segunda-feira, 30 de setembro de 2019

🎬 Cinema de Julho, Agosto e Setembro!

The Keepers S01 (2017) de Ryan White   ★★★★★
From Dusk Till Dawn (1996) de Robert Rodriguez  
★★★☆☆
Lawman (1971) de Michael Winner  
★★★★★
Rotten S01 (2018) de Jonathan Mussman  
★★★★
La Casa de Papel S03 (2019) de Alex Pina  
★★★★★
Little Miss Sunshine (2006) de Jonathan Dayton & Valerie Faris  
★★★★☆
Stranger Things S03 (2019) de Matt Duffer & Ross Duffer  
★★★★☆
Sleepy Hollow (1999) de Tim Burton  
★★★★☆
Braveheart (1995) de Mel Gibson  
★★★★★
Arizona Raiders (1965) de William Witney  
★★★★☆
The Great Hack (2019) de Karim Amer & Jehane Noujaim  
★★★★☆
Bob & Carol & Ted & Alice (1969) de Paul Mazursky  
★★★★☆
John Wick: Chapter 3 – Parabellum (2019) de Chad Stahelski  
★★★★☆
The Boys S01 (2019) de Eric Kripke  
★★★★★
Dag (2012) de Alper Caglar  
★★★☆☆
Albert Camus: The Madness of Sincerity (1997) de James Kent  
★★★★☆
C'era una volta il West (1968) de Sergio Leone  
★★★★★
Lars and the Real Girl (2007) de Craig Gillespie  
★★★☆☆
Ride the High Country (1962) de Sam Peckinpah  
★★★☆☆
Mindhunter S02 (2019) de Joe Penhall  
★★★★★
Napoleon Dynamite (2004) de Jared Hess   ★★★☆☆
The Last Black Man in San Francisco (2019) de Joe Talbot   ★★★★☆

sábado, 28 de setembro de 2019

♠️ Motörhead ♠️

🔌 War Cloud - State of Shock (2019, Ripple Music)

🌈 Emerson, Lake & Palmer

Review: ⚡ White Shape - 'Perfect Dark' (2019) ⚡

Da cidade de Rockford (localizada no estado norte-americano do Illinois) chega uma das mais agradáveis surpresas sonoras de 2019. ‘Perfect Dark’ é o segundo e novo álbum do quinteto White Shape que fora lançado no início do presente mês de Setembro sob a forma física de vinil pela mão da editora discográfica americana Little Cloud Records (com distribuição europeia através da Cardinal Fuzz, e australiana pela Psychedelic Salad). A sua sonoridade etérea conjuga um reconfortante, plácido, ensolarado e deslumbrante Psych Rock com um mágico, envolvente, anestésico e quimérico Shoegaze de pura beleza onírica. De membros paralisados, sentidos adormecidos e totalmente rendidos a esta morfínica infusão, somos banhados e embalados por uma mélica, profunda e melancólica narcose que nos iça na vertiginosa direcção de um Cosmos bocejante. Abraçados e sedados pela prazerosa obscuridade de ‘Perfect Dark’ despertamos num imperturbável estado de bem-estar que nos fascina e climatiza do primeiro ao derradeiro tema. São 52 minutos embebidos numa entorpecedora e libertadora sublimidade de coloração utopista que nos faz deslizar as pálpebras pelo olhar envidraçado, tombar a pesada, sonolenta e embrumada cabeça sobre o peito e sepultar nas mais íntimas profundezas da introspecção. Uma sidérica, embriagada e edénica hipnose que nos eteriza e canaliza pelas zonas mais secretas e erógenas da espiritualidade, e de onde não mais desejamos emergir. Percam-se na mística, divina e encantadora resplandecência farolizada pela ofuscante escuridão de ‘Perfect Dark’, e encontrem-se de alma integralmente relaxada e massajada ao sabor de uma pacífica, suave e lisérgica ondulação. Na composição deste poderoso opiáceo de absorção auditiva está uma endeusada voz feminina de textura delicada, enternecedora, sonhadora e imaculada (que prontamente me fizera recordar a célebre Dolores O'Riordan, voz de The Cranberries) que – de forma subtil e delicada – sobrevoa e ecoa pela harmonia estelar vaporizada por um mágico teclado / sintetizador, criador de uma intrigante envolvência alienígena, pelo esponjoso experimentalismo tricotado por uma hipnótica guitarra de tocantes, embelezados, esmerados e enfeitiçantes acordes, e atordoantes, ácidos e alucinantes solos de elevada toxicidade, pela magnetizante, diluviana e suavizante reverberação bafejada por um oscilante baixo de linhas desenhadas a sombreada volúpia, e pela redentora ritmicidade de uma cintilante bateria progressiva que confere pulso e vida a toda esta exploratória digressão que nos transcende tão para lá do lado eclipsado das fornalhas estelares. ‘Perfect Dark’ é um álbum verdadeiramente mirífico que me assoberbara e imortalizara num pleno estádio de alegre melancolia. Um registo de narrativa dramática que seguramente aquecerá e embevecerá até o mais gélido dos corações. Deixem-se massajar e deleitar pela inebriante sensibilidade que percorre todas as artérias deste disco tão singular. A banda-sonora perfeita para a doce solitude de atmosfera outonal que se avizinha está aqui, na essência tristemente bela de White Shape. Deifiquem a vossa alma n'Ele.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

