Mais uma preciosidade nascida no
passado ano de 2014 e que me passara ao lado até há bem pouco tempo. Este trio
natural de Zurique, Suíça traz consigo uma sonoridade bastante eclética (dentro
das várias vertentes do Rock, é claro) e orgânica. Os 70’s simbolizam o seu
altar, de onde comungam o Prog Rock,
Kraut Rock, Space Rock e Heavy Psych Rock
tão prontamente reconhecidos no seu caudal sonoro. Este disco estreante encarcera seis longos temas que se
esperneiam conjuntamente num devaneio tranquilizante pela sua aurora verdadeiramente
onírica. São 70 minutos de liturgia intensamente mística, tântrica e étnica que
imediatamente pulverizará e conduzirá as vossas consciências a céus
resplandecentes. Contorçam-se prazerosamente com uma guitarra fecundante que se
perde e encontra na imensidão e eternidade dos seus solos ciclónicos e
delirantes, e edifica riffs de
natureza extraordinariamente sideral. Dancem ao som de um órgão profético que nos
ameniza a alma com as suas brisas profundamente lisérgicas. Pendulem ao som de
um baixo massivamente hipnótico e ritmado que se passeia com destacada
elegância pelos vestígios de uma guitarra incandescente e fugaz, e sintam-se
dissipar com as estonteantes batidas de uma bateria jazzística capaz de domesticar com autoridade toda esta profusão sensitiva.
Deixem-se mergulhar neste profundo oceano cósmico e respirem toda a sua matéria
estelar. Marblewood deram-me uma das
mais extasiantes e apaixonantes boleias musicais de que tenho memória. Uma
verdadeira ode ao que de mais redentor existe no universo musical.
Não vai ser nada fácil dispersar a
ressaca deixada por este disco e dele regressar ao aeroporto da consciência acordada.
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