terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
Review: ⚡ Aminoácido - 'Meticuloso' (2017) ⚡
Da cidade brasileira de Londrina chega uma das grandes
surpresas musicais de 2017. ‘Meticuloso’ é o álbum de estreia da
jovem banda Aminoácido e vem
saturado de uma delirante e extravagante combinação de géneros musicais onde se
destacam os paladares de um airoso e jovial Psych Rock, um requintado e arrebatador Blues, um garrido e entusiástico Funk e ainda um formoso e harmonioso Jazz. Todos estes ingredientes sonoros são condimentados pelo
experimentalismo instrumental aliado a uma estimulante condução Progressiva que nos mantém de atenção
ancorada a todos os temas que corporizam este simpático, envolvente e sensual ‘Meticuloso’.
São 40 minutos governados por uma atmosfera radiosa e encantadora que nos bronzeia
e massaja a alma. É humanamente impossível comungar este álbum sem que o mesmo absorva,
contagie e obrigue o ouvinte a dançá-lo detidamente do primeiro ao último tema.
A composição musical que lubrifica cada um dos temas é verdadeiramente
prodigiosa, conjugando na perfeição a morfínica e extasiante placidez com o excitante,
hipnótico e mirabolante alvoroço. Uma perfeita ode simbiótica narrada a uma só
voz pelos instrumentos que brilhantemente tricotam esta excecional passeata
pelos cheirosos jardins de Aminoácido.
Endoideçam ao provocante som de duas guitarras eróticas que se cortejam num
deslumbrante bailado de onde desprendem labirínticos e serpenteantes riffs e vertiginosos, tortuosos e
alucinantes solos, um baixo funky de
linhas oscilantes, corpulentas e dançantes, uma voz suave, deleitosa e afável
que empresta ao álbum uma perfumada ambiência de Bossa Nova, e uma bateria acrobática de subtil, inventiva e
habilidosa orientação rítmica que galopeia todo este impressionante desfile
carnavalesco. Dissolvam-se na atraente excentricidade
de ‘Meticuloso’
e vivenciem um dos mais primorosos discos lançados até ao momento em território
de 2017.
domingo, 26 de fevereiro de 2017
sábado, 25 de fevereiro de 2017
Review: ⚡ Dazed Sun Lemonade - 'I Never Thought i'll be a Junkie' (2017) ⚡
Da cidade fronteiriça de Tijuana (México) chega-nos ‘I Never Thought i’ll be a Junkie’, o
novo álbum do quarteto Dazed Sun Lemonade.
Embebido numa sonoridade verdadeiramente alucinógena de onde sobressaem um lisérgico,
envolvente e introspectivo Heavy Psych,
um anestésico, hipnótico e contemplativo Krautrock
e um vibrante, exótico e dançante Zamrock,
este disco tem a capacidade de mumificar e narcotizar o que de mais vivo e lúcido
em nós habita. A nossa alma entorpecida é cativada e magnetizada de encontro à
poderosa gravidade emanada pelo deslumbrante ‘I Never thought i’ll be a Junkie’,
provocando em nós uma imortal sensação de êxtase que nos amortalha do primeiro
ao derradeiro tema. Recostem-se confortavelmente, cerrem as pálpebras e mergulhem
neste profundo oceano de mescalina sonora ao ébrio som de duas guitarras letárgicas
que se amontoam em vigorosos, compactos e intoxicantes riffs e se desvairam em fascinantes,
arrebatadores e alucinantes solos, um baixo corpulento, reverberante e torneado
que se balanceia relaxadamente, uma bateria provocante de acrobacias inventivas
e dinâmicas, e uma voz crua, ríspida e apática que contrasta na perfeição com
toda a atmosfera inebriante de ‘I Never thought i’ll be a Junkie’.
Este é um álbum de natureza enteogénica que nos convida a vivenciar uma das
mais espantosas, extravagantes e celestiais digressões oníricas de Aldous
Huxley. Absorvam a vossa lucidez na psicotrópica alma de Dazed Sun Lemonade, comunguem a doce hipnose, e levitem rumo à sagrada ataraxia.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Review: ⚡ Space Debris - 'Behind the Gate' ⚡ (2017)
Space
Debris são hoje uma das mais relevantes e incontornáveis bandas
de Krautrock contemporâneo. Do alto
das suas duas férteis décadas de existência, esta banda alemã acaba de lançar
aquele que – a par do seu álbum de estreia ‘Krautrock-Sessions 1994-2001’ lançado
em 2002 (review aqui) – representa o meu registo favorito deste carismático
quarteto sediado na cidade de Mannheim.
