quarta-feira, 31 de março de 2021

Review: ⚡ The Black Heart Death Cult - 'Sonic Mantras' (2021) ⚡

★★★★

Da insuspeita Austrália – mais concretamente da artística cidade de Melbourne – chega-nos uma das mais deliciosas iguarias sonoras confeccionadas no presente ano de 2021. Lançado muito recentemente pela mão do selo discográfico germânico Kozmik Artifactz em formato físico de vinil, ‘Sonic Mantras’ é o novo e segundo álbum do talentoso e apaixonante colectivo australiano The Black Heart Death Cult, e vem pincelado e aureolado por um lustroso, edénico e milagroso misticismo de resplandecência estival e fragância oriental de onde facilmente se apalada um refrescante, mélico, magnético e deslumbrante Shoegaze pautado a imersivos e cativantes ritmos Krauty e tingido a diluviano e caleidoscópico psicadelismo, que se desenvolve, agiganta e revolve num mântrico, fogoso, venenoso e profético Heavy Psych de carregadas feições Doom’escas. A sua sonoridade nirvânica, melíflua, sedosa e talismânica tem o dom de nos farolizar, enternecer e canalizar pelas mais erógenas zonas da nossa espiritualidade, ancorando-nos e perpetuando-nos num ébrio estádio de sublimado e inesgotável encantamento. De pálpebras rebaixadas, olhar embaciado, ouvidos salivantes, semblante petrificado e espírito reconfortado pela inefável doçura que este ‘Sonic Mantras’ respira e transpira, somos embrumados e namorados pela bucólica, etérea e afrodisíaca radiação de The Black Heart Death Cult, e acordados no meio de um faustoso, expressivo e aparatoso bazaar. Usando e ostentando ainda vistosos adereços vintage de indiscreta inspiração sessentista, um negro véu onde florescem luminosas e chamejantes fornalhas estelares, e toda uma ataráxica religiosidade de imediata veneração, ‘Sonic Mantras’ afunila e viaja o ouvinte numa labiríntica, prismática e inescapável hipnose de estímulo sensorial. Deixem-se enfeitiçar e dominar pelas eróticas danças brilhantemente coreografadas pelas dialogantes guitarras que se manifestam em pérsicos, sinuosos, gloriosos e estéticos Riffs apimentados pelo rosnante e crepitante efeito Fuzz, e delirantes, uivantes, tóxicos e serpenteantes solos avinagrados a alucinógena acidez, pela murmurante reverberação pesadamente bafejada por um baixo fibrótico, denso, tenso e elástico, pelos ritualísticos tambores de uma bateria provocante, hipnótica, enfática e tribalista, pelos enigmáticos, extensos e cósmicos mugidos vocalizados por um mágico, fantasioso e litúrgico órgão, pela doce harmonia desprendida dos maviosos, caramelizados, espectrais e deleitosos vocais de temperos celestiais, e ainda pelo xamânico exotismo de uma adornada, balsâmica, messiânica e elaborada cítara que tricota de forma colorida e ziguezagueante o derradeiro tema desta irretocável obra-prima. De estender ainda elogiosas apreciações ao escultural artwork de requintadas, faraónicas e pormenorizadas texturas, superiormente edificado pelo inventivo e habilidoso designer gráfico Adam Pobiak de créditos há muito firmados. ‘Sonic Mantras’ é um álbum mutuamente morfínico, delicado, ousado e eufórico. Um registo ensolarado a imaculada beatitude que resvala nas costuras fronteiriças da perfeição, e reclama para si mesmo toda a nossa fascinação. Deixem-se incensar nas suas sumptuosas melodias oxigenadas a tocante e desarmante subtileza, e derretam-se nas abissais profundezas deste catártico, ascético e sumarento néctar. Estamos seguramente na honrosa presença de um dos grandes álbuns florescidos este ano.

