quarta-feira, 28 de abril de 2010

Diário de Estrada

Estamos tão distantes do ponto de partida. Desconhecemos o horizonte, mas estas estradas pertencem-nos. Tu adormeceras de cabelos ao vento nesta noite cálida de verão. Há muito que não falamos sobre o momento, e eu tinha tanto para te dizer... certamente tu também. A noite inspira o oxigénio dos meus pulmões... e estas estradas não se movem. Quando acordares será um novo dia, um dia feliz debaixo do sol vermelho. Mas enquanto o amanhã não chega, vou sendo assaltado por memórias nostálgicas: sorrisos fugazes, capazes de ecoar por toda a eternidade. São as oscilações do amor, da saudade... São os ventos de Vénus que nos perfumam a alma... Cerro os punhos no volante, deixo os meus olhos queimar no alcatrão e acelero rumo ao infinito. Lá espero encontrar-te, filha do Sol.