sábado, 30 de abril de 2016

Earthless - 'Live at Roadburn' (2010)


Cinema de Abril!

Nuit et Brouillard (1955) de Alain Resnais   ★★★★★
Spotlight (2015) de Tom McCarthy  
★★★★
Deep Web (2015) de Alex Winter  
★★★★
Narcos S01 (2015) de Chris Brancato, Carlo Bernard & Doug Miro  
★★★★★
The Hateful Eight (2015) de Quentin Tarantino  
★★★★★
The Walking Dead S06 (2015-2016) de Frank Darabont  
★★★★★
Terms and Conditions May Apply (2013) de Cullen Hoback   ★★★★
Deliverance (1972) de John Boorman  
★★★★
Making a Murderer S01 (2015) de Laura Ricciardi & Moira Demos  
★★★★★
Smooth Talk (1985) de Joyce Chopra  
★★☆☆☆
Broken Flowers (2005) de Jim Jarmusch  
★★★★
And Soon the Darkness (2010) de Marcos Efron  
★★☆☆☆
Copenhagen (2014) de Mark Raso  
★★★★
Food Choices (2015) de Michal Siewierski  
★★★★★

Review: ⚡ Mt. Mountain - 'Cosmos Terros' ⚡ (2016)

Que agradável surpresa proveniente da cidade australiana de Perth (situada na Austrália Ocidental). ‘Cosmos Terros’ é o novo registo do quinteto Mt. Mountain que nos traz um Psych Rock de natureza extraordinariamente sonhadora e atraente capaz de nos relaxar, deslumbrar e provocar a redentora evasão espiritual deixando para trás o nosso corpo completamente inanimado. Com claras evocações ao misticismo religioso, a sonoridade imensamente meditativa e hipnotizante de ‘Cosmos Terros’ convida-nos a uma lisérgica e tantalizante odisseia que nos envolve a consciência do primeiro ao derradeiro tema. É demasiado fácil deixar que os enigmáticos domínios deste álbum nos conduzam e seduzam com total permissividade. Este verdadeiro opiáceo via auditiva tem em nós um efeito tremendamente sedativo que nos adorna e narcotiza com poderosa intensidade. Pendulem demoradamente os vossos corpos ao som de duas guitarras uivantes que se perdem e encontram entre os solos desmesuradamente excitantes, arrebatadores e euforizantes que nos magnetizam e fustigam, e em riffs cáusticos e nebulosos que nos circundam, provocam, conquistam e em nós instauram um autêntico torpor que nos amortalha ao longo de todo o álbum. Sintam a pesada respiração de um baixo pulsante e dançante que sublinha com destaque e dinamismo todos os riffs edificados em ‘Cosmos Terros’. Agitem-se harmoniosamente ao som tribalista de uma bateria soberbamente ritmada que empresta vitalidade a esta doce e soberana hipnose, e delirem com os vocais divinos, ecoantes e espectrais que flutuam levianamente toda esta fantasiosa atmosfera sonora. Conseguem imaginar a sagrada fusão entre OM e Blaak Heat? Se sim, chegaram ao espantoso reino de Mt. Mountain. Este é um disco inteiramente produzido à minha imagem. Uma profunda e interminável espiral lavrada pelo êxtase onde a nossa lucidez mergulha e é carinhosamente massajada pela doce narcose. Sintam-se perecer num prazeroso desmaio que vos libertará a alma de encontro ao mais puro, radioso e profundo estado de transe, e sintam-se regressar à superfície deste penetrante oceano de leviandade bem depois de finalizado o último tema de ‘Cosmos Terros’. Um dos incontornáveis álbuns de 2016 está aqui. Comunguem-no detidamente e embarquem nesta peregrinação espiritual de encontro à supremacia celestial.

Surfin' King Blue


Solar Corona - 'Specimen Days' EP (2016)

Arik Roper

sexta-feira, 29 de abril de 2016

KADAVAR - "Filthy Illusion"


© Malleus

Review: ⚡ Naxatras - 'II' ⚡ (2016)

Admito escrever estas palavras ainda sob o efeito deste poderoso sonífero via auditiva designado ‘II’. Natural da populosa cidade de Tessalónica na Grécia, este power-trio Naxatras é das jovens bandas europeias com maior reconhecimento dentro do panorama underground da música Rock. E esse crescimento exponencial da sua reputação é algo demasiado previsível e natural dada a assombrosa qualidade da formação grega. A sua sonoridade paradisíaca fundamenta-se num Psych Rock imensamente meditativo e hipnótico que nos eteriza com as suas macias e quentes brisas desérticas. Disponibilizado hoje mesmo no seu bandcamp oficial, este álbum representa um verdadeiro oásis onde a nossa alma se banha e deleita. Serpenteiem-se pelas bronzeadas e arenosas dunas de um deserto que se distende pela infinidade adentro e sintam o bafo solar desmaiar na vossa pele. ‘II’ encerra uma imaculada epifania que nos canaliza ao íntimo do Éden espiritual. Sintam-se transcender aos céus da ataraxia alavancados por uma guitarra xamânica que se manifesta relaxadamente em delirantes e sidéricos solos que nos trespassam e narcotizam, e em exóticos e resplandecentes riffs que nos massajam e desgastam a consciência. Baloicem os vossos corpos na instintiva resposta à ondulação reverberante de um baixo contemplativo de linhas densas, sólidas e viajantes. Agitem-se prazerosamente ao som de uma bateria jazzística que tempera na perfeição toda a sonoridade de Naxatras com uma sensibilidade imensamente fascinante. ‘II’ é uma perfeita caravana que se conduz pela vastidão desértica debaixo de um sol vigilante que nunca se põe. Vivenciem este verdadeiro sonho lúcido que vos sussurrará uma das narrativas musicais mais apaixonantes de sempre. Este é um álbum capaz de agradar a gregos e troianos. Deixem que o psicadelismo pérsico de Naxatras se dissolva na vossa alma e sintam a sagrada eclosão da vossa consciência erigir aos mais recônditos e distantes lugares do Cosmos interior. Um dos mais soberbos registos de 2016 está aqui, na dourada e encantada essência de ‘II’.