domingo, 31 de março de 2024

🎬 Cinema & TV de Janeiro, Fevereiro e Março

Trial 4 S01 (2020) de Rémy Burkel   ★★★★☆
One Flew Over the Cuckoo’s Nest (1975) de Milos Forman   ★★★★★
The Bear S01 (2022) de Christopher Storer   ★★★★★
Sisu (2022) de Jalmari Helander   ★★★★☆
The Killer (2023) de David Fincher   ★★★☆☆
Talk to Me (2022) de Danny Philippou & Michael Philippou   ★★★★☆
Im Western nichts Neues (2022) de Edward Berger   ★★★★☆
Killers of the Flower Moon (2023) de Martin Scorsese   ★★★★☆
Westworld S04 (2022) de Lisa Joy & Jonathan Nolan   ★★★★☆
The Bear S02 (2023) de Christopher Storer   ★★★★★
La Sociedad de la Nieve (2023) de J.A. Bayona   ★★★★★
Past Lives (2023) de Celine Song   ★★★★★
The Terror S01 (2018) de David Kajganich, Max Borenstein & Alexander Woo   ★★★★★
On the Edge with Alex Honnold S01 (2024) de Richard Ladkani   ★★★★☆
Fargo S05 (2023-2024) de Noah Hawley   ★★★★☆
Convoy (1978) de Sam Peckinpah   ★★★☆☆
The Iron Claw (2023) de Sean Durkin   ★★★★☆
True Detective S04 (2024) de Nic Pizzolatto & Issa López   ★★★☆☆
The Holdovers (2023) de Alexander Payne   ★★★★★
The Wrong Man (1956) de Alfred Hitchcock   ★★★★☆
The Zone of Interest (2023) de Jonathan Glazer   ★★★☆☆
Man of the West (1958) de Anthony Mann   ★★★★☆

🌵 Calexico - 'El Mirador' (2022)

☀️ Magick Brother & Mystic Sister - S/T (2020)

terça-feira, 12 de março de 2024

Santana - "Black Magic Woman" (1970)

Review: 🦇 Early Moods - 'A Sinner's Past' (2024) 🦇

★★★★

Depois de no verão de 2022 ter sido lançado o seu impuro, obscuro e impactante álbum de estreia (aqui trazido à luz do dia e devidamente consagrado), eis que o quinteto californiano Early Moods – originário da cidade hollywoodesca de Los Angeles – nos apresenta agora a sua segunda assombração intitulada ‘A Sinner’s Past’ e alavancada através dos formatos LP, CD e digital carimbados pela insuspeita e afamada companhia discográfica local RidingEasy Records. A par do que sucedera com o seu prestigiado antecessor, ‘A Sinner’s Past’ vem enegrecido, atiçado e enfeitiçado por um umbroso, hermético, luciférico e poderoso Proto-Doom de natureza ocultista em coligação com um fogoso, combativo, altivo e acrimonioso Heavy Metal de raiz tradicionalista. Comungando e conjugando influências de clássicas referências como Black Sabbath, Candlemass, Witchfinder General, Pentagram, Trouble, Pagan Altar, Judas Priest e Iron Maiden, bem como outras da contemporaneidade como por exemplo Witchcraft, Dunbarrow e Green Lung, a intrigante, atemorizante, sufocante e impiedosa sonoridade de Early Moods – mumificada por fibrosas teias de aranha e sobrevoada por incontáveis morcegos sedentos – esbranquiça o nosso semblante, dilata as nossas pupilas e profana a nossa alma. Governado por duas essências e velocidades contrastadas – ‘A Sinner’s Past’ é tão moroso, dramático, monolítico e pesaroso como vertiginoso, galopante, excitante e aparatoso – e climatizado por apetitosos temperos vintage, este segundo trabalho de longa duração de Early Moods incendeia o ouvinte de pecaminosa sedução. Nas rédeas desta cavalgada infernal estão duas dominantes guitarras siamesas – discípulas de Tony Iommi e Uli Jon Roth (era Scorpions) que se amontoam na ascensão de riffs rochosos, obesos, arrogantes e tenebrosos, e se remexem numa hipnótica espiral de solos alucinantes, vaidosos, gloriosos e esvoaçantes, um baixo corpulento de reverberação sisuda, tensa, densa e carnuda, uma bateria flamejante de coice incisivo, ostensivo, acirrante e explosivo, e ainda uma voz liderante de tez frígida, pálida, melódica e ácida que ilumina as cegas trevas de ‘A Sinner’s Past’. São 50 minutos de um imperturbável assombro que nos soterra de braços cruzados, pousados sobre o peito, no negro e profundo solo do lado eclipsado da religiosidade. Bebam deste amaldiçoado cálice e participem nesta inescapável liturgia de adoração pagã. Este é um álbum revoltoso, vil, viril e vultoso, de contornos épicos e despóticos, que nos naufraga e engole sem misericórdia. Deixem-se abraçar, sombrear e amedrontar pela vampírica negrura de Early Moods, e caminhem, sonâmbulos, pelas suas distópicas, angustiantes e cataclísmicas paisagens. Saídas da forja estão cinco estrelas bem incandescentes e cintilantes para premiar este trevoso álbum.

