Da
cidade-capital portuguesa de Lisboa chega-nos a odorosa, vibrante e
esplendorosa elegância desabrochada pelo muito aguardado álbum de estreia do
quarteto The Bateleurs. Intitulado ‘The Sun In The Tenth House’
e lançado hoje mesmo através do selo discográfico espanhol Milanamúsica
Records nos formatos digital e CD, este primeiro trabalho de longa duração
da banda lisboeta desprende um melódico, enérgico, fascinante e afrodisíaco Blues
Rock de mãos dadas a um chamejante, fibroso, ostentoso e empolgante Classic
Rock banhado a ouro setentista. Contando ainda com coloridos laivos de
um serpenteante, estruturado, aprumado e provocante Progressive Rock de doce perfume revivalista – aliado a um enleante, festivo, emotivo e contagiante Soul
– a texturizada, charmosa e apimentada sonoridade de The Bateleurs
aponta a mira a clássicas referências como Led Zeppelin, Deep Purple,
Janis Joplin e Ike & Tina Turner, bem como desfila lado a lado
com outras da contemporaneidade como Rival Sons, Blues Pills, Siena
Root, Heavy Feather e The Mothercrow. Um fluído pêndulo que ricocheteia
entre fogosas cavalgadas desbravadas à rédea solta e harmoniosas baladas polvilhadas
a mélica e açucarada ternura. Na lista de ingredientes que compõem este
irresistível glamour de moldura citadina e brilho cabaresco, perfilam-se
uma formosa guitarra de sotaque Jimmy Page’esco que se
envaidece na hábil condução de voluptuosos, oleosos, carismáticos e majestosos Riffs,
e enlouquece na libertação de extravagantes, orgiásticos, bombásticos e rodopiantes
solos, um baixo groovy reverberado a linhas elásticas, ondulantes,
palpitantes e hipnóticas, um maravilhoso teclado Jon Lord’esco
de pomposos, frescos, principescos e aquosos bailados, uma circense bateria de
vistosas acrobacias, executadas a inventiva, excitante e expressiva maestria, e
uma voz impactante, encorpada e liderante – de pele hidratada, radiosa, felina
e aveludada, e um longo alcance megafónico – que capitaneia com emocionante destreza
e triunfante beleza toda esta caprichada obra. De estender ainda elogiosas
palavras pelo místico artwork, que aponta os
seus créditos autorais aos ilustradores russos Rotten Fantom. Este é um
álbum recheado de um libidinoso requinte que nos faz cair na sua tentação. Um
registo luxuoso que se passeia gloriosamente entre a rudeza e a delicadeza, a euforia
e a letargia, o aristocrático e o selvático. Revolvam-se e consomam-se prazerosamente
nas intensas lavaredas rugidas pelos The Bateleurs, e vivenciem com
imoderada exaltação todo o dourado fulgor de um dos mais fortes candidatos a melhor álbum português do ano.
Links:
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➥ Bandcamp
➥ Milanamúsica Records
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