🌋 Sleep - "Hot Lava Man" (cover)

📀 Desert Sessions - Vols. 11 & 12 (25/10/2019)

📷 Black Sabbath, 1973

💃 MaidaVale - "Standby Swing" [Live]

💥 Cliff Burton // Metallica

Review: ⚡ Bison Machine - 'Seas of Titan' (2019) ⚡

Quem me conhece (pessoalmente ou unicamente através das palavras escritas no Blog) sabe que não consigo medir toda a minha fascinação nutrida pelo Rock dos anos 70. E é sempre com um entusiasmo transbordante que testemunho bandas contemporâneas evocar e avivar o espírito daquela que – aos meus ouvidos – se adjectiva como a década dourada da música, fazendo assim do passado o seu presente e futuro. Hoje trago como perfeito exemplo disso os norte-americanos Bison Machine (naturais da cidade de Hamtramck, no estado do Michigan) que lançarão amanhã o seu segundo álbum apelidado de ‘Seas of Titan’ e promovido sob a forma física de CD (pela mão do carismático selo discográfico Small Stone Records sediado em Detroit) e vinil (repartido em três colorações, reduzido a uma prensagem de apenas 500 unidades e que conta com uma parceria editorial que coliga a editora norte-americana anteriormente visada à germânica Kozmik Artifactz). De instrumentos escudados num pesado, ousado, provocante e dançante Hard Rock de indiscreta tração setentista e executado à boa moda de velhas referências como Cactus, Thin Lizzy ou Captain Beyond, este poderoso e majestoso ‘Seas of Titan’ representa o tão ansiado regresso à produção discográfica (no que a trabalhos de longa duração diz respeito) da banda depois de um jejum de quase cinco anos de duração. E sendo eu um particular apreciador do seu álbum de estreia (‘Hoarfrost’, 2015), foi incendiado de um chamejante empolgamento que avancei para a escuta integral deste seu novo registo, que – devo antecipar – me descosera as largas e espaçadas medidas da minha expectativa a ele previamente apontadas. De rédeas firmemente empunhadas, narinas arfantes e dilatadas, e esporas ensanguentadas, este pujante quarteto arranca numa desenfreada, quente, atraente e oleada galopada – superiormente controlada e ritmada – que prontamente nos acelera o ritmo cardíaco, desprende e rodopia a cabeça, e aclimata a alma de uma branda e envolvente euforia. A sua sonoridade combina na perfeição a ardente, dinâmica e consistente robustez com a apaladada, erótica e desembaraçada leveza, capitaneando e movendo ‘Seas of Titan’ num admirável equilíbrio de forças que não deixará nenhum dos ouvintes recostado à indiferença. E é completamente absorvido e ofuscado por um extasiante deslumbramento que vivencio toda a simétrica elegância de duas guitarras colossais que tanto se entrelaçam na formação e orientação de faustosos, flexíveis, torneados e alterosos Riffs desdobrados e carburados a duas velocidades contrastadas, como se desenlaçam na orgiástica exteriorização de serpenteantes, ácidos, delirados e ululantes solos, a intensa reverberação bafejada de um baixo motorizado e balanceado a linhas oscilantes, vigorosas, volumosas e hipnotizantes, a acrobática e feérica impetuosidade de uma excitante bateria conduzida a estonteante celeridade e contundente virilidade, e ainda a avinagrada acidez de uma voz ecoante, espectral, glacial e fecundante que se passeia e formoseia com notável e venerável presença pelos revoltosos mares de ‘Seas of Titan’. É-me ainda importante expandir as palavras elogiosas até aos domínios do fabuloso artwork – concebido pelo muito conceituado ilustrador californiano Alan Forbes – que, com imaculada exactidão, transladara para o universo visual tudo o que a principesca, bélica e romanesca sonoridade de Bison Machine edifica no imaginário do ouvinte. Este é um álbum titânico, detentor de uma beleza e destreza imperiais, que me faz reverenciá-lo sem qualquer inibição e nomeá-lo como um dos mais impactantes registos lançados até ao momento em 2019. Vai ser fácil reconhecê-lo por entre os mais medalhados discos que se perfilarão na lista dos melhores álbuns nascidos no presente ano.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