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☕ Astor Piazzolla - 'Libertango' (1974)

quarta-feira, 6 de março de 2024

🍁 Oakfarm - "The Melody" (2024, Pink Tank Records)

🌋 Maan Tomu - 'Valossa en n​ä​e pime​ä​ä​, Pime​ä​ssä valon n​ä​ä​n' (2024)

🎁 David Gilmour // Pink Floyd (06/03/1946)

📸 Philippe Auliac (1977)

Review: 💎 Silveroller - 'At Dawn' EP (2024) 💎

★★★★

O jovem e talentoso quinteto britânico Silveroller acaba de lançar o seu muito aguardado EP de estreia intitulado ‘At Dawn’ através dos formatos LP, CD e digital com carimbo autoral, e – devo antecipar – que muito dificilmente poderia ser mais do meu agrado. Maturada pela dourada radiância dos 70’s e norteada por um libidinoso, serpenteante, contagiante e delicioso Blues Rock de balanço boogie e influência ZZ Top’ica que se passeia envaidecidamente de mãos dadas a um fogoso, musculado, torneado e espirituoso Hard Rock que vagueia entre Led Zeppelin e Boston, e a um lustroso, perfumado, ensolarado e glorioso Southern Rock de texanas calçadas a fazer lembrar os saudosos Lynyrd Skynyrd e The Allman Brothers Band, a intimista, carismática, clássica e revivalista sonoridade de Silveroller abraça e namora o ouvinte do primeiro ao derradeiro minuto. Compartimentado em seis temas desiguais, costurados a formosura, harmonia, simetria e inefável doçura, que alternam entre apimentadas, buliçosas e voluptuosas galopadas capazes de nos sobreaquecer e euforizar, e arejadas, comoventes e caramelizadas baladas que nos anoitecem e sufocam de mélica nostalgia, ‘At Dawn’ vem ainda aureolado pela deífica luzência da música Soul que prontamente nos remete para os holandeses DeWolff (não surpreende que Silveroller tenha sido a banda-suporte escolhida para acompanhar os DeWolff na sua tour em território britânico que está prestes a começar). Cantarolando com afinco e emoção à flor da pele os vistosos e viciantes refrões que dão cor e vida às canções, baloiçando o corpo numa desavergonhada dança reptiliana, e sorrindo – ainda que de olhar nostálgico e lacrimoso – na instintiva resposta comportamental a tudo o que a encantadora musicalidade da turma inglesa nos transmite, somos submetidos a uma tal permeabilidade emocional capaz de derreter e enternecer o mais gélido dos corações. Na composição deste irretocável EP perfilam-se uma guitarra afrodisíaca – de odor vintage e amarelecida tonalidade Jimmy Page’eana – que se manifesta em Riffs dançantes, cálidos e apaixonantes, e solos uivantes, virtuosos e emocionantes, um baixo groovy de linhas sombreadas, texturizadas e ondeantes, uma vivaz bateria a galope de uma ritmicidade expressiva, entusiasmada e vibrante, um arrepiante órgão de mugidos empolados, bulbosos e polposos, e uma voz liderante e felina – perseguida de perto por um angelical coro vocal – de pele melodiosa, açucarada e ostentosa. ‘At Dawn’ é um registo imensamente magnético e deslumbrante, de sentimentalismo sincero e purificante, que nos inunda de boa disposição. Um EP detentor de um charme irresistível que nos deixa totalmente embevecidos, de lábios mordidos e ouvidos salivantes. É impossível ouvi-lo apenas uma vez, duas ou três. Um dos mais fortes candidatos a melhor EP do ano está aqui, no brilho diamantino de Silveroller que faz do passado o seu presente e futuro.

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