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 Kozmik Artifactz

segunda-feira, 29 de março de 2021

🌻 Roger Waters // Pink Floyd (Marselha,1972)


© Fernand Michaud

Review: ⚡ Spliffripper - 'Spliffripper' (2021) ⚡

★★★★

Proveniente da cidade de Kalispell – inserida no estado de Montana, EUA – chega-nos a psicotrópica, esverdeada e demoníaca exalação nasalada pelo tridente Spliffripper com o seu impactante álbum de estreia. De designação homónima e lançado muito recentemente pela mão do selo norte-americano Desert Records sob a forma digital e ainda numa ultra-limitada edição de 50 cópias em formato físico de CD, ‘Spliffripper’ vem fervido num pegajoso, fumegante, intoxicante e montanhoso Stoner Doom encrostado por um vulcânico, resinoso, enérgico e fogoso Sludge Metal que inflamam e atordoam o ouvinte do primeiro ao derradeiro minuto. A sua sonoridade tremendamente massiva, ácida e intrusiva – lubrificada a óleo de canabidiol e que aponta influências a vultosas referências do género tais como Bongzilla, Belzebong e Weedeater – perpetua-nos num profundo estádio de sedada euforia. De pálpebras semi-cerradas, narinas dilatadas e cabeça pesadamente balanceada de ombro em ombro, somos efervescidos e soterrados numa intensa narcose que nos alcooliza e emudece os sentidos. Na fórmula desta monolítica avalanche impregnada de THC (acrónimo de tetra-hidrocanabinol, perfila-se uma dominante guitarra Tony Iommi’esca de imponentes, tenebrosos, fogosos e contundentes Riffs, distorcidos a um urticante, escaldado e crocante efeito Fuzz, e de onde são destilados gritantes, alucinados, esvoaçados e borbulhantes solos, um corpulento baixo bafejado a linhas inchadas, obesas, coesas e pesadas, uma trovejante, robusta e provocante bateria detonada a intensa explosividade, e ainda uma voz de tonalidade abrasiva, fragosa, gutural e agressiva. ‘Spliffripper’ é um poderoso narcótico de ingestão auditiva que nos subtrai a lucidez e atesta de uma xamânica embriaguez. São 40 minutos integralmente sulfatados e saturados de tóxica, fumarenta, bafienta e maléfica radiação. Cambaleiem de orientação aturdida e embaciada pela ténue linha fronteiriça que separa a febril euforia da doce lisergia, e experienciem com total absorção um dos registos sonoros mais hipnóticos, nebulosos e psicotrópicos desenraizados até ao momento no fresco solo de 2021. Amortalhem-se e intoxiquem-se nele.

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 Desert Records

sexta-feira, 26 de março de 2021

🔥 Sainte Anthony's Fyre - 'Sainte Anthony's Fyre' (1970)

🎁 45 years of Thin Lizzy - 'Jailbreak' (26/03/1976, Vertigo)

