fogoso, furioso e atlético
Heavy Metal de ideologia tradicionalista que encaixa as suas rodas dentadas num alucinante, abrasivo, combativo
e galopante Heavy Rock de tração setentista, este primeiro passo
discográfico da jovem banda texana escoiceia, inflama e incendeia os seus
ouvintes de uma febril adrenalina que os fosforeja e amotina do primeiro ao
derradeiro tema. Locomovida e apimentada a ferocidade, intensidade e fogosidade, a dinâmica,
desassossegada e vulcânica sonoridade de Mean Mistreater arranca numa titânica,
selvática e incansável cavalgada à rédea solta de esporas ensanguentadas e espadas
desembainhadas. De punhos cerrados e hasteados ao alto, copos de cerveja
transbordante e corpos transpirados, rodopiados num redentor tumulto alimentado
a pura excitação, embarcamos nesta desenfreada, desgovernada e incessante correria de ‘Razor Wire’
à estonteante boleia de duas guitarras predatórias que desenrolam gordurosos, fervorosos,
assanhados e poderosos riffs, e libertam ciclónicos vendavais de trepidantes,
impulsivos, ostensivos e centrifugantes solos, um baixo sólido de linhas
nervudas, tensas, densas e sisudas, uma bateria metralhada a um ritmo buliçoso,
bombástico, empolgante e espalhafatoso, e uma voz felina, urticante, melódica e
feminina que lidera com distinção este desordeiro clube de motociclistas. Este
é um álbum verdadeiramente viciante, de curta duração, mas trilhado a alta rotação, que só no último tema conhece um repentino abrandamento. Um registo intensamente
vertiginoso, glorioso e fulminante que nos dameja, chameja e atira para o violento
centro do mosh pit. É impossível escapar ileso desta veemente montanha-russa
chamada Mean Mistreater.
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