segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

🍄 Geezer Butler // Black Sabbath

🌞 The Doors

📸 Bill Harvey

Review: 💣 Requiem Blues - 'Requiem Blues' (2025, Helium Head) 💣

★★★★

Da cidade inglesa de Liverpool chega-nos o bombástico álbum de estreia do irreverente power-trio Requiem Blues numa inspirada homenagem aos pesos-pesados da música Rock forjada na sagrada e dourada década de 1970. De designação homónima e editado pela Helium Head Records através dos formatos LP (limitado à prensagem de apenas 200 cópias físicas) e digital, este galopante, selvagem e impactante registo de curta duração, mas locomovido a intensa rotação, exibe a tonificada musculatura de um viçoso, torneado, encorpado e fibroso Hard Rock de alta octanagem, traja a cega pretura de um intrigante, dramático, jupiteriano e dominante Proto-Metal de inclemência luciférica, e ostenta a bailada sensualidade de um fogoso, picante, excitante e oleoso Heavy Blues de elástico balanço Boogie. Apontando os seus instrumentos a influências clássicas como Budgie, Blue Cheer, Cactus, ZZ Top, Sir Lord Baltimore, Captain Beyond, Pentagram, Iron Claw, Jerusalem, Bang, Leaf Hound e Rory Gallagher’s Taste, bem como a referências contemporâneas como por exemplo Radio Moscow, JOY, Amplified Heat, Love Gang, Peth, Cachemira, Sweat Lodge, Supersonic Blues e The Dues, este electrizante tridente britânico incendiou o meu coração sem qualquer misericórdia ou moderação. A sua combativa, rústica, psicotrópica e primitiva sonoridade de brilho vintage é inflamada por uma ardência afrodisíaca e carburada a destravada e desembaraçada velocidade. Uma mão cheia de temas verdadeiramente dinâmicos e irresistíveis que nos golpeiam e deixam completamente knock-out. Agarrem-se como puderem às rédeas desta alucinante, provocante e aparatosa cavalgada de esporas ensanguentadas e adrenalina libertada, e vivenciem-na de cabeça rodopiante, respiração ofegante e espírito integralmente rendido a Requiem Blues. Na composição desta erótica e eruptiva combustão que nos flameja de febril emoção estão uma virtuosa guitarra que se agiganta e meneia em vistosos, viciantes, exuberantes e poderosos riffs de rugosa, gaseificada e arenosa distorção, e grita toda uma psicadélica caleidoscopia de vertiginosos, estonteantes, trepidantes e venenosos solos em sónica e ciclónica debandada, um baixo vulcânico de bafejo quente e palpável que insufla linhas magnetizantes, obesas, coesas e pulsantes, uma bateria explosiva que arranca, de baquetas relampejantes, numa ritmicidade propulsiva, acrobática, enfática e incisiva, e uma voz ecoante, briosa, acrimoniosa e liderante que admiravelmente se equilibra e envaidece nas costas deste buliçoso rodeo. ‘Requiem Blues’ é um álbum empolgante, apimentado, atrevido e instigante que respira vivacidade e transpira lubricidade. Um daqueles raros casos de tórrida paixão à primeiríssima audição que me deixara de olhar vidrado, sorriso desabotoado e ouvidos salivantes. São incansáveis 28 minutos de uma potência feroz que nos embala na vertigem e deixa aturdidos e extenuados. Embarquem nesta encaracolada e desenfreada montanha-russa de empoladas emoções à flor da pele, e experienciem, maravilhados, o inapagável fulgor, a mirabolante flexibilidade e o inquebrável vigor de um dos mais sérios candidatos a melhor álbum de 2025. Que disco!

Links:
 Instagram
 Bandcamp

🖤 Support EL COYOTE