Da capital finlandesa – Helsínquia – chega-nos “The
End”, o álbum de estreia do power-trio
Dryasdust, que traz a sua alma
sobrecarregada e dominada por um musculoso e requintado 70’s Heavy Rock de
contornos místicos e isotéricos. Os seus riffs
graníticos, sombrios e poderosos agigantam-se e ensoberbem-se, governando com
distinção toda a atmosfera sonora de “The End”. Este é um disco de natureza
inquietante e fascinante que nos trespassa, enfeitiça e converte em seus
devotos. É demasiado fácil entregar as rédeas da nossa consciência aos
enigmáticos e inquisidores domínios de Dryasdust,
vivenciando e comungando os sete temas que corporizam este disco com
excessiva desordem emocional. Existe algo de verdadeiramente provocante e
hipnótico na essência de “The End” que nos obriga a uma total
submissão. Obedeçam a uma guitarra demoníaca que se envaidece destacadamente nas
suas danças serpenteantes, excêntricas, rutilantes e tenebrosas, a um baixo profano
de fôlego nebuloso, carregado e possante, a uma bateria enérgica e atroante que
desbrava de forma intensa e encantadora todas as esplendorosas paisagens
sonoras tricotadas pela guitarra e baixo em poderosa e fecundante harmonia, e a
uma voz temperada, profunda e soberana que se desprende do âmago de todo este
denso ritual de instrumentos apontados ao Oculto e livremente esvoaça pelos
amaldiçoados e aterradores céus de “The End”. Sintam a influente
penumbra deste disco obscurecer os vossos semblantes e amortalhar a vossa alma
num envolvente e paralisante abraço que vos manterá embalsamados do primeiro ao
derradeiro tema. “The End” é um disco cerimonial que nos mantém de pupilas
dilatadas, coração galopante e cabeça entregue a um constante pêndulo de ombro
a ombro. Um dos álbuns mais impactantes de 2016 está aqui. Reverenciem-no com
inteira justiça.
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