Acordou num interminável lodaçal de demência. Sentiu de perto as emanações da desgraça e caiu em si mesmo. Sentiu-se pequeno, muito pequeno perante todo aquele domínio sombrio. Num gesto esforçado e tímido levantou-se e atentou um longínquo navio, com as suas velas tensas ao sabor do vento e da tempestade, que se glorificava nos tumultuosos mares. Os céus escureceram de tal forma, que só os fugazes trovões iluminavam o solo. O silêncio tornou-se omnipresente, e o medo ecoou por todo aquele campo enevoado. Um aterrador grito de uma mulher despertou a sua sentinela melancólica e fê-lo correr de encontro á vítima do tormento. Curvada no solo em perceptível amargura estava uma mulher toda vestida de preto. Quando ele, cuidadosamente, se aproximou, ela interrompeu a sua aproximação olhando-o seriamente. Ele instintivamente recuou, enquanto a mulher o olhava e murmurava num estranho dialecto. Algo sobrevoava as suas cabeças, num bater de asas sublime e pesado. Sentiu-se assolado pela loucura. Algo o visitara. Os seus olhos arregalaram-se de tal forma que as cavidades ósseas não os puderam recolher. A enigmática mulher havia desaparecido. Privado da sua visão, ele sentiu em seu redor algumas crianças correr num cortejo circular de gargalhadas e gritos entusiasmantes. Um carrossel estonteante onde ele ficara perpetuado.
domingo, 14 de novembro de 2010
Evan Caminiti - Psychic Mud Shrine
Acordou num interminável lodaçal de demência. Sentiu de perto as emanações da desgraça e caiu em si mesmo. Sentiu-se pequeno, muito pequeno perante todo aquele domínio sombrio. Num gesto esforçado e tímido levantou-se e atentou um longínquo navio, com as suas velas tensas ao sabor do vento e da tempestade, que se glorificava nos tumultuosos mares. Os céus escureceram de tal forma, que só os fugazes trovões iluminavam o solo. O silêncio tornou-se omnipresente, e o medo ecoou por todo aquele campo enevoado. Um aterrador grito de uma mulher despertou a sua sentinela melancólica e fê-lo correr de encontro á vítima do tormento. Curvada no solo em perceptível amargura estava uma mulher toda vestida de preto. Quando ele, cuidadosamente, se aproximou, ela interrompeu a sua aproximação olhando-o seriamente. Ele instintivamente recuou, enquanto a mulher o olhava e murmurava num estranho dialecto. Algo sobrevoava as suas cabeças, num bater de asas sublime e pesado. Sentiu-se assolado pela loucura. Algo o visitara. Os seus olhos arregalaram-se de tal forma que as cavidades ósseas não os puderam recolher. A enigmática mulher havia desaparecido. Privado da sua visão, ele sentiu em seu redor algumas crianças correr num cortejo circular de gargalhadas e gritos entusiasmantes. Um carrossel estonteante onde ele ficara perpetuado.
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