Depois de ouvir este disco,
regresso à minha consciência de calças ainda desapertadas e as cuecas húmidas. “Jams”
dos Harsh Toke é uma crescente cavalgada á moda de Earthless e Tia Carrera num
infinito palco onde as estrelas brilham, os asteroides ardem e os cometas abrem
profundas fendas nos opacos céus do insondável cosmos. Chamar de viajante à
sonoridade deste trio americano é ser demasiado redutor. Eles expandem a
definição de delírio para um terreno muito mais abrangente e resplandecente. É
um disco perfeitamente entorpecido pela alma narcotizada dos três instrumentos
que o canonizaram de forma sublime. É o eterno prisioneiro de uma intensa poeira cósmica que o envolve
e arrasta ao longo do universo. Os instrumentos vomitam cor e luz num perfeito devaneio
pelas curvas do deslumbramento. Preparem-se para uma verdadeira odisseia espacial
a duas velocidades que se relacionam intimamente entre si e libertam um odor aliciante
que nos faz sentir astronautas sem reservas ou receios. “Jams” é uma tremenda
injecção de adrenalina que prontamente se vê detentora do que de mais desperto
há em nós. Montem neste indomável cometa e desbravem as mais recônditas arestas
do cosmos.
Este disco vem comprovar que somos seres espirituais a vivenciar uma experiência humana e não seres humanos a vivenciar uma experiência espiritual.
Este disco vem comprovar que somos seres espirituais a vivenciar uma experiência humana e não seres humanos a vivenciar uma experiência espiritual.
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