domingo, 31 de julho de 2016
sábado, 30 de julho de 2016
Review: ⚡ Pottwal - ‘Double Space’ (2016) ⚡
Da Alemanha chega-nos uma das mais fascinantes e auspiciosas
indagações espaciais dos últimos anos. ‘Double Space’ é o álbum de estreia
do quinteto Pottwal e vem nutrido de
um lenitivo e viajante Space Rock,
aliado a um árido e formoso Psych Rock,
e com indiscretos chamamentos ao elegante e dançante Prog Rock capazes de nos polvilhar a alma com uma densa e envolvente
poeira estelar. Estes cinco astronautas de instrumentos apontados aos lugares
mais idosos e intangíveis do Cosmos bocejante, presenteiam-nos com uma
hipnótica, anestésica e deslumbrante odisseia pela verticalidade sideral. É
demasiado fácil sentirmo-nos levitar – numa plena submissão à servidão gravitacional
deste disco de alma nómada – pelas longínquas costuras de um vasto e sonolento
universo que se espreguiça e desdobra pela infinidade adentro. ‘Double
Space’ encerra uma embriagante fragância suspirada pelos astros que nos
amolece, embalsama e extasia. Desamarrem-se da gravidade consciencial e
mergulhem no profundo oceano cósmico à boleia de duas guitarras endeusadas que
se enlevam nos seus mélicos e comoventes acordes e lisérgicos, delirantes e
ululantes solos que nos trespassam e estimulam, um baixo errante e contemplativo
de bailados vagarosos, reverberantes e ondulantes que dão à nossa costa e nos
tantalizam, uma bateria cariciosa e relaxante que nos massaja o cerebelo com a
sua envolvente e afagante condução rítmica, um sintetizador celestial responsável
pela criação de uma resplandecente e encantadora atmosfera que nos abraça, estimula
e enfeitiça, e ainda uma voz agradável, macia e voluptuosa que se passeia com delicadeza
pela ambiência sonhadora de ‘Double Space’. Este é um álbum que
nos desata pela abundância astral. Um álbum que nos prende do primeiro ao
último tema. Inalem e reverenciem este etéreo suspiro estelar dado à costa do
planeta Terra e agigantem-se numa emocionante eclosão espiritual.
sexta-feira, 29 de julho de 2016
quinta-feira, 28 de julho de 2016
Review: ⚡ Lightbulb Vaporizer - ‘Free the Leaf’ (2016) ⚡
‘Free
the Leaf’ é o álbum de estreia dos canadianos Lightbulb Vaporizer que encerra uma envolvente e deslumbrante jam de efeitos psicotrópicos que prontamente
nos inala e afaga a lucidez. Fundamentado num agradável e lenitivo Psych Rock de natureza imensamente encantadora
que nos transporta pela sedosa e mélica ondulação de um viscoso fluxo de THC, este ‘Free the Leaf’ é um
álbum que nos massaja, entorpece e em nós instaura uma plena sensação de
bem-estar. A sua ambiência densamente nebulosa petrifica-nos num intenso estado
de meditação conduzida e instigada por uma guitarra sonhadora que se serpenteia
e envaidece nos seus uivantes e delirantes solos, uma bateria jazzística de condução hipnótica, suave
e tranquilizante que nos enfeitiça e prazenteia, e um baixo deliciosamente
ritmado, robusto e pulsante que vagueia harmoniosamente pela alma deste poderoso
canabinóide via auditivo. ‘Free the Leaf’ enleva-nos à medula
do transe, numa sagrada e duradoura levitação espiritual de encontro ao mais
resplandecente estádio de êxtase. Embrenhem-se nesta dança gravitacional com a acinética
sonoridade de ‘Free the Leaf’ que vos amortalhará e seduzirá numa fantástica e
admirável odisseia pelo vasto e misterioso universo onírico. Entreguem as
rédeas da vossa consciência aos ataráxicos domínios de ‘Free the Leaf’ e
sintam-se desprender e emancipar pelos aveludados, esverdeados e morfínicos
céus de Lightbulb Vaporizer. Um dos
discos mais embriagantes do ano está aqui.
quarta-feira, 27 de julho de 2016
terça-feira, 26 de julho de 2016
segunda-feira, 25 de julho de 2016
Review: ⚡ Montenegro - ‘Vivo’ (2016) ⚡
Da populosa cidade de Buenos Aires chega-nos ‘Vivo’,
o novo e segundo álbum lançado pelo power-trio
argentino Montenegro. Tal como o seu
título sugere, este álbum capta a magnetizante, nebulosa e fascinante
performance ao vivo (no Detroit Club
@ Morón, Argentina) destes jovens pregadores do Heavy Psych de nacionalidade argentina. Descendentes da pesada
herança deixada por Pappo’s Blues, a
vibrante sonoridade de Montenegro conduz-nos
numa envolvente, intensa e alucinante odisseia pela alma de dois universos
distintos. ‘Vivo’ encerra paisagens sonoras de natureza analgésica, relaxante
e meditativa que nos embalam e amenizam, assim como outras de ares conturbados,
densos e desvairados que nos libertam e euforizam sem a mais pequena réstia de inibição.
Endoideçam ao som de uma guitarra extasiante que desprende solos
verdadeiramente provocantes, hipnóticos e estonteantes capazes de nos fazer
estremecer e transcender de adrenalina, e que se agiganta em corrosivos, dinâmicos
e possantes riffs que nos cortejam e
comovem com tremenda facilidade. Movimentem a cabeça de encontro a uma bateria
acrobática de estimulante e criativa orientação rítmica, e sombreiem-se na pulsante,
torneada e revigorante dança de um baixo maciço que galopa e robustece com
saliência toda esta extraordinária e vertiginosa montanha-russa. ‘Vivo’
é um álbum que nos circunda, exalta e amortalha num profundo e duradouro estado
de arrebatamento. Os seus 33 minutos de duração desdobram-se em tantos mais, já
que ‘Vivo’
é um álbum que nos incita a múltiplas audições. Deixem-se persuadir pela tantalizante
e mutuamente excitante essência de Montenegro,
e testemunhem a eclosão da consciência pela vasta e deslumbrante intimidade estelar.
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