🍁 Dead Meadow - "Jusiamere Farm" (Howls from the Hills, 2001)

💣 Lemmy Kilmister // Motörhead

Review: ⚡ Stonekind - 'Stonekind' EP (2019) ⚡

Da cidade de Winston-Salem (localizada no estado norte-americano da Carolina do Norte) chega-nos o impactante EP de estreia da recém-formada banda Stonekind. Lançado na madrugada de um verão já findado, através da sua página oficial de Bandcamp e unicamente divulgado em formato digital, este ‘Stonekind’ presenteia o ouvinte com uma volumosa, vibrante e musculosa descarga de Heavy Rock que acaba por desaguar e desmaiar nas lisérgicas praias de um contemplativo, etéreo e lenitivo Psychedelic Rock de enlevada propensão estelar. A sonoridade deste muito promissor power-trio pendula entre momentos de fogosa, turbulenta e rumorosa ferocidade que nos sobreaquecem e sacodem de intensa euforia, e envolventes, plácidas e eloquentes passagens de uma requintada e delicada sublimidade – dedilhada e narrada a uma estética quase cinematográfica – que nos esmorece e estarrece num perfeito estádio de imperturbável meditação. E é esta alternância de ambiências tão ambivalentes que faz de ‘Stonekind’ um EP de fácil digestão e incessante fascinação. Sintam a destacada presença de uma irresistível guitarra que tanto se agiganta e em titânicos, fervorosos, revoltosos e monolíticos Riffs erodidos e apimentados pelo vulcânico efeito Fuzz, como se apazigua em ataráxicos arranjos de suavizante e narcotizante beleza. Balanceiem detidamente o vosso corpo ao sabor da reverberante ondulação influenciada por um murmurante baixo de linhas desenhadas e carregadas a uma pulsante, espessa e magnetizante fluidez. Deleitem-se na doce formusura destilada por uma sedosa, melódica e prazerosa voz que se enfatiza com desarmante distinção, e desprendam a cabeça na instintiva resposta a uma bateria incansavelmente vergastada por duas baquetas impulsivas que imprimem toda uma ofegante, explosiva e contagiante ritmicidade a este portentoso registo. São 22 minutos aureolados por um profundo e absorvente encantamento de tal ordem, que não será nada fácil aceitar o desconfortável silêncio que se segue ao derradeiro tema. Apesar da sua ínfima duração, este ‘Stonekind’ é um EP que encerra em si mesmo toda uma vultosa e dominante essência que nos força a experienciá-lo de forma repetida, incontida e sempre como se da primeira vez se tratasse.

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segunda-feira, 23 de setembro de 2019

🎖 Heavy 46th Birthday Al Cisneros!

📸 Tinnitus Photography

🎹 Keith Emerson // Emerson, Lake & Palmer (1970)

🎖 Happy 70th Birthday Bruce Springsteen!

📸 Eric Meola (1977)

★ Spinetta ★ Machi ★ Pomo ★

🥁 John Bonham // Led Zeppelin

🔌 Magick Blues Band - 'Magick Blues Band' (2019)

🧙 Uncle Acid & the deadbeats

sábado, 21 de setembro de 2019

🦅 Jaco Pastorius (01/12/1951 ✝ 21/09/1987)