Com claras influências a resvalar nos hipnóticos e místicos domínios de Amon Düül e Can ao virtuosismo delirante de Santana, The Allman Brothers
e Deep Purple, o recém-lançado ‘Behind
the Gate’ (pela mão do selo germânico Green-Brain nos formatos físicos de CD e vinil) aprisiona um
envolvente e astral Krautrock de
mãos dadas com um majestoso e encantador Prog
Rock e ainda com um elegante, primoroso e deslumbrante Psych Rock. Esta longa, sublime e inesquecível odisseia espacial
passeia-nos a consciência narcotizada pelas aveludadas e etéreas brisas
estelares. Uma sedutora jornada que nos anestesia e extasia com plena exuberância.
Sintam-se transcender à boleia de uma guitarra sumptuosa de épicos e ostentosos
riffs que se metamorfoseiam em mirabolantes,
vertiginosos e extravagantes solos, um baixo marcante de murmúrios pulsantes, robustos e
bailantes, um agradável teclado de charmosas e apaixonantes danças e coros
celestiais, e uma bateria jazzística que
tiquetaqueia de forma requintada, vistosa e empolgante toda esta altiva
digressão pela infinidade espacial. ‘Behind the Gate’ é um fantástico
mergulho num distensível oásis espiritual que nos conduz tão para lá das portas
da percepção. Sintam-se amortalhados numa intensa e esplendorosa ataraxia difundida
pela espantosa sonoridade de Space
Debris, bronzeiem-se na sua ébria radiação, e vivenciem um dos mais enlevados
álbuns de 2017.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Elder - 'Reflections of a Floating World' (Teaser)
via Stickman Records (Europa) e Armageddon Label (USA)
Review: ⚡ Universal Hippies - 'Dead Hippies Revolution' ⚡ (2017)
Da Grécia chegam-nos as perfumadas, agradáveis e tonificantes brisas
mediterrânicas de ‘Dead Hippies Revolution’, o álbum de estreia da jovem banda Universal Hippies. Lançado no passado
dia 18 de Fevereiro em formato digital através do seu Bandcamp oficial, este álbum sustenta um afável, polido e
harmonioso Psych Rock em empolgante
consonância com um cativante, requintado e primoroso Hard Rock fielmente resgatado aos carismáticos e dourados anos 70.
A sua sonoridade extraordinariamente encantadora e rutilante tem o dom de nos
manter seus reféns, provocando em nós uma perfeita e imbatível sensação de
bem-estar que nos acaricia e enleva ao longo dos 40 minutos que integram este esplendoroso
álbum. Deixem-se seduzir e entusiasmar pelos formosos, lascivos e hipnóticos
bailados de duas guitarras que transpiram voluptuosos, mélicos e deleitosos acordes
e se avivam e inflamam em vibrantes, desvairados e afrodisíacos solos que nos
estremecem de redentora euforia. Cerrem as pálpebras e pendulem a cabeça ao
estimulante som de um baixo desmesuradamente fascinante e majestoso que se
manifesta marcadamente em linhas pulsantes, vigorosas e magnéticas, e
experienciem toda uma comoção de adrenalina amplificar-se pelos desdobráveis
domínios da vossa alma à eletrizante boleia de uma bateria superiormente conduzida
a destreza e sentimento. ‘Dead Hippies Revolution’ é um álbum
incrivelmente charmoso, envolvente e sublime que me conquistara à primeira
audição. Banhem-se nesta intensa resplandecência de exultação em estado musical
e percorram a área mítica e boémia de Haight-Ashbury (San Francisco, CA) no
final dos 60’s. Todos os encargos desta viagem regressiva na linha temporal ficam
à inteira responsabilidade de Universal
Hippies. Este é um álbum capaz de agradar a gregos e a troianos.