Review: ⚡ 1782 - 'From The Graveyard' (2021) ⚡

★★★★

Depois de em 2019 ter sido celebrada a sua primeira liturgia de adoração pagã (aqui descrita e reverenciada), os demoníacos sacerdotes italianos 1782 regressam agora ao herético e negro altar com mais um trevoso ritual. Batizado de ‘From the Graveyard’ e promovido pelo influente selo discográfico romano Heavy Psych Sounds sob a forma física de CD e vinil, este segundo álbum da banda mediterrânica que conhecera hoje mesmo a luz do dia vem chamejado e possuído por um intoxicante, inquisidor, aterrador e intrigante Doom Metal de macabra inclinação ocultista e umbrosas ressonâncias Black Sabbath’icas. A sua sonoridade luciférica, vigorosa, rumorosa e esotérica – banhada e encarvoada a um inflamante negrume que nos enluta e profana a alma – agiganta-se numa imponente, musculada, encrespada e trovejante avalanche de poderosos e fumegantes efeitos psicotrópicos. Arrasados, boquiabertos e incinerados pelas intensas, obscuras e densas labaredas que apimentam toda a misantrópica atmosfera de ‘From the Graveyard’, somos fervidos numa morfínica efervescência e prontamente convertidos em fiéis discípulos do lado eclipsado e emporcalhado da religiosidade. De olhar selado, semblante anestesiado e pesadamente tombado sobre o peito, e espiritualidade encoberta e sombreada por ameaçadoras nuvens tingidas a intensa pretura, vagueamos – absorvidos, sedados e aprisionados num inamovível estádio de sonambulismo – pelas melancólicas, embruxadas e fantasmagóricas paisagens de 1782 nas asas de uma guitarra perversa que se enegrece e enrijece na ascensão de titânicos, ímpios e mastodônticos Riffs de onde são vertidos penetrantes, ácidos e ecoantes solos, um baixo lúgubre de massiva, violenta e coerciva reverberação bafejada a potente intensidade, uma bateria explosiva vergastada a pujante, pausada e provocante ritmicidade, um teclado sinistro de fúnebres baladas condimentadas a trágica beleza, e ainda uma voz cadavérica, oxidada e colérica que se ergue do túmulo para emergir à tona de toda esta perniciosa, abissal e caliginosa nebulosidade. O ostentoso artwork cerimonial, de feição elucidativa e clima infernal, aponta os seus créditos de autor ao engenhoso designer gráfico SSCVLT. Deixem-se estremecer, petrificar e dissolver nesta diabólica fervura vulcanizada por 1782, e comunguem de forma devota todo este maldito rito de veneradas preces arremessadas na direcção do Anticristo.

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 Heavy Psych Sounds

quinta-feira, 25 de março de 2021

🐋 Satin Whale - "I Often Wondered" (1974)

☀️ Colosseum - "The Valentyne Suite" (1969)

⚰️ Dunbarrow - "In My Heart" (2021, Blues for the Red Sun)

🎁 57 years of Buzz Osborne // (the) Melvins (25/03/1964)

🎁 49 years of Deep Purple - 'Machine Head' (25/03/1972)

Review: ⚡ Saturnia - 'Stranded in the Green' (2021) ⚡

★★★★

Depois de uma longa estadia na residência editorial da muito conceituada Elektrohasch (casa-mãe dos germânicos Colour Haze), que carimbara e promovera cinco dos seus sete álbuns lançados até à data, o talentoso multi-instrumentista português Luís Simões (ex-Blasted Mechanism) ao serviço de Saturnia acaba de celebrar um vínculo contratual com o produtivo selo discográfico alemão Sultron Records, e o primeiro fruto desta recém-formada relação está na iminência de ser colhido e saboreado. Com o seu nascimento oficial calendarizado para o dia de amanhã - sexta-feira, 26 de Março – através dos formatos físicos de CD e vinil (ambos limitados à prensagem de apenas 500 cópias disponíveis), este muito aguardado oitavo álbum, apelidado de ‘Stranded in the Green’, é consequência da enriquecedora exposição de Saturnia à religiosidade de deus Baco. Gravado dentro de uma moldura vínica, em perfeita comunhão com a natureza de vestes primaveris e onde toda uma resplandecência bucólica aliada a uma devoção mitológica fermentam e materializam este mélico e espirituoso néctar de ingestão auditiva, esta renovada, balsâmica e elaborada obra tricotada a duas mãos embriaga, afaga e reconforta o ouvinte com base num meditativo, ensolarado e imersivo Psychedelic Rock em afrodisíaca consonância com um lenitivo, hipnótico e criativo Space Rock. Oxigenada por um aventuroso experimentalismo que explora e perscruta os domínios alienígenas, e nos empoeira a alma de nebulosidade estelar, a onírica, arejada, espaçada e ritualística sonoridade de ‘Stranded in the Green’ gravita em órbita de um imperturbável estádio de plena tranquilidade. São 57 minutos – repartidos por nove temas (o vinil conta com sete faixas) de almas aparentadas – de inescapável hipnose pelos nirvânicos trilhos da introspecção. Perfilando e combinando toda uma panóplia de instrumentos – onde se lavram deslumbrantes diálogos entre uma messiânica guitarra de incessantes, alucinógenos e serpenteantes solos, um murmurante baixo de sombreada, densa e bafejada reverberação, uma cítara endeusada de extravagantes, proféticos e revitalizantes bailados, um místico gong de prolongados bocejos repletos de luz estival e empoderamento oriental, um cósmico sintetizador de majestáticos coros celestiais, um litúrgico mellotron de mugidos polifónicos, intrigantes e melancólicos, um clássico piano Rhodes de teclas harmoniosas, cheirosas e saltitantes, uma tambura indiana de magnéticos, absorventes e enigmáticos véus sonoros, chimes de colorida e tilintante luzência,  e uma bateria tribalista de compasso lento e minimalista – à sua voz macia, etérea e xamânica, Saturnia conta ainda com as presenças dos convidados Ana Vitorino (que embeleza o tema introdutório do disco com a sua recitada voz de entoação fantasmagórica e dramática) e Winga (que enriquece a percussão do segundo tema a trote de um acrobático djambé). ‘Stranded in the Green’ é um álbum de textura campesina, clima ensolarado, coloração esverdeada e afago espiritual que nos mantém suspensos num mântrico zen. Um registo de doutrina evangelista que nos alinha os chakras, eteriza e canaliza rumo ao tão desejado transe religioso. Bronzeiem-se, prazenteiem-se e canonizem-se numa das melhores colheitas da sua respeitável discografia.