Review: ⚡ Land Mammal - 'Land Mammal' EP (2019) ⚡

Da metrópole Dallas (Texas, EUA) vem a mélica, aromática e pastoril brisa sonora bafejada pelo venerável EP de estreia (e que estreia) do fresco quinteto Land Mammal. Desenraizado e florescido em território primaveril, e promovido única e exclusivamente em formato digital, este arejado, perfumado e desmesuradamente aprazível registo de designação homónima traz-nos a charmosa lubricidade de um provocante, afrodisíaco, opulento e dançante Blues-Rock aliada à deslumbrante graciosidade de um ensolarado, afável, estimável e melificado Psychedelic Rock de essência revivalista que se confunde com a boa disposição de um jovial e contagiante Psych Pop firmado nos britânicos anos 60. A sua extasiante sonoridade é sobrevoada, temperada e climatizada por uma arrebatadora ambiência campesina que nos enternece e embevece os sentidos. De pálpebras desmaiadas, narinas dilatadas, sorriso talhado no rosto e alma embrulhada numa imperturbável sensação de pleno bem-estar somos embalados e namorados pelos quatro temas que se conjugam entre si numa ataráxica e desarmante harmonia capaz de nos fazer salivar os ouvidos. São 15 minutos saturados de uma resplandecente melosidade e deliciosa maviosidade cuidadosamente cozinhadas por uma sedosa, simpática, doce e formosa voz (de vistosas aproximações a um saudoso Shannon Hoon, carismático vocalista dos norte-americanos Blind Melon), uma garbosa guitarra wah-wah de inspiração Jimi Hendrix’eana que se pompeia e afogueia em envolventes, descontraídos, requintados e eloquentes acordes de onde espreitam e desnudam tímidos, efémeros, borbulhantes e imensamente delirantes solos, um pulsante, magnético e serpenteante baixo de linhas fluídas, onduladas, viçosas e espaçadas, uma relaxada bateria de toque chamejante, apurado, desembaraçado e cativante, e um sofisticado teclado que – em encantadora parceria com um mágico sintetizador – orvalha todas as verdejantes planícies de ‘Land Mammal’ com um aliciante misticismo. A vistosa portada que confere rosto a este paradisíaco EP tem o fácil e imediatamente reconhecido toque artístico do já afamado ilustrador RobinGnista. Este é um registo deveras apaixonante que apenas peca pela sua curta duração. Uma apaladada, estupenda e inspirada produção de estreia do jovem quinteto Land Mammal que não só tem legitimas aspirações de alcançar as mais elevadas e consequentemente elogiadas posições na lista onde se perfilam os melhores EP’s do ano, como aponta a um futuro muito risonho de uma banda que – espero eu – veio para ficar.

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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

🌴 Sheverb - "Thunder Lizard" (2018)

🍁 Ian Gillan // Deep Purple (1970's)

🍺 Lemmy Kilmister

Review: ⚡ Buried Feather - 'Cloudberry Dreamshake' (2019) ⚡

Da insuspeita cidade costeira de Melbourne (lar de tantas e tantas bandas consagradas que ornamentam a já emblemática cena australiana) chega-nos o terceiro e novo álbum do tridente australiano Buried Feather designado de ‘Cloudberry Dreamshake’ e oficialmente lançado no passado dia 12 de Setembro sob a forma digital através da sua página de Bandcamp, bem como em formato físico de vinil (trifurcado em diferentes e ultra-limitadas edições) através do selo discográfico germânico Kozmik Artifactz e da editora local Cobra Snake Necktie Records. De instrumentos apontados a um imersivo, hipnótico e lenitivo Krautrock de ritmicidade Drone que orbita numa detida dança gravitacional com um sidérico, lisérgico e outonal Psychedelic Rock de traje sessentista, a onírica sonoridade de ‘Cloudberry Dreamshake’ passeia-se dos meditativos céus de uns clássicos Can aos viscosos e musgosos pântanos dos contemporâneos Dead Meadow. De pálpebras semicerradas, olhar insensibilizado, tronco serpenteante e cabeça pesadamente balanceada de ombro a ombro, embalamos numa profunda hipnose que nos embacia a lucidez e banha de embriaguez. Na composição de toda esta densa e psicotrópica nebulosidade estelar encontra-se uma esfíngica guitarra fervilhada em efeito Fuzz que se envaidece e enlouquece em arábicas danças de onde sobressaem adornados, provocantes e sublimados solos de uma beleza e pureza celestial, uma sonhadora e purificante voz de tez ecoante, terna, etérea e transparente, um murmurante baixo de linhas oscilantes, melodiosas, suaves e magnetizantes, uma bateria balsâmica de toque cintilante, delicado, cuidado e tranquilizante, e ainda um mágico sintetizador que – com o seu inventivo experimentalismo – sonda as lamúrias dos astros e borrifa toda a encantadora atmosfera sonora de uma edénica, perfumada e mística alquimia. O fantástico artwork detalhadamente delineado e colorido a profusa e difusa exuberância pertence ao talentoso artista norte-americano Brian Blomerth. Este ‘Cloudberry Dreamshake’ é um ofuscante e apaixonante álbum de beatitude lapidar que nos faz desaguar e atracar num nirvânico estádio de glória sensorial. Deixem-se embevecer e transcender pela sua imensa mansidão, e sintam-se perecer num súbito desmaio de prazer que vos sepultará nos mais penetrantes solos do universo sonial. É demasiado fácil testemunhar o adormecimento dos sentidos e o consolo da alma num perfeito oásis espiritual. Dissolvam-se neste poderoso sedativo via auditivo, e flutuem pela plácida e flácida ondulação de Buried Feather. Embarquem nesta febril narcose sem regresso garantido.