Links:
Bandcamp
Bandcamp
domingo, 19 de fevereiro de 2017
sábado, 18 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Review: ⚡ Spaceslug - 'Time Travel Dilemma' ⚡ (2017)
No início de 2016 elogiei o
álbum de estreia do power-trio polaco
Spaceslug (review aqui), e hoje - motivado pelo lançamento do seu
segundo álbum – sinto-me forçado a repetir o enaltecimento a esta banda enraizada
na cidade de Wrocław. Lançado hoje
mesmo nos formatos de digital e CD, ‘Time Travel Dilemma’ representa a tão
aguardada sequela da fascinante e envolvente odisseia principiada em ‘Lemanis’,
que nos arremessa a consciência aos mais longínquos, sombrios e recônditos lugares
do Cosmos bocejante. O seu intenso, possante e corrosivo Psych Doom – temperado e domesticado pelas lisérgicas,
tranquilizantes e absorventes poeiras estelares do Space Rock – provoca em nós uma poderosa e resistente sensação de entorpecimento
que nos amortalha do primeiro ao derradeiro tema de ‘Time Travel Dilemma’.
São 44 minutos vividos numa constante e fumarenta ressonância psicotrópica que
nos afaga, hipnotiza e deslumbra com tremenda vivacidade. Deixem-se seduzir ao
xamânico som de uma guitarra liderante que se manifesta tanto em enérgicos,
tirânicos, montanhosos e torneados riffs
que se agigantam e em nós colidem com impetuosidade, como em inebriantes,
contemplativos e enternecedores solos capazes de nos atestar de um absoluto êxtase.
Oscilem os vossos corpos inanimados na instintiva resposta à reverberante,
robusta e torneada ondulação de um baixo tirânico e sublime. Exaltem-se com a redentora
explosividade disparada por uma bateria entregue a uma veemente e provocante cavalgada
que nos esporeia e euforiza, perfumem-se no brumoso encantamento de um
sintetizador que ausculta as estrelas, e adormeçam ao som da voz espectral que
ecoa ao longo da narcotizante atmosfera de Spaceslug.
De destacar ainda a carismática presença vocal de Sander Haagmans (baixista de Sungrazer)
no tema de encerramento, e o fantástico artwork da autoria do talentoso ilustrador polaco Maciej Kamuda. Este é um álbum
que nos catapulta de encontro aos mais gélidos e solitários astros da
infinidade espacial. Entrem em órbita de ‘Time Travel Dilemma’ e testemunhem
uma das mais estéticas correspondências entre a opulência, delicadeza e
ritmicidade.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
Review: ⚡ Willow Child - 'Trip Down Memory Lane' EP ⚡ (2017)
Da cidade de Erlangen (Baviera, Alemanha) chega-nos o paradisíaco EP de estreia do
quarteto germânico Willow Child.
Lançado oficialmente no passado dia 10 de fevereiro nos formatos de digital e
CD, ‘Trip
Down Memory Lane’ vem embebido num elegante, voluptuoso e entusiástico Heavy Blues de carisma setentista em perfeita comunhão com um
delirante, resplendoroso e hipnotizante
Psych Rock. A sua ambiência absolutamente extravagante, lasciva e encantadora
faz deste EP um registo verdadeiramente apaixonante que nos afaga e namora do
primeiro ao último tema. Embriaguem-se de prazer ao deslumbrante som de uma
guitarra luxuriosa que se envaidece em etéreos e tonificantes acordes e se
desdobra em espantosos e comoventes solos, um baixo pulsante e mordaz – de
soberbas e serpenteantes linhas – que vistosamente se enleva e galanteia, um exuberante
e magnetizante órgão conduzido a formosos, mirabolantes e irresistíveis bailados,
uma bateria arrebatadora e calorosa que tiquetaqueia toda esta atmosfera
faustosa com desarmante sensibilidade e destreza, e ainda uma opulenta, torneada
e oleada voz que capitaneia com superioridade todo este envolvente, esplêndido e
requintado cortejo de exultação em estado musical. A autoria do primoroso artwork pertence à inconfundível artista australiana Harley and J. São 27 minutos nutridos e
governados por um radioso e persistente bem-estar que nos abraça, bronzeia e
contagia sem qualquer inibição. Emprestem-se a este primoroso e provocante ‘Trip
Down Memory Lane’ – que tão bem concilia a irreverência com a cortesia –
e deixem-se inebriar pelo seu inatacável poder de sedução.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
domingo, 12 de fevereiro de 2017
sábado, 11 de fevereiro de 2017
Review: ⚡ Dead Witches - 'Ouija' ⚡ (2017)
Está oficialmente lançado o assombroso
álbum de estreia da recém-formada banda Dead
Witches. Promovido pelo cada vez mais influente selo romano Heavy Psych Sounds Records nos formatos
físicos de CD e vinil, ‘Ouija’ encerra um possante, arrastado
e luciférico Psych Doom de aura tirânica
e inquisidora que nos profana e enluta a alma. A sua sonoridade verdadeiramente
intrigante e demoníaca convida-nos a comungar todo um ritual oculto que nos
hipnotiza e seduz ao longo dos 32 minutos desta funesta e diabólica celebração.