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 Sulatron Records

quinta-feira, 18 de março de 2021

🤍 Brian May // Queen

🍄 The Doors

🌈 Jimi Hendrix (Newcastle, 1967)

📷️ Alec Byrne

Review: ⚡ a/lpaca - 'Make It Better' (2021) ⚡

★★★★

A jovem e destemida banda italiana a/lpaca está na iminência de lançar o seu exótico álbum de estreia ‘Make It Better’ pela mão da prolífica e insuspeita editora discográfica germânica Sulatron Records através dos formatos físicos de CD e vinil (ambos limitados à prensagem de apenas 500 cópias disponíveis para venda). Com o nascimento oficial e integral do seu primeiro trabalho calendarizado para o dia de amanhã (19 de Março), este auspicioso quarteto sediado na pequena cidade de Mântua descarna e entrelaça um colorido, efervescente e delirado Garage-Psych num imersivo, hipnótico e obsessivo Krautrock, e ainda num galopante, eufórico e alucinante Post-Punk, originando assim todo um explosivo curto-circuito que nos assalta e electrifica do primeiro ao último minuto. Edificando no imaginário do ouvinte um psicadélico Beat-Club resgatado do boémio território sessentista, repleto de corpos suados, sorrisos desabrochados e pupilas dilatadas, a provocante, afrodisíaca e contagiante musicalidade de ‘Make It Better’ embala-nos na vertigem de uma caleidoscópica, alucinógena e selvática hipnose sem escapatória possível. Conseguem fantasiar uma fusão entre CAN, Joy Division e King Gizzard & The Lizard Wizard? Se sim, alcançaram este espaço recreativo de transbordantes libertação, rebeldia e diversão. Embriagados e compenetrados numa inesgotável dança primitiva – resposta instintiva em consequência da exposição à elevada toxicidade de a/lpaca – somos aspirados e canalizados pela desdobrável e interminável escadaria em espiral de um poderoso vórtice que nos entontece os sentidos. São 42 minutos integralmente saturados de uma absorvente narcose oxigenada por uma guitarra astral de serpenteantes bailados distorcidos a fogosa, lustrosa e fantasmagórica acidez, um baixo insistente de linhas empoladas, espessas e torneadas, um cósmico sintetizador de desgovernado experimentalismo que perscruta o espaço alienígena, uma estonteante bateria metralhada a ritmicidade emancipadora, incansável e enlouquecedora, e ainda uma voz avinagrada, diabrina e robotizada que capitaneia toda esta fantástica odisseia pelo enigmático universo de ‘Make It Better’. Este é um álbum verdadeiramente aparatoso e irreverente – nutrido a uma agitada, intrigante e embriagada euforia – que nos atesta de fascinação e a ele atrela toda a nossa atenção. Um registo estranha e intensamente viciante que certamente não deixará ninguém indiferente. Dificilmente esta formação italiana conseguiria ter uma estreia mais impactante. Mergulhem nos abismos siderais de a/lpaca e vivenciem com total submissão todo o seu eruptivo empolgamento.