domingo, 15 de setembro de 2019

© Hugh Holland

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♛ Deep Purple - "Speed King" (Deep Purple In Rock, 1970)

Review: ⚡ Love Gang - 'Dead Man's Game' (2019) ⚡

Da cidade de Denver (a mais populosa e capital do estado norte-americano do Colorado) chega-nos o tão ansiado primeiro álbum do enérgico (e por mim muito apreciado) quarteto Love Gang. Formados em 2015 e com um modesto curriculum vitae onde apenas constam um EP (2016) e um Split (2019) produzido na adorável companhia dos texanos Smokey Mirror, estes quatro jovens dotados das melhores inspirações presenteiam agora todos os seus seguidores com um registo digno das suas admiráveis capacidades de instrumentos empunhados. Lançado muito recentemente em formato digital através das mais variadas plataformas e numa ultra-limitada edição em vinil de aparência caramelizada (apenas 300 cópias físicas disponíveis e com entrega agendada para o início do próximo mês de Outubro) através do seu próprio selo discográfico Colfax Records, este empolgante e impactante ‘Dead Man's Game’ vem assombrado e infestado por um serpenteante, viçoso, harmonioso e extravagante Heavy Prog, um poderoso, dinâmico, ardente e ostentoso Hard Rock (que discretamente se metamorfoseia num tradicional Heavy Metal à boa moda dos britânicos 80’s) e ainda um intrigante, obscuro, ritualístico e magnetizante Proto-Metal de reverente ambiência ocultista. A sua clássica e carismática musicalidade fielmente trazida do sagrado território setentista – e de onde são evocados e conjugados consagradas referências como Atomic Rooster, Edgar Broughton Band, Birth Control, Blue Cheer e Jethro Tull – detona na nossa direcção toda uma frenética cavalaria pesada que – à rédea solta, esporas ensanguentadas e corrida tonitruante – nos atesta, agride e contagia de uma intensa e fervilhante adrenalina sem qualquer esmorecimento à vista. De pupilas dilatadas, maxilares cerrados, fôlego arquejado, coração em alvoroço e cabelos esvoaçantes em incessante perseguição a uma cabeça rodopiante, somos contagiados e irrigados pela vibrante, viril e potente exuberância detonada pelos Love Gang. De motores rumorosos e fumegantes, punho firmado no volante e um forte odor a borracha queimada no asfalto, este quarteto norte-americano arranca para uma furiosa, portentosa e estonteante galopada motivada por uma extraordinária guitarra de majestosos, velozes, lascivos e imperiosos Riffs distorcidos e atropelados por ácidos, trepidantes, intoxicantes e delirados solos, um imponente baixo de possante, ensombrada, tonificada e murmurante reverberação, uma impulsiva e infatigável bateria que se afogueia a trote de uma ritmicidade instigante, vertiginosa, estrondosa e galopante, uma voz incandescente, ríspida, áspera e mordente, e um litúrgico e enigmático teclado que – em alternância de protagonismo com uma bizarra e serpenteante flauta à boa moda de Ian Anderson e ainda um aveludado, erótico e exaltado saxofone – se enfatiza e eterniza com os seus arrepiantes, hipnóticos, exóticos e elegantes bailados. ‘Dead Man’s Game’ é um álbum inesgotavelmente electrizante que provoca no ouvinte toda uma borbulhante, tumultuosa e efervescente erupção de prazer. Uma apimentada e condimentada receita sonora que conta com os ingredientes certos usados na medida certa. Já tinha saudades de uma cavalgada desta magnitude. Este é indubitavelmente um dos meus discos favoritos de 2019. Incendeiem-se e revoltem-se nele.

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