Deixem-se dominar pela nefasta e sinistra radiação de uma guitarra despótica e
ostensiva que se agiganta e nos intimida com os seus poderosos, erosivos e monolíticos
riffs e majestosos, opulentos e
arrebatadores solos que nos serpenteiam e intoxicam. Sacudam-se veementemente
ao entusiasmante e redentor som de uma bateria polvorosa que galopeia com
soberania e elevação toda a densa, brumosa e amaldiçoada atmosfera de ‘Ouija’.
Pendulem detidamente os vossos corpos inanimados ao sabor dos reverberantes,
dançantes e carregados bafos de um baixo vociferante, sombrio e vagaroso que escolta
de forma incessante e irrepreensível o fascinante esoterismo de Dead Witches. Convertam-se em cegos e devotos
peregrinos liderados pela voz temulenta, enigmática e pagã que sobrevoa com distinção
toda a ambiência herética de ‘Ouija’. Confesso que este era um
dos álbuns mais aguardados de 2017 e que acabou por superar as minhas mais altas
e exigentes expectativas. Entreguem as rédeas da vossa espiritualidade a esta obscura
liturgia e deixem-se governar pelo lado eclipsado da religiosidade. Um dos discos
mais imponentes do ano está aqui, na soturna e maléfica alma de ‘Ouija’.
Links:
Review: ⚡ Kungens Män - 'Bränna Tid' ⚡ (2017)
Da capital sueca chega-nos o
novo álbum do produtivo quinteto Kungens
Män chamado de ‘Bränna Tid’. Lançado oficialmente no passado dia 6 de
fevereiro – ultra limitado a uma rara edição física em formato de CD pela mão
do selo discográfico inglês Auricle –
este admirável disco traz-nos a relaxante, inebriante e envolvente infusão
baseada no meditativo Krautrock, o
delirante Psych Rock e o celestial Space
Rock em estimulante e prazerosa consonância. O ouvinte é mergulhado num profundo,
intenso e agradável estado de hipnose que o afaga e detém do primeiro ao derradeiro
tema. A atmosfera desmesuradamente fascinante, contemplativa, morfínica e sonhadora
de ‘Bränna
Tid’, faz dele um álbum tremendamente sublime, etéreo e sedutor que nos
adorna e embalsama numa mélica e extasiante inércia. São 40 minutos vividos em constante
absorvência. Dissolvam-se na encantadora lubricidade emanada pelas guitarras
que se envaidecem em delicados, lisérgicos, aveludados e etéreos acordes e se
inflamam em serpenteantes, abrasivos e excitantes solos, na bailante, pausada e
reverberante ondulação de um baixo detidamente entregue a danças eróticas,
xamânicas e magnetizantes, e uma bateria de deliciosas acrobacias jazzísticas – conduzida de forma inventiva,
sensível e arrebatadora – que condimenta toda esta deslumbrante expedição
espiritual pelos longos e sedativos desertos da alma. São estes os elementos essenciais
que fazem de ‘Bränna Tid’ um poderoso alucinógeno capaz de nos escoar a
lucidez e transcender aos paradisíacos céus do (in)tangível transe. Percam-se e encontrem-se no sagrado
misticismo de Kungens Män e
testemunhem toda uma anestésica e imperturbável serenidade da mente. Um dos
discos mais hipnotizantes de 2017 está aqui, na esplendorosa e narcotizante essência
de ‘Bränna
Tid’. Comunguem-no e reverenciem-no.
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