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 Sulatron Records

terça-feira, 16 de março de 2021

Le Orme - "L'Equilibrio" (1973, Philips)

Rose City Band - "Silver Roses" (2021, Thrill Jockey)

🦅 Lemmy Kilmister // Motörhead

🎙 BB King

🎁 72 years of Jerry Goodman // Mahavishnu Orchestra (16/03/1949)

🔌 Rafael Denardi - "30" (Single, 2021)

Review: ⚡ Cheval Sombre - 'Time Waits for No One' (2021) ⚡

★★★★

De olhar embriagado, respiração congestionada, semblante boquiaberto e espírito intensamente petrificado. É nesta condição deixada pela ressaca que se seguira à digestão do novo trabalho de Cheval Sombre – nome artístico do poeta e compositor nova-iorquino Chris Porpora – que me encontro. Oficialmente lançado no final do passado mês de Fevereiro pela mão da companhia discográfica britânica Sonic Cathedral nos formatos físicos de CD e vinil (ambos, sem surpresa, já esgotados), este quimérico e inspirador ‘Time Waits for No One’ vem orvalhado, esbatido e aromatizado por um onírico, etéreo e morfínico Psychedelic Folk de formosura pastoral e catártica candura sessentista que nos desmaia as pálpebras, afaga a alma e massaja o cerebelo. A sua sonoridade enfeitiçante, ataráxica e deslumbrante mergulha o ouvinte num profundo estado zen que o climatiza, reconforta e eteriza do primeiro ao derradeiro tema. Leve e gentilmente sussurrado por nove arejadas, angelicais e fluídas baladas de composições originais, e ainda uma embrumada, doce e aveludada versão cover de “No Place to Fall” (tema originário do carismático músico norte-americano Townes Van Zandt) este nirvânico sonho acordado tem a capacidade de nos embaciar a lucidez e prostrar num febril estádio de embriaguez. A sua sonoridade fluída, frágil e relaxada – pincelada a pálida e imaculada luminescência – movimenta-se aérea e vagarosamente em compassos envolventes, repetitivos e minimalistas de padrões alucinógenos, meditativos e utopistas. Reféns de um mélico torpor que nos paralisa os membros e alcooliza os sentidos, somos cortejados e deslumbrados por uma profética voz de tez ecoante, espectral e magnetizante, uma guitarra trovadora de apetitosos, enternecedores e sedosos acordes graciosa e cuidadosamente dedilhados a irretocável beatitude, e ainda mágicos teclados que – com o seu imersivo e criativo experimentalismo de idioma alienígena – revestem os céus de ‘Time Waits for No One’ com um macio e nimboso manto cósmico. Este é um álbum verdadeiramente arrebatador. Um registo sereno e transcendente, detentor de uma edénica toxicidade que nos desmaia e recosta nos braços da ataraxia. Bronzeiem-se e canonizem-se na sagrada resplandecência tenuemente bafejada por um Sol bocejante, debruçado nas montanhas que recortam o inatingível firmamento de um sempiterno crepúsculo de Verão, e testemunhem toda a mística e ritualística essência de um mavioso, idílico e lustroso álbum lavrado e emoldurado a caprichosa ternura. Vai ser demasiado fácil reencontrar esta consumada obra de Cheval Sombre perfilada entre a listagem dos melhores trabalhos florescidos em 2021.

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 Sonic Cathedral